Valor de face: entenda o valor de face e como calcular
É um termo muito utilizado em relação a títulos de dívidas como debêntures e títulos públicos
O valor de face de um título é o montante que será resgatado no vencimento do papel, esse valor está impresso no título e corresponde ao seu valor futuro. O valor de face também pode ser chamado de valor nominal ou valor de resgate.
Então, para saber o valor do título no presente é necessário calcular sobre o valor de uma taxa de desconto. Descobrindo o quanto varia o valor desse título ao longo do tempo.
Normalmente, essa taxa de desconto é chamada de juros do título, entretanto, são conceitos completamente diferentes uma vez que o juros incide sobre o valor presente e a taxa de desconto sobre o valor futuro.
De maneira geral, os títulos de renda fixa pré-fixados possuem valor de face, então para saber se esse investimento é atrativo ou não, é necessário comparar o valor de face com o valor de compra.
Por exemplo, um título pré-fixado que possui um valor de face igual a R$1000.
Ao comprar um título prefixado, o investidor irá encontrar o preço unitário do papel, que é o valor de compra deste título. O investidor sabe que no resgate terá um valor de face de R$1000.
Assim, um título com o preço unitário de R$871,96 com prazo de dois anos, o investidor sabe que pagará R$871,96, para depois de dois anos receber R$1000, tendo assim um rendimento de 7,3% ao ano.
Rentabilidade
O percentual de diferença entre o valor de compra e o valor de face de um título é seu rendimento total, para calcular é necessário usar a fórmula do rendimento total, que é a seguinte:
Rendimento total = (Valor de face)/ (Valor de compra) -1
O resultado dessa operação será o rendimento no período todo do investimento. Caso o investidor queira saber a taxa anual, será necessário converter a taxa do período para uma taxa anual.
Esse cálculo é muito importante para calcular a rentabilidade da venda de títulos prefixados no mercado secundário. Caso o resgate seja feito no dia do vencimento, a rentabilidade será exatamente os juros propostos.
Caso o investidor queira vender antes do prazo, o rendimento será o quanto o mercado irá pagar pelo título. Quem for comprar, por sua vez, irá analisar o preço de compra pela rentabilidade que ele deseja para chegar ao valor de face do título.
De forma que o rendimento total deve ser calculado da seguinte forma:
Rendimento total = (Preço de venda)/ (Preço de compra) – 1
Valor de Face e a política monetária
O valor de face não é algo isolado, ele interage com os demais fatores econômicos e coopera para o estabelecimento de certas dinâmicas do mercado financeiro e uma delas diz respeito ao estabelecimento das taxas de juros.
Quando entendemos que o banco central é quem controla a economia através de políticas monetárias e da manipulação das taxas, isso também inclui os títulos e seus componentes.
A lógica adotada é a seguinte: quando o Bacen decide adotar uma política contracionista, reduzindo a moeda em circulação, o que ele acaba fazendo é a liberação de uma grande quantidade de títulos públicos para a venda.
Como o valor de face acaba continuando o mesmo, a diferença entre o valor presente (valor atual do título) e o valor de face se alarga e os juros que representam essa distância, consequentemente são aumentados.
Esse aumento dos juros, torna o dinheiro mais caro no tempo de maturação do título. Esse aumento dos juros também é repassado pelos bancos comerciais aos seus clientes, limitando o acesso de crédito para eles e desestimulando o comércio de maneira geral.
A redução no preço dos títulos acaba reduzindo a riqueza de seus detentores a curto prazo, já que os títulos valem menos, isso acaba por reduzir o consumo das famílias.
Já para entender a política expansionista (o oposto da contracionista), é só considerar a lógica inversa. Nela o Bacen compra mais títulos e estimula o crédito que aumenta o valor presente deles e demanda juros menores para que o valor de face seja alcançado.