Fundos de Investimento: entenda tudo sobre a modalidade coletiva de aplicação – ESTOA

Fundos de Investimento: entenda tudo sobre a modalidade coletiva de aplicação


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Fundo de Investimento é uma modalidade coletiva de aplicação, um mecanismo de comunhão de recursos. Esses recursos são captados de pessoas físicas ou jurídicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir de diferentes investimentos, de acordo com a proposta do Fundo.

Para facilitar o entendimento, podemos comparar os fundos a condomínios, como em um prédio. Várias pessoas aplicando valores com um objetivo em comum. Os ganhos obtidos com as aplicações são divididos entre os participantes, assim como ocorre com condôminos, porém nesse caso os ganhos  serão proporcionais ao valor depositado por cada um.

A soma do dinheiro dos investidores forma o patrimônio do fundo, o qual é aplicado pelo “síndico do condomínio”, que no caso é um profissional capacitado que tomará as decisões sobre onde e quando aplicar. Este profissional é conhecido como gestor e todas as suas decisões devem respeitar objetivos e políticas predefinidos. 

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 As frações do fundo são conhecidas como cotas, que são como apartamentos do prédio, e os investidores podem ter quantia de cotas de acordo com suas condições de investir e interesses. Por possuir cotas, o investidor de fundos de investimentos é chamado de cotista.

O desempenho dos investimentos escolhidos pelo gestor determinará a valorização ou desvalorização das cotas dos fundos.

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Estrutura de fundos de investimento

O desempenho dos investimentos escolhidos pelo gestor determinará a valorização ou desvalorização das cotas dos fundos. Além deste profissional  já mencionado anteriormente, o fundo conta com profissionais com funções específicas, e é importante para o investidor conhecer essa estrutura para saber o que esperar de cada um e também a quem recorrer em caso de dúvidas ou problemas. 

Administrador

É uma instituição financeira responsável pelas questões burocráticas do fundo. Define as principais características das carteiras, seus objetivos e políticas de investimento. Também é responsável pela divulgação de informações e o cumprimento das normas legais, inclusive fiscalizar o trabalho do gestor.

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Para ser administradora de um fundo de investimento, é necessário que a pessoa jurídica seja autorizada pela CVM para realizar administração de carteira.  

Custodiante

Os ativos são escolhidos e negociados pelo gestor, porém ficam sob custódia de uma empresa contratada para exercer essa função, com o intuito de manter a segurança dos investimentos.

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Além de manter a custódia dos papéis, o custodiante também responde pelos dados e pelo envio de informações do fundo ao gestor e ao administrador.

Auditor

Uma empresa especializada, independente, contratada pelo administrador que tem função de analisar demonstrações financeiras da carteira, documentos e outras informações importantes. É um dos pré-requisitos para que o Fundo de Investimento possa funcionar dentro da legalidade.

O objetivo desse trabalho é garantir aos investidores que a administração está ocorrendo dentro das regras e normas estabelecidas, dando transparência ao mercado. O auditor deve ser devidamente registrado junto à CVM para poder exercer suas funções.

Distribuidor

O distribuidor é a entidade responsável por se relacionar com quem investe do fundo. Normalmente são bancos e corretoras de valores. 

São essas instituições que “vendem” as cotas aos interessados e podem ter ou não ligação com o administrador do fundo.

Assembleia geral de cotistas

Embora a maioria das decisões administrativas e de investimento do fundo sejam tomadas pelo administrador ou pelo gestor, algumas questões só podem ser decididas em uma assembleia geral de cotistas.

Ocorrem em situações extraordinárias como alterações na política de investimento e no regulamento do fundo; na forma de cálculo das taxas e substituição do administrador, gestor ou custodiante.

Além dessas situações, ocorrem as assembléias ordinárias, realizadas anualmente para que os cotistas analisem e deliberem sobre as demonstrações contábeis do fundo. 

O administrador, o gestor, o custodiante, o cotista ou grupo de cotistas que detenha, no mínimo, 5% do total de cotas emitidas poderão convocar a qualquer momento uma assembleia geral de cotistas. 

Os cotistas devem ser convocados por correspondência com pelo menos dez dias de antecedência e cada cota do fundo dá direito a um voto. O resumo das decisões deve ser informado em até 30 dias.

Tipos de fundos

O regulamento e as estratégias adotadas pelo fundo dependem primeiramente do tipo de fundo escolhido.

Fundos Abertos – Permitem a aplicação e resgate a qualquer tempo, diretamente pela plataforma do distribuidor (corretora ou banco), bastando ao gestor definir a movimentação dos ativos e cotas correspondentes às aplicações ou resgates. Não possuem data de vencimento.

Fundos Fechados – Os resgates são permitidos somente em momentos previamente determinados. É iniciado em períodos de captação de recurso, e quando este se encerra, a entrada de novos cotistas fica bloqueada e investimentos de novos valores pelos antigos cotistas também.


Caso o investidor queira se desfazer das cotas e reaver o valor investido, a forma de fazer isso é vendendo-as a outro investidor ao preço de mercado (enquanto estiver valendo no momento, que pode ser maior, menor ou igual ao valor investido). São negociados em bolsa de valores, como ETFs e Fundos Imobiliários.

