O poder da paciência, juros compostos e longo prazo nos investimentos – ESTOA

O poder da paciência, juros compostos e longo prazo nos investimentos


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Inicio meu 1º artigo para a Estoa Research, agradecendo imensamente o reconhecimento, o convite e a oportunidade de ter um espaço voltado para divulgação de conteúdos ligados a investimentos, negócios e economia. Espero poder agregar ao já conceituado portfólio de conteúdo, produtos e ferramentas.

Na saga dos investimentos, talvez os maiores aliados do investidor, junto a uma carteira diversificada com bons ativos, seja exercer o poder da paciência e aguardar que os juros compostos e a longo prazo façam as suas partes. Dito isso, uso como exemplo dados extraídos de um memorando do memorável gestor de investimentos e mundialmente reconhecido, Howard Marks, enviado aos seus clientes da Oaktree Capital Management, sua gestora de ativos global especializada em estratégias alternativas de investimento, ao qual pude ler após um amigo em um grupo de investimentos, enviá-lo.

Howard Marks/Fonte: Reprodução

Marks destaca com convicção que os investidores negociam demais em detrimento próprio, ou seja, aqueles que diante de uma iliquidez acabam mexendo demais no portfólio, acabam amargando prejuízos em virtude daqueles que constroem carteiras para o longo prazo, pois os investidores mais pacientes levam vantagens quando tem visão de futuro e não de curto prazo. 

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Objetivos dos investidores de longo prazo

Investidores de longo prazo, os famosos “buy and hold”, por terem objetivos de futuro distante, acabam muitas das vezes não se distraindo com os ruídos de curto prazo, o que leva a uma atitude contrária e mais benéfica do que quem se desespera, eles aproveitam o período de queda para negociar ou aumentar posições de ativos por preços muito menores do que realmente valem.

No memorando, Marks traz o interessantíssimo caso da Amazon, pois, em 1998 quem entendeu que aquele era um bom negócio e poderia se tornar muito maior, comprou ações da empresa por US$ 5,00, mas quem poderia imaginar que ela chegaria a ser cotada a mais US$ 3.000,00 antes de ter novamente suas ações desdobradas em junho deste ano?

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Amazon/Fonte: Reprodução

A grande questão e talvez mais interessante, seja entender o movimento do investidor de lá para cá e que é trazida no memorando, como:

  • Qual foi o investidor que segurou as ações quando em 1999 – diante de um aumento de 17 vezes – a ação bateu US$ 85,00 em apenas 01 ano?
  • Quem entre os que aguentaram o desejo de liquidar suas posições e colocar o lucro no bolso diante de uma rentabilidade de 17x teria conseguido evitar o pânico em 2001 quando elas voltaram a bater US$ 6,00?
  • Quem teria tido sanidade para resistir a mão em abrir o home broker e vender quando o preço das ações atingiu inacreditáveis US$ 600,00 – uma rentabilidade 100x comparada ao valor de 2001.

Razões principais para venda de um ativo

E não para por aí, pois quem vendeu em 2015, perdeu a oportunidade de multiplicar em muitas vezes o capital investido, Howard entende que os investidores vendem seus ativos por 02 principais razões: ou porque estão em alta ou porque estão em baixa e termina dizendo que o mercado pode parecer maluco, mas quando na verdade, mais maluco parecem ser o comportamento dos investidores.

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Diante dos dados e passagens extraídas, podemos chegar à conclusão de que a grande lição fica a cargo de conseguir exercer, principalmente, o poder da paciência quando falamos de investimentos. Pois o investidor que não se deixou levar pela ganância, pelos ruídos e pelas crises nessas mais de duas décadas de investimento na Amazon, viu seu capital se multiplicar de maneira exponencial.

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É óbvio que o resultado poderia ter sido diferente e durante esse tempo ou até mesmo antes, o investimento não fizesse mais sentido, mas isso cabe a cada investidor de longo prazo, analisar se os fatores que o levaram a escolha daquele ativo permanecem e se a empresa não perdeu os fundamentos ao longo do caminho. O que com certeza não foi o caso da Amazon.