Balanços 2T22 – Magazine Luiza reporta prejuízo mas indicadores mostram que cenário deve melhorar – ESTOA

Balanços 2T22 – Magazine Luiza reporta prejuízo mas indicadores mostram que cenário deve melhorar


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A maior varejista do Brasil divulgou seu resultado com queda e estabilidade em várias linhas do seu balanço, evidenciando as condições macroeconômicas de um ciclo de altas taxas de juros e inflação alta. Entretanto, pretende convencer o mercado a não olhar apenas para um quadrante trimestral. 

Em um cenário de taxa de juros e inflação altas, a varejista Magazine Luiza quer mostrar aos investidores que não se pode olhar apenas para o período trimestral, mas sim observar os últimos três anos passados. 

Com resultados abaixo da expectativa de muitas casas de análise, a empresa divulgou um desempenho com queda, mas que em contrapartida mostraram estabilidade em alguns pontos do documento divulgado ao mercado nesta quinta-feira (11)

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Nas últimas linhas do balanço, o prejuízo ajustado foi de R$112,1 milhões, revertendo um lucro líquido ajustado de R$89,1 milhões no mesmo trimestre do ano passado.

O patrimônio líquido foi de R$1.20 bilhões em junho/22. Em função de ajustes requeridos pelo IFRS, especificamente provisões complementares de acordo com a expectativa de perda líquida de seus efeitos tributários, o patrimônio líquido da Luizacred para efeito das demonstrações financeiras do Magalu foi de R$797,6 milhões. 

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Vendas

As vendas no e-commerce que resultam das realizadas em seu próprio site e no marketplace chegou a R$10 bilhões, alta de 2% em relação ao mesmo período anterior. Nos últimos três anos foi registrado uma alta de 61%.

A receita total de vendas atingiu R$14 bilhões no segundo trimestre de 2022, registrando uma alta de 1%. No patamar médio dos últimos 3 anos, o resultado é uma alta de 34%.

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O ganho de marketshare foi impulsionado pela performance do app, com 37,8 milhões de usuários ativos mensais, além da entrega mais rápida para 1P e 3P, a evolução da base de sellers e das novas categorias. 

O documento também divulgou que a empresa bateu a margem de 200 mil selles, um desempenho tímido, mas atingiu R$3,6 bilhoes em vendas, registrando 22% de alta comparado ao segundo trimestre de 2021. Na média dos últimos três anos, as vendas avançaram 84%.

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Em contrapartida, a companhia avançou em outro indicadores. A geração de caixa operacional ficou em R$1,3 bilhão. Assim, o caixa líquido ajustado aumentou em R$554 milhões para R$2,1 bilhões. A explicação da companhia para tal resultado foi a variação de capital de giro,a redução de estoques e o aumento no saldo dos fornecedores. A posição de caixa total em junho/22 foi de R$9,0 bilhões, considerando caixa e aplicações financeiras de R$1,9 bilhões e recebíveis de cartão de crédito disponíveis de R$7,1 bilhões. 


O crescimento das vendas, especialmente do marketplace, em conjunto com o aumento da margem bruta, contribuiu para o EBITDA ajustado, que atingiu R$492,1 milhões no 2T22. A margem EBITDA ajustada foi de 5,7% no 2T22, avançando 0,6 p.p. comparada ao 2T21. No 2T22, o resultado líquido ajustado foi negativo em R$112,1 milhões, influenciado principalmente pelo aumento da taxa de juros no período. 

O resultado do segundo trimestre de 2022 reflete principalmente nas condições macroeconômicas, nas quais tem prejudicado principalmente as empresas varejistas. “Houve uma mudança macroeconômica relevante no passado. A inflação subiu muito rápido e houve um aumento alto na taxa de juros. São mudanças que necessitam de ajustes dentro da empresa”, disse Vanessa Papini, gerente de relações com investidores do Magazine Luiza.

Esses ajustes, refletiram no aumento no custo dos produtos e no prazo médio de venda. “Era mais comum oferecer vendas em 18 ou 24 vezes sem juros há um ano atrás. A gente não consegue mais praticar este tipo de campanha”, diz Papini.

Conta digital da Magazine Luiza

A conta digital do Magalu, o MagaluPay, já alcançou a marca de 5,7 milhões de contas abertas em junho/22, representando um aumento de 627 mil novas contas no trimestre com o sucesso da campanha do “Pix da Lu”. 

“Nossa solução de maquininhas continua evoluindo. No 2T22, diversas melhorias foram realizadas, dentre elas a integração com a Conta Digital PJ e redução dos prazos de liquidação aos clientes. Elas têm sido destaque na Caravana Parceiro Magalu, onde milhares de pequenos varejistas brasileiros podem ter suas lojas físicas conectadas ao e-commerce, na mesma plataforma, beneficiando-se de gestão única de vendas, fiscal e controle de estoque.”

A expectativa de Magalu é que nos trimestres subsequentes possam apresentar resultados mais otimistas, por alguns motivos, dentre eles a copa do mundo, motivo esse que deve impulsionar as vendas. Segundo a Associação Brasileira de Varejo (ABV), as vendas para o setor devem registrar uma alta de 12% maiores no segundo semestre em relação aos primeiros seis meses passados.

Já bancos como Goldman Sachs e Morgan Stanley reduziram as estimativas para Magazine Luiza. A justificativa é uma possível queda de 4% no GMV da indústria até o crescimento de 13% registrado no primeiro trimestre. O consumo mais lento e forte inserção das concorrentes como shopee e mercado livre, acabam por reduzir a participação de Magalu no mercado.