Como escolher uma empresa para investir? – ESTOA

Como escolher uma empresa para investir?


Advertisement


Advertisement


Há investidores velhos e investidores ousados, mas não há investidores velhos e ousados“. (Howard Marks)

Essa é uma das minhas frases favoritas. O livro “O mais importante para o investidor”, Howard Marks fala muito sobre a arte de investir. Mas algo que se repete muito é a importância da segurança ao investir. Investir em ativos baratos, por exemplo, é essencial para o investidor de longo prazo. Inclusive, hoje vamos falar sobre como escolher uma boa empresa para investir.

Em um país de juros altos como o Brasil, saber escolher ações é algo completamente essencial, já que o custo de oportunidade também é mais alto. Explico melhor. Nos Estados Unidos, mais da metade da população investe na bolsa de valores e isso não é coincidência. Lá, os juros são historicamente baixos, fazendo com que investir em títulos do governo, os chamados treasury bonds, seja algo que não irá trazer grandes retornos.

Advertisement



No caso brasileiro, com histórico de grande inflação e juros também altos, isso se inverte. Hoje, nem mesmo 10% da população investe na bolsa, apesar de que estes números estão crescendo. Grande parte disso é em função da desinformação e essa é a razão deste artigo.

Advertisement


Por óbvio, não é em um artigo que se vai esgotar todo o tema sobre como analisar uma ação. Pode-se passar, literalmente, uma vida estudando sobre este tema. Entretanto, vou dizer alguns critérios essenciais no meu método de análise. É importante notar também que este método é para o caso brasileiro e para escolher ações individualmente. Cada país e cada tipo de ativo exige uma abordagem diferente.

Critérios para escolher o seu investimento

O primeiro critério é a escolha de setor. Setores como o setor elétrico, financeiro, saneamento e petroquímico são excelentes, já que são setores muito perenes que tendem a performar bem no tempo. Claro, empresas varejistas e de tecnologia podem entregar muito valor aos seus acionistas, como foi o famoso caso da Magazine Luiza. Entretanto, lembre-se dos riscos envolvidos. 

Advertisement


O segundo critério é a empresa em si. Eu gosto de me perguntar: essa empresa vai viver mais do que eu? É uma pergunta um pouco diferente de se fazer, mas me ajuda muito no meu pensamento de longo prazo. Podemos lembrar que o Banco do Brasil está funcionando desde o Século XIX e ainda entregou bons dividendos no último ano, em 2021. Impressionante, para dizer o mínimo.

O terceiro critério é o lucro crescente. Empresa é lucro, ponto. Sim, startups podem crescer dramaticamente, mas se não começarem a dar lucro em algum momento, não vão sobreviver ao capitalismo, simples assim. 

Advertisement


O quarto, mas não menos importante, é o preço. Mesmo o melhor negócio pode ser ruim, pelo preço errado. Uma excelente casa, que vale cem mil reais, comprada por duzentos, é um negócio ruim. Quanto mais caro um ativo, mais arriscado é. Indicadores como o preço da ação dividido pelo valor patrimonial e o preço sobre o lucro podem dar insights valiosos. Uma dica é comparar ações do mesmo setor. Não vá comparar uma empresa de energia elétrica, como a Taesa, com as Lojas Renner.

Como dito anteriormente, não se tem aqui como objetivo esgotar o tema, mas com esses critérios o investidor já pode ter um norte sobre como minha estratégia funciona.

-Daniel Campos

*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.