Brasil termina 2022 como líder em ranking mundial de juros reais – ESTOA

Brasil termina 2022 como líder em ranking mundial de juros reais

Manutenção da Selic em 13,75% desde agosto fez o país acabar o ano na liderança


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No final da tarde desta quarta-feira (7), o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom), anunciou a última decisão do ano com relação à taxa básica de juros, Selic. O encontro que começou na terça-feira confirmou as expectativas de que a taxa seria mantida pela quarta reunião consecutiva em 13,75%. Com isso, a Selic fechou o ano com um aumento de 4,5 pontos.

O país que iniciou o ano com a Selic em 9,25%, viu a taxa básica subir 1,5% logo na primeira reunião do Copom de 2022, em fevereiro, depois disso mais quatro altas foram anunciadas até que a Selic ficou estável em 13,75% a partir de agosto.


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Brasil líder em ranking mundial

A poucos dias de encerrar 2022, o Brasil saiu da última reunião do Copom com um resultado que já era esperado por analistas e não causou surpresas, a decisão fez com que o país mantivesse a sua larga vantagem no ranking mundial de juros reais, que é elaborado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management.

Brasil termina 2022 como líder em ranking mundial de juros reais
Banco Central manteve Selic pela quarta reunião seguida /Foto: Reprodução

A lista que conta com 156 países serve para mostrar como estão os juros do país se descontada a inflação projetada para os 12 meses seguintes. O Brasil retomou a liderança do ranking em maio deste ano após perder o posto para Rússia em março, em meio às sanções que o país europeu sofreu devido à guerra.

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Desde então o Brasil se consolidou no topo do ranking e em agosto quando registrou juros reais de 8,52% chegou a ter mais do que o dobro da taxa do segundo colocado, o México, que teve juros reais de 4,2%.

Agora, com a manutenção da Selic no mesmo patamar desde agosto em 13,75%, ao descontar a inflação projetada para os próximos 12 meses, de 5,33% e a taxa de juros DI a mercado nos próximos 12 meses, de acordo com o levantamento da Infinity, o Brasil termina o ano com juros reais de 8,16%.

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PaísJuros ReaisPaísJuros Reais
Brasil8,16%Taiwan-1,71%
México5,39%Rússia-1,80%
Chile4,66%Canadá-2,19%
Hong Kong3,12%Austrália-2,92%
Colômbia2,39%França-2,94%
Filipinas2,21%Tailândia-4,19%
Indonésia2,09%Suécia-4,32%
África do Sul1,73%Portugal-4,48%
Índia1,13%Dinamarca-4,50%
Israel0,74%Itália-5,09%
Malásia0,30%Áustria-5,18%
Nova Zelândia0,08%Alemanha-5,36%
Hungria0,05%Espanha-5,44%
China0,02%Polônia-6,35%
Reino Unido-0,60%Bélgica-6,39%
Estados Unidos-1,04%Grécia-6,43%
Japão-1,54%República Checa-7,53%
Coreia do Sul-1,56%Holanda-7,78%
Cingapura-1,60%Argentina-11,36%
Suíça-1,60%Turquia-14,49%

Assim como em agosto, o segundo colocado no ranking continua sendo o México, desta vez com juros reais de 5,39%, seguido pelo Chile, que tem juros reais de 4,66%. Na outra ponta do ranking está a Turquia, com juros reais de -14,49%. O país euro-asiático que passa por um período de inflação nas alturas, registrou nesta semana a primeira queda na inflação em 18 meses.

Juros nominais

Por outro lado, o ranking global dos juros nominais – que não descontam a inflação – também possui um país sul-americano na liderança. A dona do primeiro lugar é a Argentina, com juros nominais na casa dos 75%, influenciado principalmente pela hiperinflação que o país vive e que está prestes a chegar aos 100%.

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O Brasil ocupa o segundo lugar do ranking com os 13,75% definidos pelo Banco Central nesta quarta-feira, na sequência vem a Hungria com 13%.

Alertas para 2023

A reunião trouxe também alertas fiscais para o próximo ano. Fechando o ano no maior patamar para o índice desde 2016, o Copom manteve o aviso que poderá voltar a aumentar a Selic caso a inflação não caia como esperado e usou como justificativa a elevada incerteza fiscal e os estímulos fiscais adicionais.

A meta para 2023 é ter uma inflação de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos. No entanto, as projeções dão conta de que o país terá uma inflação de 5,08% ao final do ano que vem, ficando portanto acima da margem que vai até 4,75%.