loader image

Desemprego é a principal causa do novo recorde da alta da inadimplência

Estudo do Serasa aponta 68,39 milhões de brasileiros inadimplentes e mantém alta consecutiva

Pelo nono mês seguido, a inadimplência no Brasil aumentou. O novo recorde agora é 68,39 milhões de endividados. Segundo dados divulgados pelo Serasa Experian, 29% dos entrevistados relataram o desemprego como a principal causa.

Os resultados da pesquisa que saíram nesta quinta-feira (17) apontaram a alta pela nona vez consecutiva no mês de setembro. O crescimento foi de mais de 420 mil pessoas em relação ao mês passado.

Pesquisa do Serasa

O estudo divulgado pelo Serasa Experian levantou informações de 5.225 pessoas em dívidas e mostrou o maior impacto do desemprego em pessoas de até 30 anos (33%) e mulheres (31%).

[adinserter name=”BANNER INTRASITE RETANGULO DEITADO – 1″]
[adinserter name=”BANNER INTRASITE QUADRADO MOB – 1″]

Enquanto o levantamento do mês passado demonstrou um número 67,9 milhões de brasileiros endividados, ou seja, superior em comparação aos novos números, em relação ao ano passado, 30% dos entrevistados afirmaram o desemprego como o fato de maior relevância. Já este ano, a porcentagem caiu para 29%.

Além do desemprego, as demais causas destacadas foram: redução de renda, com 12%, a pessoa entrevistada foi vítima de inadimplência de outra pessoa, com 11%, empréstimo de nome e falta de controle, ambos com 8%.
A causa de emprestar o nome foi explicada pelo diretor de Marketing do Serasa, Matheus Moura, como um comportamento habitual dos brasileiros. Compartilhar um nome é algo comum, especialmente em épocas de crise. “O crédito acaba sendo compartilhado com familiares e amigos”, o diretor afirma.

Alta consecutiva de inadimplência / Foto: Reprodução

Vale ressaltar o papel fundamental que a inflação desempenha diante deste cenário. A redução da renda do consumidor brasileiro (12%), dada em vista da inflação, foi um grande fator contribuinte para a alta da inadimplência, com um causando o outro.

Deste modo, a alternativa escolhida pela maioria das pessoas entrevistadas foi o uso do cartão de crédito. Não à toa que é a dívida mais popular entre os brasileiros, correspondendo a 53% de todos os tipos de endividamento.

Principais dívidas

Igualmente ao mês anterior, ao total dos brasileiros endividados, a causa de 53% continua sendo o cartão de crédito. Dentre as dívidas de cartão de crédito, 65% do uso do crédito foram em alimentos nos supermercados, 48% em produtos de varejo, como roupas, calçados e eletrodomésticos, e 41% em remédios ou tratamentos médicos.

Em seguida, ambos representando 22% do todo, compras em delivery (comidas e bebidas) e despesas de transporte e combustível.

Em contrapartida dos demais fatores, o número correspondente à inadimplência de pagamento de contas básicas reduziu de 32% para 19%, em comparação a setembro de 2021 e setembro de 2022. 

Moura confirmou a queda significativa da dívida de contas como água, luz e gás, como consequência e sinal de melhora do desemprego e projetos sociais. Com benefícios sociais, como o Auxílio Brasil, as pessoas começaram a priorizar o pagamento desses gastos acima de outros.

Dívidas com mais de um ano

De 2021 para 2022, o levantamento do Serasa Experian apontou um aumento de 67% para 71% do número de pessoas com dívidas com pelo menos um ano de atraso. Desta forma, cresceu pelo segundo ano seguido.

[adinserter name=”BANNER INTRASITE RETANGULO DEITADO – 2″]
[adinserter name=”BANNER INTRASITE QUADRADO MOB – 2″]

Já os dados sobre os tipos de dívidas, com pelo menos um ano, o grande destaque foram as dívidas contraídas pelo empréstimo do nome. A pesquisa apresentou que dentro das dívidas por empréstimo de nome, 85% estão atrasadas há pelo menos um ano e 64% têm um atraso equivalente ou superior a dois anos.

Além disso, 59% dos entrevistados da pesquisa revelaram não saber os valores das tarifas e juros cobrados nos casos de atraso de pagamento.

Impactos das dívidas

Essa edição do estudo conteve perguntas a respeito da saúde e estado mental dos participantes. Questões sobre bem-estar mental foi abordado inclusive na apresentação das informações, acompanhada por uma profissional da área.

A psicóloga Valéria Meirelles, responsável por monitorar o comportamento, enfatizou que as primeiras consequências de conflitos e preocupação sobre dívidas são os sintomas biológicos.

“A ansiedade vai invadindo a vida da pessoa que busca incansavelmente uma solução para zerar esta situação […] O foco do indivíduo torna-se a resolução do endividamento, o que compromete diretamente seu desempenho profissional, impedindo ou comprometendo que ela realize até tarefas mais básicas”, a profissional acrescentou.

Dentre as 5.225 pessoas entrevistadas, 83% relataram ter insônia por preocupações com as dívidas e 78% relataram ter surtos negativos por conta de débitos já vencidos.

Os entrevistados também relataram ter dificuldade para concentrar em tarefas do dia a dia (74%), impactos conjugais (62%), crises de ansiedade (61%), sentimentos de “muita tristeza” e “medo do futuro”, vergonha da dívida (51%), insegurança financeira (33%) e impacto familiar (31%).