Veja o que fazer com os seus investimentos em Renda Fixa com o fim do ciclo de alta da Selic
Apesar do ciclo de aumento ter acabado, é esperado que o começo de cortes de juros não está tão perto
Assim, as aplicações financeiras de renda fixa, atreladas à Selic e ao CDI, ainda são uma boa alternativa com esse cenário. A expectativa é que o começo de cortes de juros aconteça apenas a partir do segundo semestre de 2023, porque controlar a inflação não é tão simples, apesar dos indícios de que ela começou a ser contida.
A previsão é que a eleição cause bastante oscilação nos mercados nos próximos meses. Os planos de gastos do novo governo podem impactar tanto os títulos atrelados à inflação e prefixados, que podem dar rendimento negativo caso sejam resgatados antes da data de vencimento..
Além disso, a projeção é que a alta de juros nos Estados Unidos também continue causando volatilidade nas bolsas, pois o mercado está pressionado pelo medo de que o avanço das taxas causem problemas para a econômica global. O país já sinalizou aumentos mais relevantes para as próximas reuniões do FED, uma situação inversa em comparação ao Brasil.
Em meio a esse contexto, para quem tem o perfil conservador, o ideal é deixar boa parte da carteira aplicada em títulos atrelados à Selic e CDI, como o Tesouro Direto e CDBs de liquidez diária. Eles são indicados para formar a reserva de emergência ou para realizar objetivos de curto prazo.
Além de estarem com uma remuneração interessante de 13,75% ao ano se for o tesouro selic, eles têm liquidez diária, ou seja, podem ser sacados a qualquer momento sem prejuízo, o que pode ser uma vantagem, visto o momento crucial que estamos passando.
O rendimento da Renda Fixa está atrativo e, com o cenário mudando, podem aparecer oportunidades na renda variável, e com aplicações em liquidez é fácil de movimentar o dinheiro.
Opções considerando a Taxa Selic
Em momentos de crise, o recomendado é investir 60% em títulos atrelados à Selic para perfis conservador e 40% para perfis moderados. Títulos bancários, como CDB, LCI e LCA, também são uma boa opção.
A melhor forma de investir em cenários de incerteza e crise política é buscar aplicações mais conservadoras inicialmente e diversificar a carteira aos poucos. “O mercado é irracional muitas vezes, então tomem cuidado e preserve seu patrimônio nestes momentos”.
É importante ficar de olho e estudar a compra de títulos atrelados à inflação para realizar objetivos de longo prazo. Como a remuneração deles é o IPCA mais uma taxa prefixada, definida na hora da aplicação, eles protegem o investidor da alta dos preços e quem sabe usar a marcação a mercado, pode ser uma boa oportunidade para fazer uma saída antecipada destes títulos daqui alguns anos, quando a Selic estiver em cenário de baixa. Neste caso de marcação a mercado, o ideal é procurar um profissional para lhe dar um apoio.
Os papéis atrelados à inflação ainda são uma boa alternativa para objetivos de médio e longo prazo, porque protegem o capital e seu poder de compra. O Brasil historicamente tem oscilações e várias surpresas com a inflação, e apesar da deflação dos últimos meses, ainda não sabemos o que acontecerá com os preços após as eleições.
Já os títulos prefixados são bem mais arriscados e cheio de polêmica, pois as taxas de juros aqui no Brasil são bem inconstantes. O rendimento desses papéis está caindo com o fim do ciclo de alta da Selic. Ainda conseguimos achar taxas atrativas de 14 ou 15% em títulos privados, com datas de vencimento entre 2025 e 2030.
Acredito que agora é o momento de investir uma parcela do capital nesses títulos, antes que as taxas deles caiam ainda mais do que já diminuíram com o fim do ciclo de alta da Selic.
Lembre-se: antes da data de vencimento, títulos atrelados à inflação e prefixados oscilam bastante e podem dar rendimento negativo. Por isso, é necessário estar disposto a resgatar o dinheiro apenas no final do prazo para ganhar o que foi acordado no início do investimento.
Investimentos em Renda Variável neste período de teto de taxas de juros, pode ser muito interessante, pois podem gerar boas oportunidade de compras. Mas abordaremos o impacto da Selic em Renda Variável em outro momento.
-Leandro Bezerra
*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.