Renda fixa – ESTOA

Renda fixa


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Pense no modo que os bancos ganham dinheiro com os empréstimos e financiamentos. Eles emprestam o valor necessário ao cliente e esse cliente se compromete a devolver ao banco o valor recebido adicionado dos juros, certo?

E se pudéssemos inverter os papéis? Nós, clientes, emprestamos dinheiro para o banco, ou para alguma empresa, e receber de volta esse valor emprestado acrescido de juros ao longo do tempo.

Pois bem, isso é possível e cada dia mais acessível. Apresento-lhe a Renda Fixa.

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O que são investimentos de Renda Fixa?

Investimentos em Renda Fixa são aplicações que o investidor já conhece a sua remuneração no momento do aporte.

Diferentemente das ações, por exemplo, em que o investidor não sabe qual o valor que estará amanhã, podendo ser maior, menor ou igual, na Renda Fixa esse rendimento já é conhecido no momento da aplicação.

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O nome de “Fixa” faz uma alusão a um rendimento que é fixo ao longo do tempo, porém é apenas uma referência para o nome. Esse rendimento pode não ser fixo como veremos a seguir, contudo é um rendimento previsível.

Como funciona a remuneração na Renda Fixa?

Sendo bem prático, os investimentos em Renda Fixa nada mais são do que o empréstimo de dinheiro para as empresas e em troca essas empresas retornam ao investidor o valor emprestado acrescido dos juros, já conhecidos no momento do empréstimo, que são de fato a remuneração pelo tempo que esse dinheiro ficou emprestado para a empresa.

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Esses juros podem ser calculados de 3 diferentes formas, denominadas como prefixado, pós-fixado ou híbrido.

Prefixado: nessa modalidade a remuneração é determinada por uma taxa fixa, conhecida no momento da aplicação, que não mudará ao longo do tempo, independente do que aconteça no mercado. Por exemplo: 10% ao ano.

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Pós-fixado: nessa modalidade a remuneração é atrelada a um indexador da economia (Selic ou CDI) e a aplicação será atualizada com base nele. Aqui o investidor não sabe qual o valor final do rendimento, como no prefixado, já que esse indicador pode sofrer alterações ao longo do tempo, porém ele já sabe que o investimento renderá sobre esse indexador. Por exemplo: 120% do CDI.

Híbrido: nessa modalidade a remuneração é determinada por uma junção das modalidades anteriores, uma parcela prefixada e outra parcela pós-fixada. Ou seja, o investidor tem um ganho real nessa modalidade já que o rendimento dele será dado por um indexador da economia acrescido de uma parcela com rendimento fixo. Por exemplo: 5,0% + IPCA.

Nesse caso, não importa o que aconteça com a inflação (IPCA) ao longo do período de investimento, o investidor receberá 5,0% fixos. Se o IPCA for positivo, ele receberá 5,0% mais essa variação positiva, se o IPCA foi negativo, ele receberá 5,0% menos essa variação. Como podemos observar, ele sempre receberá algo a mais pela parcela atrelada aos 5,0%.

Quais são as opções de investimentos em Renda Fixa?

Embora o funcionamento da Renda Fixa seja simples de entender, temos peculiaridades entre as opções deste segmento que precisam ser do entendimento do investidor para adequar o seu investimento ao seu perfil. As opções são:

  • Tesouro Direto
  • CDB
  • LC (Letra de Câmbio)
  • LCI (Letra de Crédito Imobiliária) / LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)
  • CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) / CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)
  • Debêntures
  • Poupança

Vantagens e Desvantagens da Renda Fixa

Assim como qualquer investimento, a Renda Fixa possui suas vantagens e desvantagens e isso está muito ligado ao perfil de cada investidor. Não necessariamente o que falarmos será uma vantagem para qualquer investidor e vice-versa.

Cada investidor tem o seu perfil e o seu objetivo. O importante é conhecer os seus e saber exatamente como o produto funciona para que você possa tirar o maior proveito das suas características.

Dito isso, listaremos aqui algumas vantagens e desvantagens desse produto quando comparado a outras classes do mercado.

Vantagens:

Previsibilidade: como a rentabilidade é conhecida no momento da aplicação, o investidor consegue se planejar com os retornos esperados.

Segurança: por se tratar de um investimento previsível tanto o investidor já sabe o rendimento, como a empresa consegue se planejar com suas obrigações para cumprir o pagamento das mesmas. Além disso, algumas opções daquelas listadas anteriormente possuem a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para valores de até R$ 250 mil por emissor e R$ 1 milhão para cada investidor. Ou seja, caso o emissor quebre o investidor não perde o valor investido, até esses limites.

Acessibilidade: temos opções de investimentos em Renda Fixa a partir de R$ 30,00.

Isenção tributária: algumas opções listadas anteriormente são isentas de IR.

Diversificação: dentro da Renda Fixa é possível diversificarmos os investimentos em diversos segmentos da economia como Imobiliário, Agronegócio, Financeiro, Infraestrutura e até no Setor Público.

Desvantagens:

Liquidez: embora tenhamos opções de investimentos em Renda Fixa com liquidez diária, a grande maioria das aplicações contam com prazos de vencimento mais extensos. Ou seja, após a aplicação feita o dinheiro fica parado por um bom tempo até o vencimento e caso o investidor precise resgatar antes da data final não vai poder contar com esse valor, ou se conseguir resgatar, provavelmente, terá perdas no rendimento e/ou multas para pagar.

Retorno limitado: apesar de termos opções na Renda Fixa atreladas a um indexador (Selic, CDI ou IPCA), os rendimentos acabam ficando limitados quando comparados com outras oportunidades como vemos na Renda Variável. Principalmente em um cenário de queda na taxa de juros ou então taxa de juros baixa, como vimos recentemente no período de 2020 ao início de 2022.

Tributação na Renda Fixa

Na grande maioria dos casos, os investimentos em Renda Fixa seguem uma mesma mecânica de tributação através da tabela regressiva de IR, conforme a tabela abaixo:

Prazo de investimento/Fonte: Reprodução

Porém temos as exceções que são os casos da LCI, LCA, Debêntures Incentivadas e Poupança que são isentos de IR.

Portanto na hora de analisar a possibilidade de se investir em uma LCI ou um CDB, por exemplo, você deve ficar atento ao cálculo de retorno final, pois na 1ª opção a taxa de rentabilidade oferecida, provavelmente, será menor do que o CDB, já que no caso do CDB você ainda precisará descontar o IR para saber o resultado final.


Dadas essas informações, vemos que a Renda Fixa torna-se uma excelente opção de investimento quando pensamos em segurança, risco mais baixo e previsibilidade, principalmente para a reserva de emergência e para os investidores iniciantes. Na realidade, é uma modalidade que deve estar presente em todas as carteiras, independente do perfil do investidor, variando o percentual alocado em relação à Renda Variável de acordo com o risco que o investidor queira adotar.

Contudo, temos que ter atenção na hora da aplicação pois, mesmo com essas características, a Renda Fixa possui opções para todos os objetivos, até os mais arriscados.

Compare investimentos que possuam as mesmas características (vencimento e rating), prefira empresas com ratings bons, desconfie de retornos elevados em um curto espaço de tempo e tenha consciência do seu planejamento e necessidade. Não corra o risco de precisar desse dinheiro antes do seu vencimento.

*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.