CapTable lança plataforma para investidores de startups
No marketplace, os acionistas podem comprar cotas das companhias
Nesta segunda-feira (11), a empresa StartSe disponibilizou a plataforma CapTable, onde investidores podem comprar cotas de startups.
Ela é chamada oficialmente de Captable Marketplace e a sua criação só foi possível com a nova resolução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que entrou em vigor no começo de julho deste ano.
Lançamento da plataforma
Funcionando como uma espécie de mercado secundário, onde as startups podem anunciar suas cotas e investidores anjo, pessoas físicas e fundos de investimento podem adquirí-las para investir nessas companhias, a CapTable vai atuar como uma facilitadora na negociação entre ambas as partes.
Além disso, o marketplace também vai disponibilizar informações para consulta e uma lista de startups com rodadas de investimento abertas. Por questões regulatórias, a plataforma não pode ser denominada como bolsa, apesar de negociar as cotas das startups.
Atualmente, a plataforma da StartSe conta com um total de 15 companhias, representando cerca de 50% das startups que já passaram pela companhia no período de, aproximadamente, três anos.
Ela apresenta, também, potencial de expansão de seu portfólio, podendo atingir a listagem de 25 startups até o final deste mês. Seu alvo são companhias early stage, em estágio inicial, focando em rodadas de investimento que vão até a Série A.
De acordo com o CRO da CapTable, Leonardo Zamboni, a criação da plataforma só foi possível graças à nova resolução da CVM, que vigora desde o dia 1º de julho. A Resolução 88 faz com que o crowdfunding para startups seja possível, além de aumentar o teto de captações por rodada de investimentos de R$ 5 milhões para R$ 15 milhões.
A principal mudança, no entanto, foi a possibilidade de criação de plataformas onde as aquisições já realizadas podem ser negociadas entre investidores.
Limitações da nova resolução
Além disso, a nova regra exige que a negociação seja feita apenas por investidores ativos, ou seja, aqueles que participaram de rodadas de captação dentro da plataforma no período de 24 meses. No entanto, ela não impede que acionistas que desejam acessar o marketplace invistam através da CapTable para tal.
“Acreditamos [CapTable] que essa regra possa passar por revisões no futuro, mas por enquanto não temos previsão de como isso pode acontecer. Por enquanto, é aquilo, ‘tem de comprar o vestido para depois ir para a festa’’, afirma o cofundador da empresa, PauloDeitos.
Para estarem listadas na plataforma da StartSe, as startups devem, ainda, terem feito ao menos uma rodada de captação pela CapTable, exigência que, de acordo com Deitos, limita o potencial de expansão de sua listagem.
Descrita no artigo 15 da nova deliberação, a medida não exclui a possibilidade de startups realizarem uma rodada de investimentos para conseguirem integrar o marketplace.
CapTable atualmente
Com as métricas da CapTable, é estimado que, atualmente, cerca de 6 mil investidores terão acesso ao marketplace. A partir do primeiro dia de operação da plataforma, é estimado que ao menos 30% desse total comece a utilizá-la.
Dentro da CapTable Marketplace, acionistas comuns podem investir entre R$ 1 mil e R$ 20 mil. Já os investidores qualificados podem utilizar até 10% de seu patrimônio líquido na plataforma.
Os preparativos para o desenvolvimento do marketplace começaram há cerca de dois anos, de acordo com Deitos, tendo como base a primeira vez em que a CVM deu indícios que algo como a nova resolução poderia ser estabelecido em breve.
A empresa, ainda, não divulgou os custos para que a plataforma fosse idealizada. No médio prazo, a CapTable tem o objetivo de reunir 100 mil investidores. No período de três anos, até o ano de 2025, ela almeja chegar à base de 300 mil acionistas.
Até o final de 2022, no entanto, a empresa quer atingir o número de 30 ofertas.