Bolsa brasileira atinge um dos piores desempenhos mundiais em 2021
Queda de 14% do índice da B3 faz Bolsa brasileira ocupar a penúltima posição em ranking
A Agência Classificadora de Risco, Austin Rating, realizou um levantamento completo sobre as bolsas de valores com desempenhos ruins no ano de 2021, os dados foram coletados de janeiro até o meio de novembro, as contagens formaram um ranking com os piores desempenhos de bolsas de valores por todo o mundo.
O Ibovespa, principal índice de ações da B3, Bolsa de valores do Brasil, registrou o segundo pior desempenho no mundo todo, ficando atrás apenas do IBC, índice da Venezuela, considerado o pior do mundo, devido às crises enfrentadas pelo país da América do Sul.
Apesar de terem sido 78 países no levantamento, foram verificados 79 índices em bolsas internacionais, somando o acumulado do ano e com fechamento até novembro.
O ranking entrega resultados que provam que o índice Ibovespa vai ao contrário das tendências globais dos mercados acionários, sendo de países desenvolvidos ou emergentes. Apenas nove de todos os países verificados, estão listados com perdas.
“O Brasil está muito longe da curva por problemas domésticos. E o principal ponto é a perda de confiança no futuro da economia, com os investidores preocupados com o ambiente fiscal.” afirmou o economista-chefe e autor do levantamento, Alex Agostini da Austin Rating.
A média de variações das bolsas de valores pelo mundo foi de 13,6%, já a Bolsa brasileira registrou baixas de 14.4%. Em comparativo com a pior bolsa do mundo, da Venezuela, não considerada “existente” para acionistas norte-americanos e europeus, a B3 seria a pior do mundo, já que o IBC da Venezuela registrou -99,5%.
Em seguida no ranking dos piores, os índices:
3º – HSI Hong Kong
4º – MSE Malta
5º KLCI Malásia
6º NZX ALL Nova Zelândia
7º – FTSE Colômbia
8º – S&P/BVL Peru
9º – KOSPI Coreia do Sul
10º – Nikkei 225 Japão
O Ibovespa acumulou cinco meses seguidos de baixas em 2021, registrando em novembro o acumulado de 101.867 pontos. Na terça-feira (02) data da divulgação do ranking, o Ibovespa fechou em alta, com 3,66% e 104.466 pontos.
Fatores importantes levaram a B3 a uma possível queda, como o PIB do Brasil e a economia nacional ter caído 0,1% no terceiro trimestre do ano, fazendo o Brasil entrar em uma recessão técnica.
“Nas 10 piores posições só tem o Japão de país desenvolvido. Isso deixa claro que a crise afetou em termos de perspectiva muito mais os países emergentes, que têm uma capacidade de resiliência menor do que os países envolvidos”, destaca Agostini.
Outros dados marcam a surpresa da Argentina entre as bolsas com melhor desempenho no ano, em processo de recuperação. Os destaques ficaram com as bolsas de Mongólia com 104% e Zimbabue com 305%.
O índice começou o ano com 119.017 pontos e superou os 130 mil pontos no começo de junho, atingindo a máxima histórica de 130.776 pontos, mas acabou retrocedendo para patamares próximos dos 100 mil pontos.
Na quarta-feira (01) a pior pontuação do ano foi de 100.774 pontos. O dólar fechou novembro com 8,68% de alta, com valor médio de R$5,62.