Como escolher a melhor opção em renda fixa? – ESTOA

Como escolher a melhor opção em renda fixa?


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Como vimos, investir em Renda Fixa não significa que precisamos investir somente naquele CDB que o banco oferece ou somente em Tesouro Direto. Dentro desse segmento, podemos contar com uma variedade de produtos que nos possibilitam diversificar nossa carteira tanto no quesito de risco como no quesito de setor da economia.

E lembre-se, diversificação é uma das palavras mais importantes no mercado financeiro quando estamos falando em diminuir risco do nosso patrimônio.

Sendo assim, vamos passar aqui os principais produtos dentro da Renda Fixa para entendermos quais as características de cada um para assim adequar nossos investimentos de acordo com nosso perfil e objetivo.

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Tesouro Direto

São títulos emitidos pelo Governo para levantar recursos para financiar suas atividades no país, como educação, infraestrutura, saúde, segurança, etc.

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Esse é considerado o investimento mais seguro, justamente pelo emissor ser quem é, o Governo, pois no limite esse emissor poderia emitir mais dinheiro para pagar essas dívidas que ele contraiu para investir nas suas atividades, e assim a chance de quem emprestou dinheiro para ele ficar sem receber é muito baixa.

Claro, que isso não é bom para o país por uma série de motivos, porém isso é levado em consideração pelos investidores na análise do risco entre uma opção e outra.

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Dentro dos títulos públicos temos 3 opções:

– Tesouro Selic

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– Tesouro Prefixado

– Tesouro IPCA

Vamos detalhar cada um deles em um post dedicado a esse produto.

CDB (Certificado de Depósito Bancário)

Assim como o Governo emite títulos para financiar suas atividades, os bancos podem fazer o mesmo. Os CDBs são títulos emitidos pelos bancos e através dessas emissões essas instituições conseguem levantar recursos para financiar suas atividades como empréstimos pessoais, fluxo de caixa, etc.

Ou seja, os bancos pegam dinheiro emprestado do investidor para utilizar em seus projetos e em troca devolvem esse valor com o acréscimo de juros.

O CDB tem uma grande vantagem em relação aos outros de Renda Fixa que é a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) em até R$ 250.000. Isto é, caso o investidor aplique em um CDB do banco X e essa instituição venha a falir, o investidor conseguirá reaver o seu investimento até esse limite.

Por isso o CDB é considerado um dos investimentos mais seguros do mercado. Esse limite é de R$ 250.000 por emissor e R$ 1.000.000 por investidor. Ou seja, se você dividir R$ 1.000.000 em 4 CDBs de diferentes bancos e os 4 bancos falirem, você conseguiria reaver a quantia de R$ 1.000.000.

LC (Letras de Câmbio)

As LCs funcionam da mesma forma que os CDBs, porém a diferença aqui é que os emissores não são os bancos, mas sim as financeiras, que são instituições financeiras de menor porte que funcionam basicamente para oferecer empréstimos e/ou financiamentos de bens e não possuem conta corrente, caderneta de poupança e alguns outros produtos oferecidos pelos grandes bancos.

Portanto, essas empresas captam recursos através das LCs, por exemplo, e emprestam para o mercado.

As LCs não são isentas de IR, porém possuem a cobertura do FGC, assim como os CDBs.

LCI (Letra de Crédito Imobiliário) / LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)

As LCIs e LCAs são títulos que também são emitidos pelos bancos, assim como os CDBs, porém aqui temos 2 grandes diferenças entre as 2 classes:

– Isenção de IR

– Finalidade dos recursos

Ou seja, as LCIs e LCAs são isentas de IR e essa é a grande vantagem dessa opção quando comparadas com as outras classes. Além disso, elas também possuem a cobertura do FGC, o que torna esse investimento um pouco mais seguro que outros que não possuem.

Os recursos levantados pelos bancos, nesse caso, não serão utilizados para suas atividades diárias ou quaisquer. Eles serão destinados exclusivamente aos setores Imobiliário e Agronegócio. Ou seja, quando investimos em uma LCI ou LCA estamos financiando indiretamente o desenvolvimento desses 2 setores no país. Essa é uma excelente opção para diversificação dentro da Renda Fixa.

CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) / CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)

Os CRIs e CRAs são títulos relacionados ao mercado imobiliário e agro, respectivamente, assim como as LCIs e LCAs, porém aqui temos a diferença entre essas 2 classes nos seguintes pontos:

– Emissor

– Cobertura FGC

Ou seja, nos CRIs e CRAs quem emite esses títulos são as securitizadoras e não os bancos. Além disso, essa classe não possui a cobertura do FGC.

Por outro lado, a isenção de IR que temos nas LCIs e LCAs também está presente aqui. Portanto quem investe nos CRIs e CRAs está correndo um pouco mais de risco, quando comparado com outros investimentos de Renda Fixa, porém possui a grande vantagem de ser isento de IR.

