Mercado do milho e o recorde de exportações em 2022

Nas últimas semanas de 2022 o mercado entrou em um ritmo mais lento devido à proximidade do fim de ano, quando as negociações costumam perder tração e a disponibilidade do cereal começa a ficar menor, isto fez com que a demanda começasse a migrar para os EUA. 

As inspeções semanais de milho para exportações estão em 743,42 mil toneladas e a ANEC (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) projeta que 43,9 milhões de toneladas foram exportadas em 2022, mas a previsão para o ano é de chegar nos 45 milhões de toneladas.

Fatores que beneficiaram o milho

O recorde deriva de várias situações favoráveis ao mercado do Brasil, como os prejuízos nas exportações da Ucrânia por causa do conflito com a Rússia, a Europa e os EUA com safras menores e ainda a baixa do rio Mississippi que prejudicou a logística americana, tudo isso trouxe o mercado internacional para comprar do Brasil.

E ainda podemos contar com o setor alimentício que aumentou sua produção nacional de suínos e aves que consomem o cereal e o aumento das usinas que utilizam o grão para produção de etanol.

Para o Brasil ainda podemos ver mais altas no mercado doméstico devido às altas exportações e baixa comercialização dos produtores, à espera desse movimento podemos encontrar muitos agricultores que já venderam pelo menos parte da sua produção para proteção de seus custos, e estão comprados no mercado financeiro para aproveitar essa possível alta.

Para a safra de verão que está em desenvolvimento essa semana apresentou uma melhora na parte hídrica que vinha sofrendo muito com chuvas irregulares e temperaturas elevadas para o Rio Grande do Sul e para a Argentina o que pode diminuir a quebra de safra esperada, mas ainda existe uma expectativa de perda considerável. Esse deve ser um ponto de muita atenção para o começo de 2023, pois com os estoques nacionais apertados, podemos ter ainda mais pressão nos preços.

Na B3, o milho no mercado futuro para março fechou o último dia do ano cotado em R$ 94,10 registrando uma alta de 0,23%, em Chicago o dia fechou com alta de 0,73% em US$ 6,52 e o milho Esalq/B3 fechou em R$ 86,07. 

– Janaine Siqueira 

*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.