Taxa Selic – ESTOA

Taxa Selic


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A taxa Selic é um assunto que mesmo quem não tem conhecimento sobre investimentos provavelmente em algum momento já ouviu falar. É constantemente comentada nos veículos de mídia, geralmente a respeito de seu aumento ou redução, porém apesar de sua grande relevância para todos os investidores, muitas pessoas ainda não a compreendem.

Quem já começou ou pretende começar a investir, deve conhecer melhor esse importante indicador econômico, que pode impactar de alguma forma qualquer uma de suas aplicações.

Uma forma segura para quem tem pouco conhecimento poder começar a investir é por meio do Tesouro Direto, que permite que o dinheiro seja emprestado ao governo federal. A taxa a ser paga nesse tipo de empréstimo será a taxa Selic. Por esse motivo, é conhecida como taxa mãe da economia, ou taxa básica de juros, visto que serve como base para todos os outros juros praticados no país, como em empréstimos, financiamentos e até rendimentos de alguns investimentos.

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Seu aumento ou redução tem por objetivo o controle da inflação, e o órgão responsável pelas tomadas de decisão é o Comitê de Políticas Monetárias (COPOM). Existem duas taxas Selic que podem ser separadas em diferentes tópicos.

Selic Meta

A Selic Meta é a que costuma ser divulgada nos veículos de mídia, que será definida pelo COPOM, e corresponde ao valor que o governo paga quando pega dinheiro emprestado.

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O risco do próprio governo não pagar sua dívida é o menor possível dentro de uma economia de mercado. Portanto, qualquer outra taxa praticada, para merecer atenção do investidor deve ser maior, já que inevitavelmente terá maior risco de crédito.

Taxa Selic Over

De acordo com o Banco Central (Bacen), um banco não pode fechar o dia com menos dinheiro no caixa do que começou. Para evitar que isso ocorra, são feitos empréstimos interbancários para financiar essas operações com duração diária. 

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Essas operações são regidas por uma taxa de juros usando títulos públicos (Tesouro Nacional) como garantia (já que o objetivo é reduzir ao máximo o risco). Essa taxa é a Selic Over.


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A taxa Selic Over varia diariamente com base na média de juros paga nessas operações interbancárias, e geralmente, é 0,10 pontos porcentuais menor que a Selic Meta.

No dia 15/06/22, última reunião do COPOM, a Selic Meta sofreu alta de 0,5 ponto, chegando a 13,25% ao ano. Sendo assim, a Selic Over está na casa dos 13,15% ao ano com esse aumento.

Selic e Inflação

As reuniões do Copom para a definição da taxa Selic são realizadas 8 vezes ao ano ou a cada 45 dias, e embora haja outros fatores levados em consideração como contas públicas e cenário externo, o principal indicador que influencia na tomada de decisão é a inflação.

Quando a inflação está alta, a taxa Selic é aumentada para desestimular o consumo. Isso ocorre por conta de que com esse aumento da Selic, os investimentos em ativos de renda fixa ficam mais atrativos e a população acaba por investir mais e gastar menos. Além disso, com esse aumento, o crédito fica mais caro, seja nos juros rotativos dos cartões, financiamentos ou cheque especial, e para não se endividarem as pessoas tendem a gastar menos e com redução da demanda, consequentemente a inflação é controlada.

Quando a inflação está controlada a Selic é reduzida, pois assim reduz também a dívida do governo, o consumo é estimulado e dessa forma as empresas passam a ter melhores recursos e geram mais empregos, e os títulos de renda fixa perdem atratividade, estimulando os investidores a voltarem os olhos para a Bolsa de Valores.

Selic e a Bolsa

Embora as aplicações em investimentos na Bolsa de valores sejam de renda variável e não renda fixa, são constantemente influenciadas pelas variações da Selic. 

Quando a taxa Selic aumenta para controlar a inflação, a Bolsa tende a cair, já que por haver um risco maior, o retorno acaba não compensando esse risco e os investidores retiram suas aplicações das ações e dos fundos imobiliários fazendo com que seus preços sejam reduzidos.


Exemplo: se um fundo imobiliário apresenta retorno de 8% ao ano e a taxa Selic estiver em 4%, apesar do fundo ter um risco maior, ter o dobro de retorno pode compensar esse risco. Por outro lado, se o fundo tiver esse mesmo retorno e a Selic estiver em 8% ou mais, não vale a pena correr risco na renda variável para ter um retorno menor ou igual ao Tesouro Selic, que é o investimento mais seguro que existe no momento.

Empresas ligadas ao setor de consumo como as de varejo e também as construtoras tendem a sofrer mais quando a Selic é elevada, já que o cenário as prejudica e isso compromete seus resultados. Já os bancos e as seguradoras tendem a apresentar resultados melhores nos ciclos de alta, e menores nos ciclos de baixa, já que os juros recebidos acompanham as variações da taxa.

Acompanhe a Taxa Selic

Independentemente de onde o investidor pretenda aplicar seus valores, o acompanhamento da Selic é um fator primordial para a visualização das melhores oportunidades e para se obter melhores retornos.

– Guilherme Ferreira

*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.