Tesouro Direto – ESTOA

Tesouro Direto


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Tesouro Direto é a plataforma por onde o Governo Federal emite seus títulos públicos, com a finalidade de captar recursos para a gestão e investimentos nos diversos setores do país, como infraestrutura, educação, etc.

Ou seja, o Governo contrai dívidas para captar recursos financeiros para seus investimentos e em troca paga uma taxa de juros aos investidores interessados na data do vencimento desses títulos.

O funcionamento é bem similar aos investimentos de Renda Fixa (aliás o Tesouro Direto é uma opção de Renda Fixa), com a diferença que nesse caso o emissor não é uma empresa privada, como bancos por exemplo, mas sim o próprio Governo, o que traz para esse tipo de investimento o grau máximo de segurança em relação as outras opções no mercado, pois a chance do Governo falir é extremamente baixa já que ele tem o poder de imprimir mais dinheiro para pagar suas dívidas, o que não ocorre com um banco, por exemplo.

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Claro que isso deve ser a última das hipóteses de um Governo e possui consequências drásticas para a economia de um país, porém esse é um assunto para depois. O que precisamos entender aqui é o risco do emissor não cumprir com suas obrigações e, nesse caso, fica claro que o Governo, dentre todas as empresas da economia, é a empresa que possui o menor risco de mercado.

Dito isso, temos 3 opções de investimento no Tesouro Direto. Ou seja, podemos emprestar dinheiro para o Governo e receber um prêmio (juros) por isso de 3 formas diferentes:

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  • Tesouro Selic (LFT):

O Tesouro Selic é um título pós-fixado, ou seja, ele não tem uma taxa predefinida no momento da aplicação, ele acompanha um indexador de mercado e esse indicador é a taxa Selic. Isto é, este produto vai render exatamente o que a taxa Selic render todos os dias.

Além disso, o Tesouro Selic possui liquidez diária, ou seja, se o investidor precisar resgatar o investimento em qualquer dia antes do vencimento, ele poderá fazê-lo sem perda de rentabilidade. Ele resgatará o valor adicionado dos juros até aquela data e o valor cairá em sua conta no dia seguinte.

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Por essas características, o Tesouro Selic é um dos investimentos mais indicados para a Reserva de Emergência dos investidores. Uma opção muito mais interessante que a poupança, por exemplo, pela rentabilidade ser maior, ser mais seguro, render todo dia e ainda ter a disponibilidade do dinheiro na conta no dia seguinte.

  • Tesouro Prefixado (LTN):

O Tesouro Prefixado é um título, como o próprio nome já sugere, que possui uma taxa predefinida no momento da aplicação. Ou seja, no momento em que o investidor faz o aporte ele já sabe quanto sua aplicação retornará no vencimento, não importando a oscilação de mercado até lá.

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Essa é uma boa opção para os investidores que estão com a expectativa de queda da taxa de juros ao longo do tempo. Porém, aplicando o mesmo raciocínio pode ser uma escolha não tão lucrativa caso a taxa de juros suba ao longo do tempo, já que o investidor travou sua rentabilidade em uma taxa fixa.

Por isso, esse investimento requer uma atenção especial nesse pilar de análise.

  • Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal):

O Tesouro IPCA+ é um título público da categoria híbrida, ou seja, ele possui a rentabilidade determinada em parte por uma taxa fixa (prefixada) definida no momento da aplicação, e em parte atrelada a um indexador de mercado, nesse caso a inflação (IPCA).

Essa é a alternativa para os investidores que querem se proteger da variação da inflação e querem manter o seu poder de compra com um ganho real, já que o ganho real se dará pela parte prefixada já conhecida no momento da aplicação.

Essa, sem dúvidas nenhuma, é a grande vantagem desse produto que é muito bem utilizado por aqueles investidores que desejam manter seu poder de compra com o passar do tempo para atingirem um objetivo no longo prazo com esse poder.


Para as opções do Tesouro Prefixado e do Tesouro IPCA+, ainda temos a possibilidade de optar por títulos desses dois grupos com pagamentos semestrais (com juros semestrais), ou seja, ao invés de esperar o vencimento do prazo para receber os juros da aplicação, o investidor passa a receber esses juros, em partes, a cada 6 meses após o investimento conforme sua rentabilidade no período.

Essa é uma grande vantagem para quem quer ter um fluxo de caixa ao longo do tempo sem precisar se desfazer do investimento.

A tributação do Tesouro Direto segue o mesmo raciocínio da Renda Fixa, com a tabela regressiva. Para os títulos resgatados em até 180 dias após a aplicação, a taxa é de 22,5% e a partir daí vai caindo de acordo com o passar do tempo, 20% para resgates de 181 a 360 dias, 17,5% para resgates de 361 a 720 dias e 15% para resgates de 721 dias em diante. Além disso, para os resgates feitos com menos de 30 dias haverá a cobrança adicional de IOF começando em 96% para os resgates feitos um dia após a aplicação e reduzindo até 0% no trigésimo dia.

Tanto o IR como o IOF (para resgates com menos de 30 dias) são retidos na fonte, ou seja, o investidor já receberá em sua conta o valor líquido descontado dessas taxas não precisando se preocupar com o pagamento posterior dessas ou alguma outra taxa.

Ponto de atenção:

Assim como todo investimento que podemos fazer, o Tesouro Direto requer seus pontos de atenção para que possamos realizar a melhor escolha para o nosso dinheiro.

Entender exatamente como funciona cada opção que temos no Tesouro Direto para aplicar da melhor forma o recurso de acordo com o objetivo naquele momento é a solução para evitar alguns erros.

  • Podemos precisar do dinheiro em algum momento antes do vencimento?
  • Queremos rentabilidade acima da inflação?
  • Acreditamos na alta ou na baixa da taxa Selic?

Respondendo essas perguntas e conhecendo o funcionamento de cada opção, como explicado acima, conseguiremos enxergar o melhor caminho para o aporte.

Embora o Tesouro Direto seja um investimento de Renda Fixa, é possível perdermos dinheiro com essa aplicação caso precisemos resgatar o recurso investido antes do vencimento, nas opções de Prefixado ou IPCA+. Isso porque a rentabilidade dessas opções não estão atreladas a Selic, porém sofrem impacto direto dela para a sua precificação no momento da emissão, e em caso de oscilação dessa taxa, os preços desses títulos acabam sofrendo alterações, é o que chamamos de marcação a mercado.

Ou seja, se decidirmos vender esses títulos antes do vencimento e o mercado oscilou (taxa Selic variou) de forma que as novas emissões desses títulos estão com rentabilidade maior do que quando compramos, perderemos dinheiro, pois nosso título comprado lá atrás vale menos do que os títulos novos. Não fará sentido o mercado pagar mais caro (valorizar) nosso título sendo que ele pode comprar um novo hoje com rentabilidade melhor, entende?!

Por isso é tão importante conhecermos nossos objetivos e necessidade futuras assim como o funcionamento de cada produto, para mitigarmos ao máximo essas chances de perdas que poderiam ser evitadas com um melhor planejamento e conhecimento.

Bons investimentos!

– Marco Antonio

*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.