FI-Infra: “Investindo na Modernização da Infraestrutura” – ESTOA

FI-Infra: “Investindo na Modernização da Infraestrutura”


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A infraestrutura desempenha um papel vital no progresso econômico e social de qualquer nação. Desde a conectividade de alta velocidade até o fornecimento de energia confiável, passando pela mobilidade eficiente e saneamento básico adequado, uma infraestrutura moderna é essencial para atender às necessidades crescentes da sociedade contemporânea. No entanto, a atualização e expansão da infraestrutura requerem investimentos substanciais, tanto em termos de capital quanto de expertise.

Para incentivar a realização de alguns serviços de infraestrutura, o Governo Federal, Estadual ou Municipal realiza leilões ou concede autorizações para empresas. Com isso, essas empresas emitem títulos de dívida para captar recursos para a realização das obras, chamados de debêntures. Normalmente debêntures são títulos com rendimentos que seguem a tabela do Imposto de Renda, porém as debêntures incentivadas são isentas. 

É nesse contexto que os FI-Infra surgem como protagonistas. Este tipo de fundo precisa investir 85% de seu capital nas debêntures incentivadas, justamente para o incentivo da criação e investimentos em projetos de infraestrutura no país.

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O que são os FI-Infra?

FI-Infra segue o mesmo racional dos demais tipos de fundos, tendo a presença do gestor, do administrador, das taxas de administração e performance como foi detalhado nesse texto. 

Por investir em debêntures, que são títulos de renda fixa, os FI-Infra são considerados fundos de renda fixa. Porém, operam sob a forma de condomínio fechado, o que significa que as cotas não podem ser resgatadas, similarmente ao que ocorre com os fundos imobiliários e os fiagros.

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Os fundos de FI-Infra têm uma ampla presença em diversos setores da economia, que abrangem áreas estratégicas que impulsionam o desenvolvimento do país. Eles encontram oportunidades de investimento em setores como geração hidrelétrica, que engloba a construção e manutenção de usinas hidrelétricas e PCHs.

Além disso, os fundos também direcionam investimentos para a geração eólica, um setor em ascensão que tem recebido grandes aportes recentemente, impulsionado pelo movimento de transição para fontes de energia alternativas e sustentáveis. Outra área de atuação dos fundos de Fi-Infra é a geração térmica, que surge como uma alternativa à geração hidrelétrica no país.

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Como investir em FI-Infra?

Os investidores têm a possibilidade de negociar as cotas do Fi-Infra durante as ofertas públicas ou no mercado secundário da B3, da mesma forma que as ações nas plataformas de negociação online disponibilizadas pelas corretoras (home broker). 


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Vantagens de se investir em FI-Infra

Uma das principais vantagens é a dupla isenção de imposto de renda, uma vez que tanto os rendimentos quanto os ganhos de capital são isentos de IR para os investidores pessoa física. Essa característica atrativa proporciona uma maior rentabilidade líquida para os investidores e é uma vantagem em relação aos fundos imobiliários, visto que esses são tributados nos ganhos de capital.

Além disso, os FI-Infra apresentam maior liquidez em comparação com outras alternativas de investimento. A maioria desses fundos permite negociação diária na bolsa de valores, oferecendo aos investidores a possibilidade de comprar ou vender suas cotas quando desejar. Em contrapartida, a venda de debêntures incentivadas antes do vencimento está sujeita à liquidez apenas no vencimento.

Outro aspecto vantajoso é a gestão profissional e a maior diversificação proporcionada pelos Fi-Infra. Mesmo com montantes menores de capital, os investidores têm a oportunidade de diversificar seus investimentos em diferentes projetos de infraestrutura, enquanto uma equipe de gestão especializada monitora o risco de crédito e a performance dos ativos.

Além disso, os fundos de Fi-Infra são considerados como um passivo estável. Por serem fundos fechados, o passivo dos fundos se mantém estável, permitindo que a equipe de gestão se concentre na composição do portfólio de ativos, reduzindo a necessidade de manter grandes volumes de recursos em caixa. Podem ter prazo de vencimento, mas a maioria opta por não ter.

Em momentos de aversão ao risco, os investidores tendem a solicitar o resgate das cotas. No entanto, devido à natureza fechada desses fundos, os investidores não podem resgatar suas cotas imediatamente. Isso permite que o gestor mantenha a carteira de investimentos sem a necessidade de vender debêntures para fazer caixa e honrar os resgates. Essa característica difere dos fundos abertos, onde o gestor seria forçado a vender seus ativos ou parte deles para atender às demandas de resgate dos investidores.

Desvantagens

Assim como em outros fundos, os FI-Infra incorrem em taxas de administração e custódia, o que pode impactar a rentabilidade líquida dos investidores.

Uma outra limitação é o fato de que esses fundos são relativamente novos no mercado, o que resulta em um curto track record, ou seja, um histórico de desempenho limitado. Atualmente, existem apenas doze ativos de FI-Infra sendo negociados na B3, o que reflete a recente introdução desses fundos no cenário financeiro.

Um dos principais riscos é o risco de crédito, quando um dos emissores de títulos em sua carteira não honra com os pagamentos acordados. Essa situação pode levar a uma redução nos fluxos de caixa dos ativos, resultando em uma redução do retorno para o investidor.

Outro tipo de risco a ser considerado são os riscos de mercado. Isso inclui a possibilidade de perdas devido a variações nos preços dos ativos mantidos no fundo, tanto por mudanças internas no mercado como pela variação na cota do próprio fundo. Essas flutuações podem afetar negativamente o valor do investimento.

Como decidir em qual FI-Infra investir?

Uma boa prática, não apenas para escolher um fundo de infraestrutura mas qualquer outro tipo de fundo, é ler cuidadosamente os documentos que acompanham a lâmina do fundo, como o prospecto e o regulamento. Esses documentos contêm informações essenciais que auxiliarão na sua tomada de decisão.

É importante buscar fundos que possuam uma carteira diversificada, a fim de diminuir o risco de crédito de um único emissor ou projeto. Além disso, a diversificação geográfica é um aspecto a ser considerado. Verifique se o fundo possui investimentos em diferentes regiões, pois isso pode ajudar a mitigar riscos relacionados a um mercado específico.

Também é essencial prestar atenção ao perfil do fundo de investimento em infraestrutura que está sendo pesquisado. Existem fundos com viés de High Grade, nos quais a qualidade do crédito na carteira é elevada e, consequentemente, os retornos tendem a ser mais baixos. Por outro lado, existem fundos de High Yield, que possuem opções mais arriscadas, mas oferecem a possibilidade de obter uma rentabilidade maior. Não existe uma opção certa ou errada, apenas diferentes alternativas que se encaixam no perfil de risco do investidor e em seus objetivos financeiros.

Ao considerar esses aspectos e realizar uma análise cuidadosa dos fundos disponíveis, você estará melhor preparado para tomar uma decisão de investimento mais informada e alinhada aos seus objetivos pessoais. As melhores opções são estudar e aprender para realizar a escolha, ou consultar um profissional especializado para obter orientações personalizadas de acordo com suas necessidades e preferências.

-Guilherme Ferreira

*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.