Boletim Focus: Mercado financeiro eleva projeção de inflação para 2023 e 2024
Para 2023, a projeção da inflação ficou em 5,23% contra 5,17% na semana passada
Nesta segunda-feira (26), analistas do mercado financeiro voltaram a reduzir a expectativa para a inflação deste ano, porém elevaram a de 2023 e 2024, segundo estimativas divulgadas pelo Relatório Focus, do Banco Central (BC).
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), responsável por avaliar a inflação oficial do país, caiu de 5,76% para 5,64% para este ano. Para 2023, a projeção da inflação ficou em 5,23% contra 5,17% na semana passada. Para 2024 e 2025, as previsões de inflação são de 3,6% e 3,2%, respectivamente.
Projeções do mercado financeiro
PIB
O mercado reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira de 3,05% para 3,04% neste ano e manteve a de 2023 em 0,79%.
Selic
A expectativa para a taxa de juros subiu de 11,75% para 12% em 2023 e manteve-se em 9,00% para 2024.
Câmbio
A estimativa para o dólar se manteve em R$ 5,25 neste ano, mas registrou leve alta em 2023, de R$ 5,26 para R$ 5,27.
A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação, que deve ser mantida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional, de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O limite inferior seria de 2% e o superior, de 5%.
Em decorrência do aumento de preços de combustíveis e alimentos, em novembro, a inflação subiu 0,41%. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 5,13% no ano e 5,90% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Taxa de juros
O Banco Central usa como principal instrumento para alcançar a meta de inflação a taxa básica de juros da economia, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
A próxima reunião do Copom está agendada para o dia 31 de janeiro e 1° de fevereiro de 2023. O mercado financeiro mantém a expectativa de que a Selic continue nos mesmos 13,75% ao ano nesta primeira reunião de 2023.
Mas para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica de juros fique em 12% ao ano, contra 11,75% previstos na semana passada. Já para 2024 e 2025, a previsão é de, respectivamente, Selic em 9% e 8% ao ano.
A finalidade do Copom ao aumentar a taxa básica de juros é conter a demanda aquecida, causando reflexos nos preços porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
As taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Projeções PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano foi ajustada para 3,04%, frente a 3,05% na semana passada. Para 2023, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da soma de todos os bens e serviços produzidos no país foi mantida em 0,79%.
Para 2024 e 2025, o mercado financeiro revisou a expectativa de crescimento do PIB de 1,67% para 1,5% e de 2% para 1,9%, respectivamente.
A expectativa de projeção para a cotação do dólar está em R$ 5,25 para o final deste ano. Para o fim de 2023, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,27, contra R$ 5,26 na semana passada.