Mulher: você levará 257 anos para ter dinheiro! – ESTOA

Mulher: você levará 257 anos para ter dinheiro!


Advertisement


Advertisement


Quando o assunto é “paridade de gênero e oportunidade econômica”, o Relatório Global de Gap de Gênero do Fórum Econômico Mundial, menciona que nós Mulheres chegamos a apenas 57,8%, o que significa, segundo a própria pesquisa, que levaremos 257 anos para alcançarmos a paridade econômica de gênero. Agora me diz uma coisa, mulher: Você tem 257 anos para esperar?

Claro que não! E é por este motivo que você precisa começar a fazer algo por você mesma. 

Imagine um bebê. Ele já nasce correndo? Bem, sabemos que não. O bebê precisa engatinhar, para depois aprender a andar e somente depois começar a correr. No mundo das Finanças, nós mulheres somos apenas bebês. Bebês que antes de aprender a andar, já estão precisando correr, o que faz com que tomemos muitos tombos.

Advertisement



Há pouco mais de 60 anos, nós mulheres não tínhamos nem mesmo o direito de escolher o que fazer com nossa herança, sem o consentimento do marido. Isso trouxe uma série de consequências, pois, uma vez que as decisões financeiras eram de responsabilidade dos homens, nós não buscávamos conhecimento sobre o assunto. Saber como administrar e multiplicar o dinheiro era assunto apenas para homens e muitas vezes até proibido para nós mulheres. 

Advertisement


E mulher, 60 anos está logo ali. Está muito perto! Isso significa que se você não passou por isso, sua mãe ou sua avó, provavelmente, passou e tudo que ela aprendeu, foi passado pra você durante o seu crescimento.

Somente com o Estatuto da Mulher Casada, Lei 4.121 de 1962, conquistamos o direito de ter nossas próprias decisões financeiras; mas este direito veio cheio de responsabilidades com as quais ainda não estávamos habituadas.

Advertisement


Importante lembrar que, além da falta de conhecimento, nós ainda precisamos lidar com os preceitos financeiros de gênero, aprendidos ao longo dos tempos, fazendo com que travemos uma batalha constante entre nossas crenças da mulher, mãe e esposa perfeitas; e a nova condição de ter autonomia para escolher trabalhar, ser bem sucedida e ser capaz de gerar mais dinheiro que o marido. Sem contar com os elevados padrões de beleza e imagem exigidos pela sociedade, que, por muitas vezes, nos levam a instabilidades emocionais, auto sabotagem e perda do controle orçamentário. 

Lembra daquele bebê que nem aprendeu a caminhar e já está correndo? Agora acabamos de mandá-lo para o mundo conquistar sua independência financeira.

Advertisement


Então nós mulheres não temos condições de gerenciar nossas vidas financeiras, multiplicar nosso dinheiro e sermos bem sucedidas? Claro que temos! Mas para que não seja preciso esperar  257 anos para isso acontecer, é necessário que haja políticas de acesso à informação técnica e comportamental, considerando todos os desafios enfrentados pelo mundo feminino, para viabilizar um desenvolvimento financeiro que seja realmente eficaz e duradouro, capaz de ser transmitido também para as gerações posteriores.


Não se trata de quem tem mais competência, ou de levantar bandeiras separatistas. Ao contrário! Já passou da hora de unirmos forças para que o conhecimento seja acessível a todos de forma a permitir que famílias vivam com mais dignidade. Além disso, sabemos que uma educação financeira de qualidade evita altos graus de endividamento da população, o que prejudica a economia do país como um todo.

E ainda, considerando a relevância da educação financeira para o desenvolvimento da economia do país, bem como que as mulheres são maioria no Brasil e sustentam quase metade dos lares brasileiros, torna-se de grande importância sua inserção na economia de forma mais homogênea, com políticas de acompanhamento e desenvolvimento em prol de sua verdadeira independência financeira. 

Já que precisamos de conhecimento técnico e comportamental, vamos começar por aqui. Na próxima semana te espero para conversarmos mais sobre finanças neste nosso mundo feminino.

Um beijo Grande e Até a Próxima!

Michele Muniz –  Instagram @michelemunizoficial

*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.