Além de abertos ou fechados os fundos também podem ser divididos em:

Fundos Passivos – Tem como objetivo acompanhar o benchmark como o Ibovespa ou o CDI e muitas vezes é operado por robôs.  São os Exchange Traded Funds (ETFs).

Fundos Ativos – Tem o objetivo de superar seu Benchmark, assumindo algumas posições mais arriscadas que o mesmo, para buscar maior rentabilidade.

Classificação

Os fundos de investimento são classificados de acordo com as aplicações que predominam na carteira e das estratégias que adotam. 

Fundo cambial

Um Fundo cambial deve ter pelo menos 80% de seus ativos relacionados à variação de preços de moedas estrangeiras.Os mais conhecidos são os fundos cambiais de dólar, que procuram acompanhar a cotação da moeda americana.

São uma forma simplificada do investidor poder ter acesso a ativos do exterior sem precisar abrir conta em alguma instituição estrangeira.

Fundo de ações

Um fundo de ações deve investir no mínimo 67% do patrimônio em ações negociadas em mercado de bolsa ou balcão organizado. 

São um tipo de fundo mais arrojado, já que estão expostos à variação do preço dos papéis incluídos na carteira.

Costumam ser indicados a quem tem objetivos de longo prazo, já que apesar de estar mais exposto à riscos, também possuem maior expectativa de retorno.

Fundo de Renda Fixa

Um fundo de renda fixa deve aplicar pelo menos 80% dos recursos em ativos de renda fixa. É um tipo de fundo mais conservador e de menor risco, sendo mais indicado a clientes com este tipo de perfil. O principal fator de risco é a variação da taxa de juros ou de índices de preços.

Os fundos DI são os mais comuns entre os fundos de renda fixa e fazem aplicações, geralmente em títulos do governo federal, tendo como benchmark o CDI. 

Fundo Multimercado

Esse é o tipo de fundo com maior variação, pois como o próprio nome diz, pode investir em diversos tipos de mercado diferentes podendo incluir aplicações de renda fixa, câmbio, ações, derivativos e o benchmark será definido de acordo com a composição da carteira. 

Geralmente apresentam risco menor do que fundos de ação, porém maior do que fundos de renda fixa.

Como escolher um fundo de investimento

O primeiro passo para a escolha é ler a lâmina de informações essenciais das carteiras do interesse do investidor. Esse documento é uma espécie de resumo que procura simplificar a apresentação das principais informações do regulamento e do prospecto dos fundos. 

Deve ser de fácil compreensão, conter a rentabilidade dos últimos cinco anos, a composição da carteira, as taxas cobradas e seu nível de risco, ser atualizada mensalmente e o administrador deve divulgar a lâmina atualizada de cada fundo em seu site, com acessibilidade a qualquer investidor.

Após a leitura da lâmina fica mais fácil avaliar perfil e risco do fundo, que devem estar congruentes ao objetivo e realidade do investidor. 

Resgate

Outro aspecto a ser considerado é o prazo de resgate das cotas. Se no regulamento estiver constando que a data de conversão ocorre em D+1, significa que o pagamento do resgate ocorrerá um dia útil após a data da solicitação. Dependendo da carteira, o prazo pode ser bastante variado como D+10, D+30 ou até D+90. O valor a ser resgatado será o da data de resgate e não o da data o qual foi solicitado.


Taxas

Os percentuais das taxas cobradas pelos fundos devem ser considerados também na escolha do fundo, pois tem impacto sobre a rentabilidade líquida obtida pelo investidor. A principal delas é a de administração, presente em qualquer tipo de fundo. 

Há também as taxas de performance, que são cobradas somente em casos em que o fundo superou seu benchmark, ou seja, é um estímulo para que o gestor entregue resultados melhores, portanto os fundos que possuem esse tipo de taxa costumam apresentar rentabilidade superior.

Histórico

Embora rentabilidade passada não seja garantia de rentabilidade futura, sua análise ajuda a identificar como a carteira se comporta em períodos distintos, em épocas de mercado em alta, ou nos períodos de crise.

Vale a pena investir em um fundo de investimento?

Esta modalidade tem por objetivo baratear os custos do investimento, pois estes são diluídos entre todos os membros e permite aos investidores aplicarem pequenos valores. Essa junção dos valores permite uma aplicação com maior diversificação, liquidez e ganhos de escala.

Fundos de investimentos podem ser considerados os verdadeiros donos do mercado de investimentos, pois são capazes de investir trilhões de dólares, valores muito acima da realidade de qualquer pessoa física.

Contudo, como qualquer tipo de investimento, há fundos bons e ruins, e há aqueles que atendem ou não a necessidade de cada investidor. Um ponto muito importante a ser considerado é se o investidor aplicando seus recursos sozinho é capaz de obter retorno próximo ao do fundo, pois se isso ocorrer, pode não valer a pena essa opção por conta das taxas. 

Para investidores que não tem um amplo conhecimento do mercado ou não tem tempo para o acompanhamento, investir por meio de um fundo facilita a situação, já que é uma forma de se “delegar” a escolha de seus investimentos a um profissional qualificado para esta função.

– Guilherme Ferreira

*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.