AppJusto: startup de delivery bate recorde em crowdfunding com R$ 1,8 milhão

A startup AppJusto, fundada em 2020, surgiu como uma opção para dar aos entregadores de aplicativos uma opção mais justa de trabalho, com taxas menores. No entanto, a socialtech tem planos maiores para os trabalhadores autônomos.

A ideia do AppJusto que atua majoritariamente na capital paulista com a realização de um crowdfunding é captar investimentos para expandir a sua operação neste meio, se comprometendo com os entregadores.

O aplicativo atrai este investimento milionário em um momento importante para surgir cada vez mais como uma alternativa em meio aos deliverys de restaurantes, que atualmente possuem mais de 80% das suas operações ligadas ao Ifood.

Recorde do AppJusto

Com o montante de R$ 1,8 milhão a socialtech conseguiu estabelecer um recorde com relação aos aportes já recebidos por empresas por meio de ofertas de equity crowdfunding no Brasil. Ao todo foram 939 investidores que colaboraram com a startup.

A ideia da empresa com esse investimento é poder aumentar a sua atuação no país a partir de agora. O AppJusto já conta com mais de três mil entregadores e mais de 900 restaurantes cadastrados na sua plataforma.

Nos próximos meses a startup tem a meta de conseguir cadastrar mais dois mil entregadores e chegar a marca de três mil restaurantes para atender os mais de 22 mil usuários que já usam o aplicativo hoje em dia.

Além de ir em busca de uma nova gama de usuários e estabelecimentos para o seu app, a socialtech também pretende aprimorar o seu serviço, colocando isso como uma das prioridades nos próximos meses. Entre estes novos recursos está o recebimento via Pix.

A fim de aumentar o seu número de entregas e de usuários, o AppJusto irá usar parte desse capital para investir no marketing do seu aplicativo, criando cada vez mais conteúdo para atingir o maior número de pessoas possível.

Mudança de cenário

O aplicativo que surgiu com o intuito de ser uma alternativa principalmente ao Ifood, busca suprir a necessidade tanto dos consumidores quanto dos entregadores. Mensalmente o país conta com mais de 60 milhões de pedidos que são entregues por mais de 4,5 milhões de entregadores.

Pensando nisso, a socialtech comandada pelos sócios Rogério Aquino, Pedro Saulo e Fernando Hiroshi busca oferecer aos entregadores cadastrados na sua plataforma um valor justo pelo seu trabalho, além de dar autonomia com relação às condições oferecidas.

Segundo dados fornecidos pela startup de delivery, os entregadores que atuam na plataforma atualmente já conseguem receber cerca de duas vezes mais por cada entrega realizada do que em outros aplicativos.

Além de fornecer um serviço que proporciona aos trabalhadores autônomos um pagamento mais alto e condições de trabalho melhores, o AppJusto também consegue fazer com que restaurantes e consumidores sejam beneficiados. Principalmente pelo fato de oferecer pedidos mais baratos, o que faz o número de vendas aumentar.

Empurrão na pandemia

O aplicativo, que começou a ser idealizado em agosto de 2020 mas só foi lançado um ano depois, deu os seus primeiros passos em um dos momentos mais críticos de pandemia, em que o isolamento social se fazia necessário. Isto fez com que o setor de bares e restaurantes tivesse que se adaptar ao delivery.

No entanto, devido a quantidade de pessoas em casa que optavam por opções mais rápidas em aplicativos, os entregadores precisaram aumentar a sua carga horária de trabalho para suprir essa demanda, mas nem sempre com as condições ideais de trabalho.

A startup surgiu justamente com esse intuito, principalmente depois de terem assistido ao talk show Greg News, apresentado por Gregório Duvivier. Mais especificamente a um episódio que tratava sobre a realidade e as condições de trabalho enfrentadas por entregadores de delivery.

Depois disso, os sócios que já possuíam experiência com startups passaram a desenvolver o projeto e contaram inclusive com o apoio de Duvivier que comentou sobre o aplicativo até então embrionário nas suas redes sociais, alavancando o projeto de vez.