A demanda pelas commodities e o risco de uma crise macroeconômica global – ESTOA

A demanda pelas commodities e o risco de uma crise macroeconômica global

As chances de uma crise refletidas no desempenho dos recursos


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Por englobar recursos básicos negociados entre os países, as commodities são uma categoria de ativos na Bolsa de Valores extremamente importante. Com uma constante demanda por esses itens, eles são conhecidos por possuir uma volatilidade natural em sua precificação.

Dessa forma, esse tipo de ativo negociado pode refletir diretamente a situação econômica global: em épocas de crise, a procura pelos materiais é rapidamente alterada, deixando evidente o cenário em que a economia se encontra.

Atualmente, refletindo as severas alterações nas taxas de juros, conflitos mundiais e a incerteza sobre a demanda dos itens, as commodities têm enfrentado períodos de queda recorrentes, afetando empresas de diferentes ramos.

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A queda dos minérios

Atualmente, o grupo mais pressionado pelos indicadores negativos da economia é o de minérios, com destaque para o minério de ferro, que vem enfrentando quedas recorrentes em sua precificação.

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Uma das influências mais recentes sobre o preço dos contratos futuros do minério de ferro foi a fala do presidente da China Xi Jinping, reiterando a eficácia de sua política zero Covid-19, na abertura do Congresso do Partido Comunista.

Assim, depois de manter o posicionamento do partido, a fala pressionou o preço dos metais ferrosos, sobretudo do minério de ferro, fazendo com que os contratos futuros das commodities enfrentassem um dia de quedas.

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Ao fim do pregão, o contrato do minério negociado para janeiro de 2023 atingiu uma queda de 2%. Na Bolsa de Valores norte-americana, os contratos de minério de ferro também caíram, com uma desvalorização de 1,04%.

Minério de Ferro/Foto: Reprodução

Nesta terça-feira (18), outros itens do conjunto de metais também despencam. Por volta das 15:00 horas (Horário de Brasília), os únicos itens do grupo de contratos futuros dos minérios que não apresentam quedas foram o Níquel (+1,84%), Zinco (3,50%) (ambos ingleses) e o Paládio (+0,72%) (norte-americano).

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Os três ativos do conjunto de commodities que, até então, lideram as quedas são o Alumínio, com queda de 2,11%; o Cobre de Londres, com desvalorização de 1,50% e o Estanho, caindo em 1,43%. Todos negociados na Bolsa inglesa.

Prévia da Vale

Apesar de pertencer ao grupo de companhias que, de acordo com o mercado financeiro, deve enfrentar quedas durante o período de publicações de balanços trimestrais, a Vale (VALE3) indicou melhorias para o segmento.

Segundo a prévia operacional da empresa, sua produção de minério de ferro durante o terceiro trimestre deste ano foi de 89,7 milhões de toneladas, uma alta de 1,1% ante o mesmo período de 2021.


Se comparados aos dados do último trimestre, o 2T22, os números aumentaram em 21%.

Depois de divulgar sua prévia operacional, as ações da mineradora apresentaram valorizações durante o pregão desta terça-feira (18)

Por volta das 15:00 horas (Horário de Brasília), os ativos da Vale (VALE3) somaram uma alta de 1,33%, atingindo os R$ 71,62.

Petróleo

A desaceleração da atividade econômica mundial e as preocupações acerca das taxas de juros norte-americanas também afetaram o petróleo, uma das commodities mais negociadas.

As expectativas acerca do adiamento dos indicadores econômicos chineses também pressionaram a precificação do ativo, que enfrentou quedas ao longo do dia de hoje.

Inicialmente, a publicação para os dados estava marcada para o dia de hoje, incluindo informações sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do maior importador da commodity do mundo.

Barris de petróleo são negociados nas Bolsas de Valores/Foto: Reprodução

Por volta das 15:20 horas desta terça-feira, o petróleo dos Estados Unidos somava uma queda de 2,57%, aos US$ 82,36.

O petróleo tipo Brent, por sua vez, também enfrenta desvalorizações durante o pregão do dia de hoje, caindo em 1,52% ao mesmo horário, atingindo os US$ 90,23.

Mais tarde, às 12:00 horas, o segundo tipo atingia sua mínima em duas semanas, com uma desvalorização de 2,85%, aos US$ 89,09.

Outros fatores que pressionaram o preço do ativo foram os relatos de que a administração do governo de Biden, o presidente norte-americano, planejava atuar contra o aumento de preços do petróleo gerada pelos cortes de produção dos países produtores da Opep+.

Assim, de acordo com os relatos, os administradores planejavam vender reservas de petróleo de emergência do país para combater os preços.