JBS (JBSS3): ações disparam com anúncio de listagem dupla

Esta é a terceira tentativa da empresa de migrar para a Bolsa dos EUA


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A JBS (JBSS3) anunciou na última quarta-feira (12) seus planos de listagem dupla nas bolsas de São Paulo, a B3, e de Nova York, a NYSE. Assim, no Brasil, seriam negociadas as BDRs (Brazilian Depositary Receipts) da empresa.

Com a decisão divulgada, as ações da JBS decolaram no último pregão, alavancando ganhos durante as negociações do dia de hoje (13).

JBS anuncia listagem dupla

Apesar de anunciar o plano apenas no dia de ontem, a intenção da companhia é antiga. A primeira tentativa de migrar para a bolsa nova-iorquina ocorreu em 2016.

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Na época, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que detinha 20,8% da empresa, negou a transferência.

Três anos depois, em 2019, ocorreu a segunda tentativa. Esta, por sua vez, não foi concluída por conta dos escândalos envolvendo os irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da J&F, dona da JBS.

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Com sua listagem, a ideia é que investimentos do exterior sejam atraídos, como parcerias e fusões e aportes de pessoas que não viriam ao Brasil apenas para negociar os papéis da empresa.

Segundo Fato Relevante divulgado na última quarta, a decisão deve fortalecer “ainda mais a governança corporativa”, além de aumentar sua visibilidade entre a “comunidade global de investidores, melhorando a comparabilidade com os principais pares” e reduzir o custo de capital, entre outros fatores.

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A prática vem se tornando cada vez mais comum entre as empresas brasileiras de capital aberto. Ao todo, cerca de 14 companhias do Brasil já possuem listagem internacional.

Em comunicado, o CEO do frigorífico, Gilberto Tomazoni, destacou os benefícios do movimento.

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“A dupla listagem criará condições para valorização da companhia, ampliará a capacidade de financiar o seu crescimento a um menor custo, acelerando sua estratégia de diversificação, de valor agregado e marca, ao mesmo tempo em que criará mais oportunidades para as comunidades onde opera e para os mais de 260 mil colaboradores em todo o mundo”, afirmou.

Mesmo com a proposta de listagem no exterior, o Banco Santander mantém sua recomendação neutra para as ações do frigorífico.

Apesar da possibilidade de utilizar os ativos em fusões e aquisições, a visibilidade limitada nos ciclos dos EUA é a maior justificativa para o rating.

Para evitar que o movimento seja impossibilitado, a empresa buscou acordos com o Departamento de Justiça e a SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos.

J&F disputa por Braskem

Na noite da última terça-feira (11), a dona da JBS anunciou uma proposta de R$ 10 bilhões para aquisição de uma fatia da Braskem (BRKM5) pertencente à Novonor.

A intenção de compra foi enviada às instituições bancárias credores da empresa, antiga Odebrecht. As dívidas da companhia possuem as ações da petroquímica como garantia.

Apesar disso, o valor oferecido pela participação é o mesmo da proposta da Unipar. Mesmo assim, ela é mais atrativa, pois não deixa nenhuma participação para a família Odebrecht.

Ações decolam

Com o anúncio, as ações da empresa decolaram durante o pregão da última quarta-feira. Logo ao fim da tarde de ontem, os papéis do frigorífico fecharam com valorização de 9,05%, aos R$ 18,80.

O desempenho foi um dos responsáveis por sustentar a alta do Ibovespa, o principal índice da B3, durante a quarta-feira, que fechou com leve crescimento de 0,38%, aos 117,6 mil pontos.. 

Os ganhos se sustentaram até a sessão de negociações desta quinta-feira (13). Por volta das 15:00 horas (horário de Brasília), os ativos somaram uma alta de 2,71%, aos R$ 19,31.