URV: A transição para o real – ESTOA

URV: A transição para o real

A moeda serviu como ponte para todo o funcionamento do plano real


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Lançada no período de transição entre o cruzeiro real e o real, a unidade real de valor, URV, serviu como um estágio durante essa  mudança da moeda brasileira. Ela surgiu no dia 27 de fevereiro de 1994, ela foi utilizada por quatro meses até que o real realmente entrasse em vigor. 

O que foi a URV? 

Ela foi uma das principais políticas que conseguiram garantir o sucesso para execução do plano real. 

Sendo uma espécie de estágio paralelo para converter os valores em um novo padrão de preço, foi estabelecida através de uma medida provisória de número 434,de maneira a tentar controlar a inflação

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A cotação dessa moeda variava de maneira diária, através de um comunicado do Banco Central. Se baseava de grande maneira na hiperinflação alemã que ocorreu em 1923, em que as autoridades fizeram uma movimentação parecida. 


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As primeiras conversões de cruzeiro real para URV foram os salários e contratos dos setores públicos. Essa passagem ocorreu porque a então atual moeda estava passando por um momento em que atingia 40% na inflação.  

Essa ideia de fazer uma moeda para servir de transição entre as trocas era considerada inovadora, pois a mudança não era feita de forma brusca.  

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Etapas do plano real 

Para combater de forma eficiente a inflação, a equipe de economistas do Presidente Itamar Franco, decidiram lançar o plano real que aconteceu em três etapas : 

1- Ajuste fiscal de emergência  

Foi um período para equilibrar as contas públicas, reduzindo as despesas, flexibilidade orçamentárias e um aumento de receitas. 

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2- A URV é criada  

Feita para a preservação do poder de compra dos assalariados, os valores eram atualizados diariamente pelo Banco Central, essa atualização acontecia em cruzeiros reais por ser a moeda de compra. 

3 – Lançamento do real 

Em 1° de julho de 1994 o real entrava em vigor, sendo oficializado como a nova moeda do Brasil.

Capa de jornal mostrando a oficialização do real/Fonte: Gazetadopovo

Funcionamento da URV 

Quando a moeda chegou, era vinculada à taxa de câmbio, indexada ao dólar, de forma que estava protegida do efeito destrutivo da inflação, sendo então uma moeda estável, enquanto o governo tentava lidar com as contas públicas e as dívidas externas . 

Ela também não existia de forma física, só escritural, de forma que seu valor era ditado em cruzeiros reais enquanto essa perdia cada vez mais seu valor por consequência da inflação. 

O cálculo da URV chegou a ser verbete no Dicionário de Economia e ficou conhecido como “urvização”. No dia 30 de junho uma URV valia CR$ 2.750,00 até que, no dia 1° de julho esse valor foi transformado em R$1,00. 

A estratégia de implementação da URV deu muito certo, principalmente, por não se fazer necessárias às tomadas de medidas drásticas, como congelamento dos preços e com isso derrubar a inflação, o que não tinha dado certo com planos anteriores

Estabilização Econômica 

Apesar de a URV conseguir sozinha, estabilizar a economia durante a transição para o plano real, após essa implementação, durante cerca de seis anos o governo passou a fazer reformas estruturais e de gestão pública, para que pudesse sustentar essa estabilidade. 

Foram feitas privatizações, criadas agências reguladoras e leis de responsabilidade fiscal, como medidas de equilíbrio para sustentar o real, com justificativa de que a administração do governo consumia recursos de mais por ser muito grande. 


As reformas estruturais que o governo foi fazendo, foram as principais responsáveis para o sucesso da implementação da URV e mais tarde do real, já que por falta de números suficientes de produção de impostos que conseguissem sustentar os gastos. 

E consequentemente e consequentemente surgiram enormes déficits de orçamento por causa dos gastos desenfreados.  

Nessa época foram criadas também melhorias de práticas internacionais como estabelecimento de metas para controlar a inflação e também adesão aos acordos de Basileia.  

Outra medida tomada foi promover a cidadania brasileira, que nada mais é que permitir que a população gaste seu dinheiro de forma consciente.