Boletim Focus: mercado eleva projeção da inflação para 2023 e 2024
As expectativas para o dólar, no entanto, não foram alteradas
Na manhã desta segunda-feira (23), o Banco Central (BC) publicou o Relatório Focus, que contém as projeções do mercado financeiro para diferentes setores da economia, como inflação, taxa de juros e variação cambial.
Nesta edição, as empresas ouvidas pela autoridade monetária elevaram suas expectativas acerca da inflação brasileira para os anos de 2023 e 2024. As projeções sobre o valor da moeda americana, no entanto, se mantiveram as mesmas.
Projeções do Focus
Dessa forma, segundo os economistas ouvidos pelo BC até o fim da semana passada, a expectativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial da inflação brasileira, para 2023 foi elevada pela sexta vez seguida, de 5,39% para 5,48% — uma variação positiva de 0,09 p.p.
Eles aumentaram, também, a projeção do nível inflacionário para o ano de 2024, indo de 3,70% na última edição, para 3,84% nesta segunda-feira, representando uma alta de 0,14%.
Suas projeções para 2025, no entanto, não foram alteradas. O mercado espera, dessa maneira, que o IPCA atinja os 3,50%.
Em 2026, os economistas também aumentaram, pela quinta edição seguida, suas expectativas sobre a taxa, de 3,22% para 3,47 p.p., o que indica uma variação positiva de 0,25%.
O índice finalizou o ano passado com o acumulado de 5,79%. A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) era de 3,5%, com uma margem de tolerância de 1,50% para cima ou para baixo, permitindo a variação entre 2% e 5%.
Para os juros básicos da economia brasileira, indicados pela taxa Selic, principal mecanismo de combate à inflação utilizado pelo Banco Central, os economistas também mantiveram suas projeções.
O mercado espera, desta maneira, que o indicador chegue ao fim deste ano aos 12,50%, mesmo valor indicado na última edição.
No entanto, para 2024 e 2025, as expectativas acerca da Selic foram elevadas. No ano que vem, a projeção para os juros básicos da economia foi de 9,25% na semana passada, para 9,50% nesta edição. Isso representa uma alta de 0,25% na taxa.
Para o ano de 2025, o mercado elevou pela segunda semana seguida as expectativas para o medidor, de 8,25% para 8,50% nesta semana. Uma variação de, também, 0,25 p.p.
PIB
O documento publicado também traz as expectativas dos economistas e instituições ouvidas pelo BC sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os serviços e bens finais produzidos, brasileiro.
Dessa forma, as projeções do mercado para o indicador neste ano subiram em 0,02 p.p., indo de 0,77% na última edição publicada, para 0,79% nesta semana.
As expectativas para os anos de 2024, 2025 e 2026, no entanto, se mantiveram, respectivamente, em 1,50%; 1,90%; e 2%.
Suas projeções são as mesmas pela quarta, segunda quadragésima quinta semanas seguidas, respectivamente.
Dólar
A previsão para a moeda americana se manteve a mesma pela segunda edição seguida, aos R$ 5,28.
O resultado é o mesmo para os anos de 2024 e 2025, há duas e cinco semanas seguidas, respectivamente, onde o mercado financeiro manteve as projeções de R$ 5,30 para ambos os anos.
O cenário para 2026, no entanto, piorou de acordo com o documento publicado nesta segunda-feira. Isto, pois os economistas aumentaram suas expectativas para a moeda americana de R$ 5,30 para R$ 5,35 nesta edição.
Balança comercial
As previsões para o desempenho da balança comercial neste ano também foram elevadas pelo mercado financeiro, de US$ 57,2 bilhões para US$ 58 bilhões, uma variação positiva de US$ 800 milhões.
Para 2024, a projeção se manteve em US$ 52,4 bilhões. As expectativas para 2025 e 2026, no entanto, também aumentaram para, US$ 56,2 bilhões e US$ 55 bilhões, respectivamente.