A verdade sobre a inflação
Não, a inflação NÃO é o aumento dos preços, isto, meus caros, é a consequência da inflação. Neste artigo vamos aprender um pouco mais sobre a inflação, como ela surge em uma economia e como podemos nos proteger.
O que é a inflação
Vamos começar do básico, vamos definir o que é a inflação.
A inflação é o aumento da oferta monetária em uma economia, ou seja, o aumento de dinheiro em circulação. A consequência da inflação é o aumento generalizado dos preços de produtos e serviços.
Se pararmos para pensar e lembrarmos da lei absoluta que rege qualquer mercado, a famosa lei da Oferta e Demanda, o dinheiro também está sob esta mesma lei, ou seja, quanto mais dinheiro existe circulando em uma economia, menos ele vale (temos atualmente o exemplo da Argentina, que não me deixa mentir).
Então para sermos ainda mais exatos, não é que os PREÇOS sobem, e sim que a nossa moeda perde valor, assim precisaríamos de mais DINHEIRO para comprar os mesmos itens, entendem agora como funciona a inflação?
Como a inflação surge?
Até aqui tudo bem, sabemos o que é a inflação. Mas como ela surge?
No Brasil, o governo não pode simplesmente imprimir dinheiro, quem o faz é o Banco Central, e ele tem suas metas, as famosas ‘metas da inflação’, que nada mais é que o governo dizendo na maior cara lavada do mundo que vai desvalorizar o seu dinheiro.
O Banco Central então pode aumentar ou diminuir a quantidade de dinheiro disponível, de acordo com suas políticas monetárias, não vou entrar em detalhes porque não é o intuito deste artigo, mas é meramente o apertar de alguns botões, e cria-se dinheiro. É sério.
E assim se cria o dinheiro, que cedo ou tarde, fará com que a consequência, e aqui friso, inevitável seja o aumento dos preços.
Como fazer para se proteger?
Agora que você já sabe o que é e como surge, para se proteger não é tão difícil.
Os índices mais comuns usados para inflação são o IPCA (índice nacional de preços ao consumidor amplo) e o IGPM (índice geral de preços-mercado). O oficial usado pelo governo é o IPCA.
Para se proteger da inflação e assegurar um ganho no poder de compra, basta procurar ativos que entreguem retornos acima da inflação. Estes são fáceis de se identificar, normalmente são descritos como ‘IPCA+ X%’, e a partir daí vale a análise de cada um.
Se procurarem descobrirão que o IGPM (um pouco mais assertivo do que o IPCA) explodiu nos últimos anos, mas não é possível mais comprar títulos atrelados ao IGPM, muito pela sua alta desenfreada. O governo até tinha títulos públicos atrelados a este índice, mas não mais os comercializa.
Conclusão
Para concluir sugiro uma reflexão:
Se é tão ruim assim a criação de dinheiro desenfreada numa economia, por que os governos o fazem?
E se não acreditam em mim, procurem ver o que o governo da Argentina está fazendo, e depois me digam o que acharam.
Um abraço e até a próxima.
– Matheus Claudino
*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.