Vale (VALE3) tem queda no lucro mas anuncia dividendos. O que esperar?
A temporada de balanços é como um desfile de moda da bolsa de valores brasileira, que se vestem com seus melhores números para impressionar os investidores e assim conseguirem atrair mais compradores. Mas todos sabem que quando a Vale (VALE3) chega, os outros acabam perdendo destaque, e Vale sempre leva o pódio.
Entretanto, neste segundo trimestre, Vale acabou afastando um poucos os holofotes por apresentar números abaixo do esperado e desempenho fraco em relação aos outros períodos. O lucro líquido das operações continuadas, teve um considerável recuo de quase 50% em relação ao mesmo período do ano anterior, ficando em US$ 4 bilhões. Já a receita líquida de vendas recuou 33% para US$ 11,1 bilhões.
O Ebitda (Lajida – Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações) ajustado teve uma forte queda, e ainda maior na base de comparação anual, chegando a 53%. O indicador fechou o trimestre em US$ 5,2 bilhões. A Vale explica que essa queda reflete a queda do minério de ferro e do cobre no mercado internacional.
O fluxo de caixa livre das operações da Vale aumentou US$ 1 bilhão neste trimestre e atingiu US$ 2,2 bilhões, resultado em relação ao impacto positivo de capital de giro da empresa, justificado pela redução de US$ 903 milhões de contas a receber.
Despesas de Vale crescem
Um dos maiores motivos das despesas terem aumentado foram os gastos com a indenização de vale à brumadinho e outros custos relacionados a desconstrução das barragens que custaram aos cofres de Vale em torno de US$ 280 milhões, quase US$ 100 milhões a mais do que no segundo trimestre do ano passado, no qual foi US$ 185 milhões.
As intervenções nas barragens para incorporá-las ao meio ambiente novamente tem um alto custo, entretanto dão resultado. A empresa informou que concluiu em junho as desconstruções de duas das cinco barragens a serem desmontadas ainda neste ano.
No mesmo âmbito, as despesas com pesquisa e desenvolvimento e alguns outros gastos também cresceram, elevando o custo operacional da companhia para aproximadamente US$ 800 milhões, 15% superior ao 2T22.
Após trimestre conturbado, a mineradora anuncia dividendos
Junto com o balanço divulgado, Vale também divulgou por meio de um fato relevante o pagamento de R $1,6 bilhão em dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP).
Tal quantia resultará no valor líquido R$ 3,57205656 por ação, que serão destinados aos possuidores de ações da companhia até o dia 11 de agosto. Já para quem possui as ADRs (Recibo de ações negociadas nos Estados Unidos), a data de corte se enquadra no dia 15 de agosto.
É importante frisar que, após essas datas, as ações serão negociadas a “ex-dividendos” e passarão por um reajuste na cotação referente ao valor dos dividendos pagos aos acionistas.
Já o pagamento ocorrerá no dia 1º de setembro, para detentores de VALE3, e no dia 9 para detentores de ADRs. Importante frisar que até lá o preço das ações podem sofrer alterações em decorrência do programa de recompra de ações, efeito que altera o número de papéis em tesouraria.