Balança Comercial fecha em déficit em novembro após 10 meses no azul
O resultado da balança comercial foi influenciado pelo recorde de importações no mês de novembro
De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (01), pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o Brasil atingiu dados expressivos de exportação e importação de produtos, porém entrou em déficit na Balança Comercial.
Apesar de obter um crescimento de 23,2% no número de exportações em novembro de 2021, o valor de importações também subiu 53,1% no mesmo período. Como consequência desse resultado, a Balança Comercial – que é a diferença entre os valores das exportações e das importações de um país em um certo período – registrou um déficit de US$1,31 bilhões.
Segundo os dados divulgados, as importações somaram US$21,603 bilhões em novembro, e as exportações, US$20,296 bilhões. As exportações no ano, por exemplo, chegaram a US$256,1 bilhões – um recorde tanto para períodos de 11 meses quanto para anos fechados.
O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão destacou em coletiva de imprensa o resultado das exportações. “Já ultrapassamos esse valor (o último recorde da exportação brasileira anual foi em 2011, com US$254 bilhões) com os resultados de janeiro a novembro”.
O número de importações também atingiu números históricos. Esse aquecimento foi puxado pelo aumento de 34,7% nos preços, já que o volume importado subiu apenas 4,5%.
“Temos observado uma aceleração dos preços dos bens importados e um crescimento do valor importado concentrado em alguns segmentos, como combustíveis em geral, energia elétrica, adubos, fertilizantes e medicamentos”, comentou Brandão.
Outra justificativa para o aumento das importações foi a compra de vacinas contra a Covid-19. A compra deste produto entra na categoria de medicamentos e ajuda na piora do resultado da balança comercial.
NÚMEROS POR SETORES
Confira agora a lista divulgada pela Secex de produtos que alavancaram o valor de exportações e importações:
EXPORTAÇÕES
- Minérios de níquel e seus concentrados: +41.689,1%;
- Gorduras e óleos vegetais “soft”, bruto, refinado ou fracionado: +1.025,6%;
- Produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço: +217,5%;
- Soja: +163,1%;
- Minérios de alumínio e seus concentrados: +120,4%;
- Ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja ou aço e ferro-ligas: +55%;
- Óleos brutos de petróleo, crus: +27,6%;
IMPORTAÇÕES
- Gás natural, liquefeito ou não: +925,1%;
- Milho não moído, exceto milho doce: +433,8%;
- Cevada, não moída: +268,7%;
- Carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado: +254,7%;
- Adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos): +165,7%;
- Óleos combustíveis de petróleo (exceto óleos brutos): +162,9%;
- Outros minérios e concentrados dos metais de base: +162,5%;
- Medicamentos e produtos farmacêuticos, exceto veterinários: +136,5%;
- Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus: +103,2%
Parceiros Comerciais
Entre os principais parceiros econômicos, a Balança Comercial só teve superávit com China, Hong Kong e Macau.
As exportações para a Argentina cresceram 17,4% e somaram US$1,05 bilhões. As importações aumentaram 110,1% e totalizaram US$1,35 bilhões. A balança comercial com este país apresentou déficit de US$ -0,31 bilhões.
As exportações para a China, Hong Kong e Macau no mês de Novembro/2021, cresceram 8,8% e somaram US$5,03 bilhões. As importações aumentaram 34,6% e totalizaram US$4,51 bilhões. Assim, a balança comercial com ele apresentou superávit de US$0,52 bilhões.
As exportações para os Estados Unidos, em Novembro/2021, cresceram 50,1% e somaram US$2,67 bilhões. As importações aumentaram 84,7% e chegaram a US$4,19 bilhões. Assim, a balança comercial resultou num déficit de US$ -1,52 bilhões e a corrente de comércio registrou aumento de 69,5% alcançando US$6,86 bilhões.
As vendas para a União Europeia cresceram 19,8% e chegaram a US$2,62 bilhões. As importações aumentaram 40,4% e totalizaram US$3,64 bilhões. Assim, a balança comercial com este bloco resultou num déficit de US$ -1,01 bilhões e a corrente de comércio aumentou 31,0% alcançando US$6,26 bilhões.