Banco Central divulga nova projeção para crescimento da economia em 2023
Saiba mais sobre o IPCA, Créditos e as Transações correntes presente no Relatório
O Banco Central do Brasil (BC), divulgou nesta quinta-feira (29), sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 de 1,2% para 2%, pelo Relatório Trimestral de Inflação.
No entanto, as projeções feitas pelo BC ainda ficam abaixo das estimativas feitas pelo Ministério da Fazenda, que espera um crescimento na faixa dos 2,4% para economia brasileira este ano.
Relatório Trimestral de Inflação
O Relatório de Inflação do BC, aponta que o lado da oferta possui um desempenho positivo do agronegócio no começo do ano, portanto, fazendo a instituição elevar suas estimativas para uma expansão agropecuária de 7% para 10%.
A revisão para indústria registou uma alta de 0,3% para 0,7%, enquanto para os serviços as estimativas tiveram uma previsão de crescimento de 1,0% para 1,6%.
Sobre os componentes de demanda, o Relatório modificou as projeções de e 1,5% para 1,6%, com a expectativa de que haja um crescimento do consumo das famílias, sendo assim elevando de 0,7% para 1% a previsão de alta do consumo do governo.
As projeções para 2023 da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que tem como função medir o volume de investimento produtivo na economia, tiveram uma queda de 1,8%.
IPCA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de junho teve uma queda de 0,29% para 0,08%, com as expectativas mais fracas em relação ao setor de alimentação no domicílio e bens industriais.
Nos bens industriais, o programa de desconto para veículos iniciado neste mês é apontado como um dos principais fatores da queda.
“A medida, que dispõe sobre mecanismo de desconto patrocinado na aquisição de veículos, deve resultar em queda nos preços de automóveis em junho, com reversão parcial desse efeito nos meses seguintes”, destaca o relatório.
As previsões do Banco Central para o IPCA de julho mostram um aumento de 0,29%, para o mês de agosto em 0,25%, assim como também para setembro, que ficou em 0,26%.
Na inflação de 12 meses, há uma queda de 3,94% em maio para 3,16% em junho, entretanto, em setembro atinge 5,38% de acordo com os cálculos da autoridade monetária.
Nos preços administrados, o BC destaca que a gasolina pode ser pressionada por mais uma etapa de reoneração dos impostos federais no início de julho.
Já em relação aos industriais, o Banco Central disse que os resultados dependem dos efeitos da medida de descontos a veículos, que deve ser renovada, segundo as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Há incerteza quanto a esses efeitos, tanto em relação ao impacto em junho, quanto à magnitude da sua reversão após o fim dos descontos patrocinados pelo governo”, disse o Banco Central.
Ministério da Fazenda
Em maio, a Secretaria de Política Econômica (SPE) havia feito suas projeções do crescimento oficial do PIB em 1,9% ante a no mês de março, que era de 1,6%.
Já o Ministério da Fazenda disse que, em suas projeções, o carry over ganha mais espaço, já que pode acontecer de registrar uma variação zero do PIB nos próximos três trimestres, na comparação com o período de janeiro a março.
De acordo com os cálculos feitos pelo Ministério, o efeito estatístico de carregamento também levaria o crescimento no total de 2,4% neste ano.
Créditos
Em relação ao mercado de créditos, as projeções do Banco Central para 2023 tiveram um aumento de 7,6% para 7,7%. O crédito total em operações com pessoas físicas registrou alta de 8,4% para 9,9%, no setor de empresas teve de 6,3% para 4,4%.
“As novas projeções do crescimento nominal do estoque de crédito para 2023, apesar de ligeiramente superiores às indicadas no relatório anterior, continuam indicando processo de desaceleração do crédito, especialmente no segmento livre, compatível com o ciclo de aperto monetário”, destaca o BC.
Transações correntes
O relatório atualiza as estimativas do BC para o balanço de pagamento em 2023, com os resultados das transações correntes do País em um déficit de US$ 32 bilhões para US$ 45 bilhões.
Já o Investimento Direto no País (IDP) neste ano permaneceu em US$ 75 bilhões, enquanto o saldo comercial teve uma redução de R$ 62 bilhões para R$ 54 bilhões, com destaque no valor das exportações e uma alta do valor das importações.