Bolsonaro demite Silva e Luna da Petrobras e indica Adriano Pires – ESTOA

Bolsonaro demite Silva e Luna da Petrobras e indica Adriano Pires

Nesta segunda-feira (28), Bolsonaro demitiu presidente da Petrobras (PETR4) e indicou o economista Adriano Pires para o comando da estatal


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Durante a gestão de 11 meses do general Joaquim Silva e Luna à frente da presidência da Petrobras, os preços da gasolina e do gás de botijão subiram cerca de 27%. O diesel teve uma alta de 47% e o GNC (gás veicular) aumentou 44%. 

Em meio à disparada nos preços dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir Silva e Luna. Seu antecessor, Roberto Castello Branco, indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, também foi demitido em meio a críticas de Bolsonaro sobre o preço dos combustíveis. 

Em conversa com apoiadores nesta terça-feira (29), ao ser questionado sobre determinada escolha, Bolsonaro inicialmente se negou a responder, mas depois disse que a demissão realizada é um procedimento “de rotina”.

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Bolsonaro demite Silva e Luna da Petrobras e indica Adriano Pires
Joaquim Silva e Luna e Jair Bolsonaro/Fonte: Jornal da Cidade Online

Bolsonaro também fez críticas referente aos impostos cobrados por governadores sobre combustíveis: “um dos vilões aqui é o ICMS. Sabe quanto é o imposto federal do diesel? É zero. Sabe quanto é o imposto federal do gás de cozinha? Zero. Eu fiz minha parte, mas na ponta, na bomba, não baixa”. 

Adriano Pires, indicado para a presidência da Petrobras, já criticou o governo de Bolsonaro. O economista que substituirá Silva e Luna, disse que a gestão econômica era “refém dos caminhoneiros”. 

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Pires disse: “é impressionante, um governo que se diz  tão forte, tão liberal, ficar refém dos caminhoneiros”. 

Quem é Adriano Pires, substituto de Silva e Luna?

Indicado para comandar a Petrobras (PETR4), o economista Adriano Pires tem à frente o grande desafio de colocar “rédeas” nos preços praticados pela estatal, algo que nenhum sucessor durante todo o governo do presidente Jair Bolsonaro foi capaz de superar, destacaram analistas. 

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Adriano Pires é diretor-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Caso ele seja confirmado, sucede a gestão militar de Joaquim Silva e Luna, general da reserva do Exército brasileiro e ex-diretor-geral da usina Itaipu Binacional. 


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Ele é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutor em economia industrial pela Universidade de Paris XIII. Possui mais de 40 anos de atuação no mercado de energia, acredita-se que não deve enfrentar resistência dos investidores. 

O economista teve sua última passagem pelo governo no ano de 2001, onde assessorou o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). 

Além disso, ele também possui experiências como consultor do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

Bolsonaro demite Silva e Luna da Petrobras e indica Adriano Pires
Adriano Pires em reunião/Fonte: Reprodução

Adriano Pires defende criação de fundo para combustíveis

Pires contrapõe visões do liberal Paulo Guedes, durante entrevistas como representante do CBIE. Pires defendeu a criação de fundo de estabilização para evitar repasses pela Petrobras da volatilidade no preço do petróleo aos consumidores. Ele defende a ideia de manter a política de preços da estatal alinhada aos preços internacionais.

De acordo com o economista, a existência do fundo não reduz aumentos estruturais no valor de comercialização de combustíveis. Pires disse: “Mas ele vai ajudar em duas coisas: diminuir a volatilidade, ou seja, não vai haver um repasse tão rápido para o consumidor. E pode reduzir um pouco o preço”. Ele explica que é preciso aliviar a disparada dos preços ao consumidor e sugere o uso de dinheiro público. 

Segundo o blog da Ana Flor, Pires não deve trabalhar para mudar a política de preço da Petrobras, e já vinha atuando como consultor informal do Ministério de Minas e Energia (MME).


Preço dos combustíveis

A política de preços adotada pela estatal voltou a receber muitas críticas do presidente Jair Bolsonaro, devido à disparada no preço do petróleo no mercado internacional, em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia, e consequentes repasses promovidos pela Petrobras. 

Somente neste mês, a Petrobras anunciou um grande aumento nos preços dos combustíveis. Foi reajustado pela estatal, o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras em 18,8%. O preço médio para o diesel subiu 24,9%. 

A Petrobras alterou, desde o governo Michel Temer, sua política de preços de combustíveis para seguir a paridade com o mercado internacional. Porém, no Brasil, o preço dos combustíveis são influenciáveis pela cotação do dólar e pelo valor do barril no mercado internacional.