Ações do Magazine Luiza (MGLU3) desabam 22,8% após varejista divulgar pior resultado para um 1º trimestre – ESTOA

Ações do Magazine Luiza (MGLU3) desabam 22,8% após varejista divulgar pior resultado para um 1º trimestre

O resultado do 1T23 representa uma perda de 142,5% maior na base de comparação anual


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O Magazine Luiza (MGLU3), registrou prejuízo líquido de R$391,2 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23). Após a divulgação, os papéis da companhia caíram 9,59%, a R$ 3,96 na última terça-feira (16). As perdas se intensificaram durante a tarde, com o ativo fechando com queda máxima de 22,83%, a R$ 3,38.

Durante o pregão desta quarta-feira (17), os ativos somavam às 15:55 (horário de Brasília) uma queda de 2,07%, aos R$ 3,31.

O resultado representa uma perda de 142,5% maior na base de comparação anual, quinto prejuízo trimestral consecutivo e o maior já registrado no intervalo de janeiro a março desde a abertura de capital (IPO) do grupo, em 2011.

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A companhia destacou que o balanço “foi bastante influenciado por despesas sazonais e a alta taxa de juros”, contudo, analistas avaliam um cenário de curto prazo difícil para a varejista. 

Balanço e potenciais motivos para o resultado negativo

De acordo com analistas liderados por Thiago Macruz, do Itaú BBA, o resultado financeiro do Magalu para o primeiro trimestre veio abaixo de expectativas já conservadoras e acompanhado de uma série de efeitos ao longo do balanço que afetaram praticamente todas as linhas.

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Para a XP, a companhia divulgou resultados fracos, mas em linha com o que já era esperado, com tímido crescimento de receita, rentabilidade afetada pelo reintrodução da cobrança do DIFAL (diferencial de alíquota de ICMS nas vendas interestaduais) e uma queima de caixa de R$ 3,2 bilhões devido à sazonalidade.

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O volume bruto de mercadorias (GMV) total aumentou 10% em relação ao ano anterior, impulsionado tanto pelo canal online (+11%), com 1P (estoque próprio) subindo 6% e o 3P (marketplace) subindo 19%, quanto pela recuperação do canal físico (+7,5%, com vendas nas mesmas lojas, ou SSS, em alta de 6,7%).

Embora a receita líquida tenha crescido apenas 3% em decorrência do impacto do DIFAL nas deduções de receita bruta e à menor penetração do 1P.   

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A empresa registrou despesas de R$ 124 milhões relacionadas ao fechamento de centros de distribuição, lojas, baixas contábeis relacionadas à fusões e aquisições e ajustes de capacidade, fator que pode indicar expectativas pessimistas em relação à demanda no futuro. 

Os analistas do Itaú BBA apontam que o ganho de participação de mercado que a companhia teve foi de 6,2%. Mas, mesmo diante de um cenário competitivo e mais racional da economia, a varejista não consegue reduzir a distância para o líder do setor de varejo eletrônico, Mercado Livre (MELI34).

Outro fator que impactou negativamente a dinâmica do capital de giro do trimestre  foi a sazonalidade, ainda que tenha mostrado melhora, com níveis de estoque mais baixos e uma conta de fornecedor maior. 

O prejuízo líquido foi de R$ 391 milhões devido a maiores despesas financeiras, decorrentes do aumento das taxas de juros combinado com a antecipação acelerada de recebíveis de cartão de crédito, enquanto o fluxo de caixa livre foi negado em R$ 3,2 bilhões, embora tenha melhorado R$ 416 em relação ao mesmo período no ano anterior. 


Por outro lado, o Magazine Luiza superou seu principal concorrente de varejo de bens duráveis, Via (VIIA3), tanto no canal online quanto em lojas físicas.

Magazine Luiza enxerga maior competitividade de lojas físicas em 2023

A partir do retorno da cobrança do Difal, que representa a diferença entre a alíquota interna e a interestadual, nas vendas online, a companhia prevê que as lojas físicas devem ganhar competitividade em 2023.

De acordo com o Magazine Luiza, 50% da carga gerada pela volta da cobrança foi repassada nos preços do 1P no primeiro trimestre. Os outros 50% serão repassados ao longo do ano. 

“No marketplace, o mercado está muito mais racional. Há anos atrás, empresas subsidiaram a operação, pagavam o frete. O que tenho visto, agora, é que todo mês as plataformas aumentam suas taxas, racionalizar suas operações”, defendeu Frederico Trajano, diretor executivo (CEO) do Magazine Luiza.