Debêntures

As debêntures são títulos emitidos por qualquer outra empresa que não seja do setor financeiro ou o Governo. Esses títulos servem para essas empresas levantarem capital para financiar seus projetos (construção de fábricas, expansão da operação, etc.) ou para pagamento de suas dívidas anteriores.

Essa classe não possui a cobertura do FGC e, via de regra, não possuem a isenção de IR. Exceto, as debêntures incentivadas, que são os títulos emitidos com a finalidade de investimento em setores estratégicos para o desenvolvimento do país, como por exemplo rodovias, saneamento, entre outros. Essas debêntures incentivadas possuem a isenção de IR por esse motivo.

Poupança

Esse, provavelmente, é o investimento mais popular no Brasil. Oferecido pelos grandes bancos, essa classe tem a fama de ser a mais segura de todas. Porém, isso não é verdade.

Não quer dizer que seja arriscada, pelo contrário. É realmente segura, porém não é a mais segura que temos disponibilidade hoje em dia.

A poupança possui a cobertura do FGC e também é isenta de IR. Porém, um detalhe aqui é que sua rentabilidade não varia de banco para banco, ela já é determinada pelo Governo e esse, talvez, seja o grande calcanhar de Aquiles desse produto, pois essa rentabilidade não é tão atrativa quando comparada com as oferecidas por outros produtos de Renda Fixa com características semelhantes.


Para os depósitos feitos a partir de Maio/2012, quando as novas regras começaram a valer, o rendimento da poupança passou a ser de 0,5% ao mês mais a variação da TR (taxa referencial) se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano. Quando estiver igual ou abaixo desse valor, a rentabilidade será igual a 70% da Selic mais a variação da TR. Quem possui depósitos anteriores recebe rendimentos como antigamente: 0,5% ao mês mais a variação da TR.

Quando comparamos esse cálculo com o cálculo da rentabilidade de outros investimentos, ele acaba ficando bem aquém. Por isso, hoje em dia, existem tantos movimentos de corretoras e especialistas independentes em prol da retirada desses recursos da poupança para a aplicação em outra opção mais rentável para o investidor.

Outra característica importante é que a rentabilidade da poupança só é creditada para o investidor 1x por mês, no mesmo dia em que a aplicação foi feita do mês seguinte. Por exemplo: se fizermos um depósito no dia 05, os rendimentos só serão depositados em nossa conta no dia 05 do mês seguinte. Se precisarmos resgatar o dinheiro até o dia 04 do mês seguinte, resgataremos o mesmo valor depositado no mês anterior.

Agora que sabemos como funciona cada produto de Renda Fixa, como escolhemos a melhor opção?

Como qualquer investimento em nossa vida, a Renda Fixa também apresenta seus riscos, e para nos auxiliar nessa avaliação temos uma ferramenta chamada Rating que nada mais é do que uma classificação dada por algumas empresas independentes (Standard & Poor’s, Moody’s, Fitch) do mercado para sabermos qual o nível do risco que a empresa emissora do título tem de não honrar suas dívidas (ou seja, não nos pagar de volta o investimento feito).

Portanto, na hora de avaliarmos as opções de investimentos, é prudente escolhermos as empresas com boas avaliações de rating. As notas vão de “C” (ou “D” em algumas) até “AAA”, sendo “AAA” a melhor classificação possível e “C” o mais arriscado.

No entanto, cada pessoa tem o seu perfil e objetivo. Não quer dizer que uma empresa classificada como “C” não pagará suas dívidas. Quer dizer que entre ela e outra empresa classificada como “AAA”, a segunda tem maior probabilidade de pagar do que a primeira.

Por isso, vamos nos deparar com diferentes taxas de retorno oferecidas para um mesmo produto de Renda Fixa de diferentes emissores. Isto é, o emissor mais arriscado (“B”, por exemplo) deverá oferecer uma taxa de retorno maior do que o emissor menos arriscado (“AA”, por exemplo) em um mesmo produto com mesmo prazo (CDB com vencimento em Ago/25, por exemplo).

Perfil e objetivo

Resumindo, cada investidor tem o seu perfil e seu objetivo. Portanto, não existe investimento certo ou errado, mas sim o mais adequado para aquele investidor. O que importa é estarmos cientes do que estamos fazendo e como aquele produto funciona.

Portanto, na hora de escolher seu investimento avalie a taxa de retorno oferecida, o prazo de vencimento e o rating da empresa. Faça o cálculo dos retornos levando em consideração a isenção de IR, caso uma das opções tenha essa vantagem. Diversifique, sempre que possível, em produtos e segmentos.

Planeje-se para não precisar resgatar o investimento antes do vencimento.

Bons investimentos!