O que é CDI e como ele afeta nossos investimentos? – ESTOA

O que é CDI e como ele afeta nossos investimentos?


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Você já deve ter ouvido falar nessa sigla em alguns momentos, principalmente quando se fala sobre investimentos em renda fixa. No entanto, muita gente comete um erro ao dizer que investiu ou vai investir no CDI, pois não se trata de um investimento para pessoas físicas, e sim um certificado para captação de recursos pelos bancos.

O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um título de curtíssimo prazo (um dia útil), emitido por instituições financeiras para a realização de operações de empréstimo entre si.


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Existe uma regra do Banco Central, a qual diz que os bancos precisam sempre fechar o dia com saldo positivo de caixa. É uma medida de segurança que procura assegurar que o sistema financeiro seja estável e esteja saudável.

Quando o volume financeiro de saques supera o de depósitos, a diferença é coberta por outros bancos, que estejam superavitários (com volume arrecadado maior que a despesa), por meio da emissão de CDIs.

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CDI na prática

Se o CDI não é acessível à pessoas físicas, como afeta os investimentos? – A resposta está nas taxas de juros!

A média da taxa de juros cobrada nessas operações interbancárias é conhecida como taxa DI (também chamada de “taxa do CDI”). Esta taxa tornou-se referência para o restante do mercado financeiro, por refletir os juros médios das operações entre os bancos. As operações são registradas na B3, que é responsável por calcular essa taxa média.

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Normalmente, ao investir-se em títulos como CDB, LCI, LCA, Debêntures, Letras de Câmbio e Fundos DI, a rentabilidade está atrelada a um percentual da taxa DI.

Além disso, há uma norma que determina que o CDI e a Selic sejam equiparados. Com isso, ele também é impactado pela situação econômica. Quanto maiores as taxas estiverem, maior é a dificuldade de acesso ao crédito e maiores são os sinais de crise financeira.

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Como calcular a rentabilidade

É normal ouvir falar sobre determinados títulos de renda fixa renderem 100% do CDI, nas ofertas de investimentos. Quando um CDB, por exemplo, oferece essa rentabilidade, significa que assegurará ao investidor um retorno equivalente à taxa média integral dos empréstimos realizados entre os bancos. Ou seja, se o CDI estiver em 13,65% ao ano, este também será o rendimento do CDB.

Por outro lado, se estiver acima ou abaixo do CDI basta multiplicar a taxa pela porcentagem:

90% do CDI           13,65 x 90% = 12,29%

110% do CDI         13,65 x 110% = 15,01%

Via de regra, o mínimo aceitável para um investimento de renda fixa é 100% do CDI, já que é bastante comum encontrar nos CDBs de liquidez diária, que são boas opções para reserva de emergência.

Observação: nem sempre pelo fato de render abaixo de 100% do CDI significa que é uma opção ruim, pois se o título em questão for isento de Imposto de Renda, como LCI, LCA ou Debênture incentivada, no curto prazo isso pode trazer retorno maior que alguma   aplicação com um percentual maior, mas este assunto pode ser melhor abordado em um artigo futuro.

CDI e Taxa Selic

Como mencionado anteriormente, o CDI e a Selic são taxas equiparadas. A Selic é a taxa básica de juros da economia, e falamos detalhadamente sobre ela neste artigo. Também é usada em operações financeiras realizadas entre os bancos, com uma característica diferente: envolvem títulos públicos dados como garantia, ou seja, títulos do governo.

Aproximadamente a cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para definir uma meta para a Selic. Porém, importante relembrar que a taxa Selic que efetivamente é praticada no mercado fica pouco abaixo da meta (Selic Over). Dessa forma, o CDI irá variar de acordo com essa variação da taxa Selic.

 O Copom determina o nível da taxa de juros baseado no nível da inflação, uma vez que o papel do Banco Central é garantir a estabilidade dos preços na economia. Quanto mais alta a inflação, maior a Selic, e vice-versa. 

Como a meta da Selic é definida para servir como uma espécie de ponto de equilíbrio da economia, o usual é que caminhe próxima à taxa DI. Isso porque os empréstimos entre os bancos feitos por meio de CDIs também consideram a Selic como referência. Sendo assim, embora não sejam idênticas, ambas seguem a mesma tendência e direção.


Como a taxa Selic funciona como um teto para os empréstimos interbancários, o CDI fica apenas cerca de 0,10% abaixo. Se a taxa DI for muito menor que a Selic, os bancos irão preferir emprestar para o governo, gerando um desequilíbrio no sistema financeiro.

Por outro lado, se a taxa DI for muito maior que a Selic, a rentabilidade dos títulos indexados ao CDI ficará muito alta, o que também não é interessante para os bancos, que iriam preferir tomar emprestado do governo, pois a cobrança de juros seria menor.

Atenção ao título escolhido!

Quando a taxa Selic cai, a taxa do CDI também cai e dessa forma, os investimentos pós-fixados perdem atratividade e rentabilidade. Isso não ocorre em ativos pré-fixados, que têm uma taxa de retorno já determinada, e não tem relação imediata e direta com a variação da taxa do CDI. As vantagens de cada tipo de ativo vão variar de acordo com os objetivos do investidor.

Acompanhe as variações das taxas

Independentemente de onde o investidor pretenda aplicar seus valores, o acompanhamento da Selic e do CDI podem ser fatores diferenciais na visualização das melhores oportunidades e para se obter melhores retornos.

-Guilherme Ferreira

*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.