Como lidar com as altas e baixas nos investimentos? – ESTOA

Como lidar com as altas e baixas nos investimentos?


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O mercado de investimentos de renda variável é, sempre foi e sempre será volátil, feito de altas e baixas, porém, em alguns momentos essas variações ficam mais constantes e intensas, fazendo com que até mesmo os investidores mais experientes fiquem um tanto quanto desconfortáveis com as quedas, logo, é fundamental, tanto o investidor iniciante ou até mesmo o mais avançado, entender como pode lidar melhor com essas variações.

Aliás, até quem ainda não investe neste tipo de mercado precisa entender, pois certamente em algum momento chegará a sua vez. Sem contar que existem quedas (e riscos) também no mercado de renda fixa, mas este é um assunto para uma próxima coluna!


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Variação da taxa Selic

De 2021 para cá, a taxa básica de juros (Selic) saiu de 2% aa. para 13,75% aa, fazendo com que a renda fixa, especialmente durante este ano de 2022, ganhasse mais atratividade e, por sua vez, a renda variável perdesse um pouco da sua, porém, há diversos outros fatores (políticos, racionais e não racionais) que causam as tantas oscilações, positivas e negativas, na Bolsa de Valores. Apesar do índice Bovespa estar com um resultado acumulado positivo em 2022, de aproximadamente 113 mil pontos agora em novembro no momento que escrevo essa coluna, em meados de junho chegou a cerca de 108 mil pontos, ou seja, uma oscilação de cerca de 12%.

Embora já tenhamos a definição das eleições e do novo Governo que assumirá a presidência do Brasil nos próximos 4 anos, há ainda bastante indefinições e incertezas políticas, especialmente no que diz respeito à economia, o que ainda tem afetado este mercado.

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Além disso, apesar das expectativas atuais serem de que o ciclo de alta da Selic tenha se encerrado e que devemos entrar num ciclo de queda a partir de 2023, conforme os últimos boletins Focus do Banco Central (Bacen), a Renda Fixa deve manter sua atratividade em alta por mais um tempo, fazendo com que seja possível para os investidores obter um retorno um tanto quanto atrativo (e acima da inflação) sem assumir tantos riscos quantos os assumidos na Renda Variável.

Já dizia um dos maiores investidores de todos os tempos, Warren Buffet, “quedas de preços são uma oportunidade para aumentar suas posições”, logo, a máxima “toda crise traz oportunidades”, é bastante verdadeira também no mundo dos investimentos, então precisamos manter a racionalidade para encontrá-las e aproveitá-las.

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Outra frase de Buffet muito propícia para termos sempre em mente e nos ajudar a lidar com essas variações é “tenha medo quando os outros são gananciosos e seja ganancioso quando os outros estão com medo”, afinal, “quanto mais tolo for o comportamento do mercado, maiores serão as oportunidades para o investidor ‘empresarial’ (de verdade)”.

Não é fácil e nem simples ignorar tantas (e muitas vezes tão altas) quedas que geram além de medo, desconforto, muitas incertezas, nem mesmo para os investidores mais experientes e profissionais, mas como dizia Buffet “a incerteza, na verdade, é amiga do comprador dos ativos de longo prazo” e, como a Renda Variável é essencialmente com foco para o Longo Prazo, precisamos usar isso a nosso favor.

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Buffet sabiamente também disse “você só vê quem estava nadando pelado quando a maré baixa”, ou seja, é durante tempos difíceis que os vencedores – e perdedores – ficam expostos. Nestes momentos, é que identificamos aqueles investidores que eu, particularmente, chamo de “investidores de verdade”, que realmente sabem o que estão fazendo, que podem até se desesperar, mas não agem por impulso e não esquecem dos fundamentos das suas decisões de investimentos!

Agora que nos inspiramos e já acalmamos um pouco nossos corações com as frases do maior investidor de todos os tempos, vamos às dicas adicionais que preparei que irão ajudá-los a lidar melhor com as altas e baixas dos investimentos!

Dicas para lidar com a volatilidade dos investimentos

  1. Tenha muita clareza do seu perfil de risco de investidor e dos seus objetivos, tanto para o curto, médio e longo prazo;
  1. Entenda (de verdade) o que está fazendo e em que está investindo. Parece óbvio, mas você não deve investir onde não conhece minimamente todas as características e riscos do investimento a ser escolhido! Lembre-se que o melhor investimento é aquele que te deixa confortável (e está alinhado com seu perfil e objetivos);
  1. Grande parte da Renda variável é composta por ações que são empresas (ativos), ou seja, você está fazendo parte de um negócio. Sólido, com fundamentos. A queda de preço não significa que o ativo/negócio perdeu seus fundamentos;
  1. A volatilidade, que indica a frequência e a intensidade das oscilações de preço de um ativo, faz parte. Quanto mais volátil um investimento, maior o seu risco. Tenha certeza de que nada sobe e nada cai para sempre;
  1. Tenha uma diversificação estratégica que visa maximizar ganhos e minimizar perdas;
  1. Lembre-se sempre: Ações e FIIs (principais ativos de Renda Variável) são para Longo Prazo, logo não há motivos para se desesperar e pensar em vender os ativos na baixa, EXCETO se as empresas/ativos investidos tiverem perdido qualidade para o futuro, daí faz sentido avaliar a venda; 
  1. Tenha controle e inteligência emocional, que envolve: reconhecer as emoções, observar os momentos que despertam cada um dos sentimentos: da euforia à decepção, fugir do efeito manada (que é quando várias pessoas reagem de forma similar, mesmo que irracionalmente, por uma “pressão” exercida pelo grupo) e não agir por impulsos;
  1. Não se esqueça dos seus objetivos e fundamentos, aquilo que levou você a escolher determinado(s) ativo(s);
  1. Fuja de opiniões e foque em DADOS (números);
  1. Busque analisar de forma racional (analisando dados/números) os movimentos de alta e queda e veja se realmente existem motivos concretos para tal variação (seja positiva ou negativa);
  1. Nas decisões de investimentos, leve em consideração além da rentabilidade, a liquidez, o preço, o risco e a relação risco vs. retorno, além de outros índices financeiros de acordo com o ativo;
  1. Evite ficar olhando as cotações em dias que você sabe que está em queda, naqueles momentos mais turbulentos. Não tem necessidade olhar todos os dias;
  1. Mantenha o foco no seu planejamento e nos seus objetivos;
  1. Sempre que possível, busque ajuda de algum profissional isento e de sua confiança, assim, além de se sentir mais seguro(a) com seus investimentos, os fundamentos serão mais embasados, técnicos e validados;
  1. Por fim, como o próprio nome já diz, a Renda Variável, varia! Altas e baixas simplesmente fazem parte deste tipo de investimento. Se você não tem “estômago” para enfrentar essas oscilações, está tudo bem, não invista até que tenha, enquanto isso, procure as melhores opções na Renda Fixa.

E aí, gostou dessas dicas? Eu não somente espero que sim, como espero, de verdade, que todas essas elas realmente te ajudem a lidar melhor com as altas e baixas nos investimentos, especialmente os de Renda Variável! 

-Daniela Monteiro

*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.