Por que está tudo tão caro?

Oi, Lenon aqui.

Eu não sei vocês, mas eu lembro bem de quando ainda morava com os meus pais e ia ao supermercado com minha mãe. Pode parecer mentira, mas com apenas R$100,00 voltávamos para casa com as mãos cheias de sacolas, hoje em dia, se você voltar com duas sacolas cheias usando o mesmo valor, é muito. Mas por que isso acontece? Por que os mesmos R$100,00 não compram as mesmas coisas que comprávamos há dez anos, há cinco anos, há um ano ou até mesmo há alguns meses?

Isso acontece devido a perda do poder de compra ou desvalorização da nossa moeda em razão da alta inflação. Desde que adotamos o Real como moeda fiduciária em 1994, nossa moeda se desvalorizou tanto que hoje a nota de R$100,00 compra o mesmo que incríveis R$13,91 compravam naquela época. Quem não lembra do frango congelado por R$1,09 ou da lata de cerveja de 350ml por R$0,57?

O que é a inflação e como ela afeta o nosso bolso?

Sendo bem específico, a inflação nada mais é do que o aumento de preço de todos os produtos de forma generalizada, ou seja, os preços inflam, daí vem o nome, Inflação dos preços dos produtos. Isso significa que em um período de inflação descontrolada, nós precisamos de mais dinheiro para comprar a mesma quantidade de produtos que havíamos comprado há um mês, por exemplo.

 Por que a inflação acontece?

Há basicamente dois vieses: os que culpam os empresários, afinal, são eles que aumentam os preços dos produtos em razão dos problemas nas cadeias de produção (o que afeta diretamente na oferta dos produtos), e os que atribuem a culpa ao governo por conta do aumento da oferta monetária, ou seja, usar erroneamente a máquina de imprimir dinheiro.

Você deve estar se perguntando, qual é o problema em imprimir mais dinheiro? Ou até mesmo, por que o governo não imprime mais dinheiro e doa aos mais pobres? O problema é que se um país imprimir dinheiro desenfreadamente, logo teremos mais dinheiro nas mãos das pessoas, mas entendam, uma sociedade com mais dinheiro não significa uma sociedade mais rica, a demanda por produtos aumentaria de uma forma extremamente significativa para uma oferta reduzida, em outros termos, a quantidade de pessoas comprando seria maior que a quantidade de produtos disponíveis e sempre que a demanda é maior que a oferta, os preços dos produtos tendem a subir. Os donos de lojas e supermercados, por exemplo, ao notar a alta procura por seus produtos, decidem aumentar os preços visando lucro, é o famoso “compra quem tem”.

Como controlar a inflação?

Uma das ferramentas usadas pelo governo para tentar controlar a inflação dos preços dos produtos que não param de subir, é a taxa básica de juros Selic (sistema especial de liquidação e de custódia), na mesma medida em que a inflação sobe, o Copom (comitê de política monetária) do Banco Central eleva a taxa básica de juros com a intenção de deixar menos dinheiro nas mãos das pessoas. É preciso ficar atento quando o governo adota essas práticas, pois a subida da Selic embora faça os preços caírem e a inflação diminuir, também faz com que os financiamentos, empréstimos, juros dos cartões de crédito e cheque especial fiquem mais caros; não é à toa que seu apelido carinhoso é “taxa mãe”.

Como proteger o dinheiro da inflação?

Uma ótima maneira de proteger seu dinheiro da inflação, é adotando o hábito de reduzir os gastos desnecessários, negociar os preços dos produtos também é válido e pode sim funcionar. Outro fator que pode contribuir na proteção do seu dinheiro contra a inflação, é ir ao supermercado no meio do mês, que é quando os preços dão uma esfriada. Ah! Antes que eu esqueça, não deixe de olhar as prateleiras de baixo e de cima, pois os preços mais altos ficam propositalmente nas prateleiras centrais, bem na altura dos seus olhos. Mas vale lembrar, a proteção de verdade contra a inflação você só vai encontrar investindo seu dinheiro, portanto, você precisa começar a investir, de preferência em ativos indexados à inflação ou até mesmo em imóveis, caso você não saiba, todos os aluguéis são corrigidos pela inflação.

– Lenon dos Santos

*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.