Teoria de DOW: Entenda esse princípio do mercado financeiro – ESTOA

Teoria de DOW: Entenda esse princípio do mercado financeiro


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Entre 1900 e 1902, o jornalista americano Charles Dow, criador e editor do Wall Street Journal, escreveu uma série de artigos para o jornal que se transformaria nos princípios básicos da teoria de Dow, a espinha dorsal da análise dos gráficos. Dow começou a notar que o mercado não era aleatório, mas que se movia em tendências identificáveis através dos gráficos de preços de ações.

Após a morte de Charles Dow, em 1902, seu sucessor no jornal, William P. Hamilton, ordenou e formulou os princípios e as definições básicas da teoria de Dow.

Princípios da teoria de DOW

“Os preços descontam tudo”

Exceto atos divinos. Por atos divinos, entendemos calamidades naturais, guerras, atentados etc. De acordo com esta premissa, qualquer coisa que possa afetar o preço de um determinado ativo é imediatamente refletida no preço deste.

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Os movimentos de preços refletem, portanto, as mudanças nas condições de oferta e procura. Os gráficos em si não causam os movimentos de alta e baixa no mercado, mas apenas refletem a psicologia altista ou baixista do mercado.

“Os preços se movem em tendências”

Embora os preços dos ativos oscilem, variando entre altas e baixas, ao longo do tempo, eles tendem a caminhar em uma direção definida. Desta forma, cria-se o que chamamos de tendência. Essas variações nos preços ocorrem porque estes refletem a percepção positiva ou negativa em relação ao mercado. O Humor do mercado (investidores e analistas em geral) muda com frequência, existindo, assim, períodos em que prevalece o otimismo ou pessimismo. Podemos dividir as tendências em primárias, secundárias e terciárias.

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  • Primária: É a tendência principal de um mercado. É um movimento longo, podendo ser de alta ou de baixa e que leva a uma grande valorização ou desvalorização dos ativos. Tem duração de um ou mais anos. Podemos visualizá-lo melhor num gráfico mensal.
  • Secundária: Representa importantes reações e interrompe, temporariamente , a tendência primária dos preços, mas não altera a sua trajetória principal. Geralmente, dura entre três semanas e três meses, e corrige entre 1/3 e 2/3 do movimento de preços da tendência primária. Visualizamos melhor em gráficos semanais.
  • Terciária: Composta de pequenas oscilações de preços que reforçam ou contrariam o movimento principal. Essa tendência tem duração curta, normalmente menor do que três semanas. Melhor identificada nos gráficos diários

“As tendências primárias são divididas em três fases”

Fases do mercado de alta:

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  • Acumulações: Os investidores sentem que o mercado pode virar, mas as notícias ainda são ruins, o que gera receio.
  • Alta: Verifica-se um avanço firme e uma crescente atividade, com notícias e lucros melhorando
  • Euforia: Investidores bastante seguros, seguidos pela grande massa. As notícias são favoráveis, o mercado está fervilhando, volume crescendo etc.
    No fim da fase de euforia, as ações de menor liquidez têm grandes saltos nas suas cotações, porém não são acompanhadas pelas ações de primeira linha, que já estão sem fôlego para continuar subindo. Abre-se, então, a possibilidade para que ocorra a fase 1 do mercado de baixa.

Fases do mercado de baixa:

  • Distribuição: Os investidores mais preparados continuam a se desfazer de suas posições.
  • Pânico: Os compradores começam a escassear e os vendedores se tornam mais urgentes.
  • Baixa lenta: Se caracteriza por vendas desencorajadas. O movimento para baixo se torna mais lento, mas é mantido por vendedores que precisam fazer caixa para outras necessidades. O volume despenca.

O mercado de baixa termina quando tudo de ruim já foi descontado, mas as notícias ruins ainda existem. O objetivo do estudo destes movimentos é identificar o início das tendências, bem como seu final para se posicionar da melhor maneira, entrando no início e realizando lucros ao seu final.

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“Princípio do volume: O volume confirma a tendência”

Em um mercado de alta, o volume cresce quando os preços sobem e recua quando os preços caem. Em um mercado de baixa, ocorre o contrário: o volume cresce quando os preços caem e recua quando os preços sobem.

“Princípio da inércia: Uma tendência está valendo até que haja sinais efetivos de reversão”

Uma tendência só deixa de ser tendência se houver sua reversão. A reversão acontecerá quando houver uma falha na tentativa de furar o topo, seguida de uma penetração do fundo (em caso de tendência de alta); ou falha na tentativa de furar o fundo, seguida de uma penetração do topo maior (em caso de tendência de baixa).

“Princípio da utilização dos preços de fechamento”

Desconsidera-se qualquer máxima ou mínima que tenha sido registrada durante o dia, antes de o mercado fechar.

A teoria de Dow sofreu diversas críticas pelo atraso nos sinais de entrada e saída, mas nunca foi intenção capturar todo o movimento. O objetivo era estar em linha com a tendência do ativo, se de alta ou baixa. Pela teoria, não seria prudente comprar um ativo em tendência de queda.

– Frederico Melo

*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.