Apetite por risco: Dólar cai no exterior após subir 4 sessões
O dólar opera em baixa e com apetite por risco, na manhã desta quarta-feira, após subir nas últimas quatro sessões, em meio ao rali nas bolsas internacionais. O petróleo está volátil e retomou a alta, enquanto o minério de ferro deu um salto de 6,65% hoje na China.
Dólar cede com apetite por risco
Os juros dos Treasuries sobem também e o dólar cede em meio a sinais de avanço nas negociações entre Moscou e Kiev para cessar fogo na Ucrânia. Na terça-feira, a Ucrânia acenou à Rússia de que pode renunciar à entrada na Otan em troca da retirada de tropas russas do país.
Hoje, o Kremlin afirmou que uma Ucrânia neutra com seu próprio exército é uma “possível opção de compromisso”, segundo a agência de notícias russa Interfax. Os ministros de defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se reúnem em sessão extraordinária nesta quarta-feira, na Bélgica.
Os investidores globais precificam ainda os ganhos fortes dos mercados de ações na Ásia, após o vice-premiê chinês Liu He afirmar hoje que o governo irá adotar políticas favoráveis aos mercados de capitais, tomar medidas para evitar e contornar riscos no setor imobiliário e que reguladores chineses e dos EUA avançaram em conversas sobre empresas chinesas com ações listadas nos EUA.
Há compasso de espera ainda pelas decisões de juros do Fed e do Copom, à tarde. Para a decisão do Fed, é esperada a primeira elevação de juros desde 2018, de 25 pontos base, aposta quase unânime entre especialistas, diante da pressão inflacionária, e os investidores buscarão indicativos sobre a continuidade do aperto monetário neste ano.
Para o Copom, a expectativa majoritária é de alta da taxa Selic de 1 ponto porcentual, para 11,75% ao ano, e que poderá deixar a porta aberta para continuidade do ciclo de aperto.
A possível votação da reforma tributária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado está no radar também nesta manhã bem como as medidas em discussão no governo para baixar também os preços da gasolina.
A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, afirmou ontem à noite que o projeto de lei para desonerar o PIS/Cofins da gasolina, defendido por Bolsonaro, vai sair do Congresso, e não do governo.
Ela afirmou também que a proposta de criar um fundo de estabilização dos combustíveis – aprovada no Senado e parada na Câmara – terá de ser revista, porque “a Economia não aprova o projeto”.
Segundo operadores, o IGP-10 de março confirmou uma desaceleração ante fevereiro, que foi maior que a mediana esperada pelo mercado, mas fica em segundo plano porque não captou o reajuste dos combustíveis no Brasil a partir da última sexta-feira, dia 11.
Às 9h21, o dólar à vista caía 0,62%, a R$ 5,1269. O dólar para abril cedia 0,71%, a R$ 5,1490.
*Com Estadão Conteúdo.