Investimentos: cenário externo e o mercado de trabalho americano – ESTOA

Investimentos: cenário externo e o mercado de trabalho americano


Advertisement


Advertisement


A maior preocupação dos investidores, hoje, além da inflação, é a possível recessão que pode estar se aproximando da economia americana (embora as duas quedas consecutivas do PIB nos 2 primeiros trimestres do ano já indiquem uma recessão técnica).

Eles parecem estar antecipando uma desaceleração da economia, com maior desemprego, porém, com lucros corporativos estáveis.

Com um cenário adverso, de taxas de juros se elevando em várias economias desenvolvidas e emergentes, a guerra entre a Rússia e Ucrânia, que culminou no aumento do preço do petróleo e dos alimentos, e também as condições desfavoráveis da economia chinesa, que vem enfrentando uma desaceleração devido aos lockdowns e a crise no setor imobiliário, é provável que o crescimento econômico seja de fato menor, e com uma “recessão” nos lucros.

Advertisement


Saúde do mercado de trabalho dos Estados Unidos

Podemos ver que está bem resiliente e robusto, e temos alguns fatores que o ajudam a se manter forte:

-Força atual: em julho, o Payroll, relatório de vagas de emprego não agrícolas, divulgado sempre na primeira sexta-feira do mês, veio acima do esperado, com a criação de 528.000 novas vagas no mercado de trabalho, contra uma expectativa de 250.000 vagas.

Advertisement


Em alguns dados, como o número de vagas de emprego por candidato, as taxas de desistência e as diferenças salariais entre os que mudam de emprego e os que permanecem, sugerem que o mercado está mais apertado. O rastreador de salários do Fed de Atlanta indica uma taxa de crescimento de 7,2%.


Advertisement


-Mudanças estruturais: Durante a pandemia, houve choques estruturais na oferta de trabalho. Embora o mercado de trabalho esteja retornando ao pico de fevereiro de 2020, com 164 milhões de trabalhadores, ainda está a quase 7 milhões abaixo do nível pré-pandêmico.

Fatores como o aumento do número de aposentados durante o auge da pandemia e mortes relacionadas ao COVID contribuem para este déficit.

Advertisement


-Espaço para queda na demanda: o indicador conhecido como Curva de Beveridge, sugere que a oferta de trabalhadores é bem restrita, pois um número crescente de vagas em aberto em relação à taxa de desemprego, não está atraindo a reentrada no mercado de trabalho; com isso, poderíamos ter uma redução das vagas e um aumento tímido no desemprego – dinâmica essa que sustentaria um crescimento salarial e consumo.

Paciência e prudência 

Enquanto isso então, os investidores devem observar com muita cautela o mercado de trabalho e evitar alguns vieses que os levem a perseguir oportunidades que estão profundamente enraizadas em determinados resultados econômicos ou políticos.

O melhor conselho dos analistas de plantão é: seja paciente, cauteloso e use seus recursos apenas de forma oportunista! E diversifique, sempre!

– Flávia Davoli

*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.