Brasil registra saldo negativo de US$ 1,7 bilhão de contas externas
No mês de abril, a balança comercial de bens registrou um superávit de US$ 6,9 bilhões
Nesta sexta-feira (26), o Banco Central do Brasil (BC), divulgou o saldo das contas externas brasileiras, que registraram cerca de US$ 1,7 bilhão no mês de abril, diferente do resultado do ano anterior, que foi de 100 milhões no mesmo mês.
No entanto, referente ao mês de março, que teve um resultado positivo em oito meses de US$ 286 milhões, os dados ficaram abaixo das estimativas feitas pela instituição.
Dados do superávit e déficit
As contas externas acumularam um déficit de US$ 54,2 bilhões , o equivalente a 2,76% do Produto Interno Bruto (PIB), em 12 meses encerrados em abril. No quarto mês de 2022 os dados foram de US$ 44,6 bilhões em 2,56% do PIB.
Já o registro no mês anterior foi de US$ 52,4 bilhões, no total de 2,56% do PIB. Apesar das diferenças de resultados, em uma comparação anual, o déficit em renda primária teve um aumento de US$ 1,6 bilhão, enquanto o resultado secundário caiu em US$ 361 milhões, mesmo com um leve aumento no superávit comercial, na estabilidade na conta de serviços, no total de US$ 118 milhões.
No mês de abril, a balança comercial de bens registrou um superávit de US$ 6,9 bilhões, o que pode ser considerado estável se comparado com os dados no mesmo mês em 2022, de US$ 6,8 bilhões.
As exportações tiveram uma redução de 5,7% na comparação anual, totalizando cerca de US$ 27,6 bilhões, assim como também as importações, que diminuíram cerca de 8% em uma mesma base de comparação, o equivalente a US$ 20,6 bilhões.
O déficit na conta de serviços foi de US$ 3,2 bilhões em abril de 2023, as contas de trasporte em despesas líquidas tiveram nível baixo de 26,1%, no total de US$ 1 bilhão em comparação com abril de 2022, já que neste ano a influência de um resultado baixo vem dos menores gastos em frente.
Sobre as despesas líquidas com aluguel de equipamentos, o BC informou que foram registrados cerca de US$ 746 milhões com um aumento interanual de 20,6%.
Enquanto as despesas líquidas na rubrica de viagens internacionais tiveram um avanço de 11,4%, somando cerca de US$ 784 milhões, as receitas tiveram um aumento de 14,6% e 12,6% nas despesas.
O déficit de renda primária teve o resultado de US$ 5,4 bilhões , com um aumento de 41,5%. Nas despesas líquidas de lucros e dividendos, que inclui os investimentos diretos e em carteira, registraram cerca de US$ 3,8 bilhões.
Por fim, o BC divulgou as despesas líquidas com juros no total de US$ 1,5 bilhão, com um resultado superior ao de abril do ano passado, devido aos efeitos dos dados das despesas brutas em operações intercompanhia e em outros tipos de investimentos.
IDP
O BC também divulgou dados relacionados aos investimentos diretos no país (IDP), que registraram cerca de US$ 3,3 bilhões de ingressos líquidos. Os ingressos em participação de capitais foi de US$ 4,4 bilhões, enquanto os ingressos líquidos em amortização e em operações intercompanhia foi de US$ 1,1 bilhão.
Em um acumulado de 12 meses, os investimentos diretos registraram cerca de US$ 82 bilhões, no total de 4,17% do PIB a menos que os resultados do mês de março, que foi de US$ 89,7 bilhões, no total de 4,57% do PIB.
Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram cerca de US$ 1,1 bilhão de entradas líquidas, em ações e fundos de investimentos o lucro foi de US$ 1,5 bilhão, já em títulos de dívidas foi de US$ 424 milhões.
As reservas internacionais tiveram um total de US$ 345,7 bilhões, devido ao retorno líquido de US$ 2,5 bilhões em operações de linhas com recompra.