Análise Gráfica
Em 6 de novembro de 1851 nasceu um homem que iria revolucionar a história da economia do mundo.
Seu nome é Charles Henry Down e ele foi o cofundador da Dow Jones Company e fundou o Wall Street Journal.
O objetivo deste texto não é fazer uma biografia dele, mas sim, mostrar sua importância até os dias de hoje com sua forma de analisar o mercado financeiro.
Ele formulou em suas análises a Teoria de Dow. Os 06 pontos desta teoria são muito utilizados hoje em dia na análise gráfica e eu gostaria de falar sobre dois pontos, que para mim fazem toda diferença quando se fala de análise gráfica.
O mercado se move em tendência
O primeiro ponto é que o mercado se move em tendência. Pode parecer besteira, mas isso faz toda a diferença quando você utiliza análise gráfica para ganhar dinheiro na Bolsa de Valores.
Desde nossa infância fomos educados pelos nossos pais a procurarmos “promoções” para podermos comprar algo.
Me lembro de ir ao mercado com minha avó fazer a famosa “compra do mês” (na época a inflação era muito alta no Brasil) e eu e meu irmão pedíamos muitas coisas e lembro da dona Ophelia sempre dizer: “espera ficar mais barato que nós compramos”.
E foi assim desde o início da nossa formação, sempre à procura de promoções, preços mais baratos.
E a Bolsa de Valores, nesse conceito é contraintuitiva, pois se uma ação está muito barata é porque ela reflete a situação atual da empresa.
Por muitas vezes vimos investidores quebrarem a conta tentando comprar uma ação que estava “muito barata”, que já caiu 90% e ela continuar caindo 95%, 98%, até mesmo 99%!!!
Quem aqui não conhece algum investidor que tentou comprar COGN3 quando ela estava barata em R$ 4,00? (hoje cotada em R$ 2,24 e com uma queda de 90% do topo histórico).
Temos também o famoso caso de VIIA3, muito famosa entre os investidores, que já acumula uma queda de 81% nos últimos 12 meses.
Nesse grupo de ações temos ainda VIVR3, IRBR3, GFSA3, OIBR3, PDGR3 – todas com mais de 90% de queda do topo histórico e sem perspectiva de alta.
Oportunidade
Faltou conhecimento técnico ao investidor em diferenciar uma ação “em oportunidade” e uma ação em tendência de baixa.
Existe uma diferença enorme entre um ativo em tendência de alta e tendência de baixa.
Na tendência de alta, procuramos oportunidades no preço para comprar o ativo.
Já na tendência de baixa, procuramos oportunidades para operar “vendido” neste ativo.
Analisando a tendência destes ativos vamos para o segundo conceito que Charles Down nos ensinou que me fez ver o mercado de outra maneira: O gráfico contempla tudo, menos atos de Deus.
Em 25 de janeiro de 2019, houve o rompimento da barragem em Brumadinho. Muitas mortes, um desastre ambiental sem precedentes.
No pregão seguinte, VALE3 caiu 24,52%. Era notório que o papel não estava levando em consideração aquele desastre em sua cotação e o mercado ajustou o preço da ação (incertezas sobre o tamanho do desastre, custos, processos). Somente em 13/01/2020 a VALE3 voltou ao mesmo patamar de cotação.
Esse foi um caso específico onde a cotação da ação não tinha contemplado a tragédia no seu preço.
Na maioria dos casos, o preço da ação contempla tudo, ou seja, aquela empresa que tem um balanço trimestral ruim, com certeza deve estar em queda.
Um dos casos mais recentes foi MGLU3, a queridinha da Bolsa de Valores, desde 2015 com números absurdos de valorização. Desde 2021 ela já caiu 85% e mesmo assim ainda tem um valor de mercado superior a 30 bilhões de reais. O mercado ajustou seu preço.
Meu conselho para quem está começando no mercado ou quem ainda não obteve a consistência desejada no mercado: opere sempre a favor da tendência, ela é sua melhor amiga!!!!
– Fernando Modé
*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.