Carnaval deve injetar mais de R$ 8 bilhões na economia; inflação dos itens também sobe – ESTOA

Carnaval deve injetar mais de R$ 8 bilhões na economia; inflação dos itens também sobe

A quantia movimentada durante o período deve ser superior ao valor da última edição


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Uma das tradições brasileiras que mais atraem pessoas, o carnaval deve movimentar uma quantia superior ao do ano passado, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), publicado em janeiro.

A alta dos preços, no entanto, impede que o montante supere os níveis pré-pandemia. De acordo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a inflação dos itens acumula até 15% ao ano.


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Carnaval deve injetar mais de R$ 8 bilhões

As expectativas são da CNC, a entidade que representa um dos maiores setores econômicos do Brasil. De acordo com o órgão, as festas de carnaval devem movimentar R$ 8,18 bilhões na economia brasileira.

A estimativa representa uma alta de 26,9% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram injetados R$ 6,45 bilhões.

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Imagem ilustrativa/Foto: Fernando Frazão – Agência Brasil

O montante, no entanto, ainda representa uma queda ante o último resultado antes do início da pandemia de Covid-19, o de 2020, evidenciando impactos econômicos que perduram até os dias de hoje.

Na época, o período, considerado o “Natal do turismo brasileiro” pela CNC, movimentou um total de R$ 8,47 bilhões. A estimativa para este ano é 3,3% menor do que o resultado de três anos atrás.

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“A gente vive em um período ainda de inflação elevada e isso faz com que o consumidor ou o turista coloque os gastos com lazer em segundo plano para fazer frente às necessidades do dia a dia”, disse o economista da CNC, Fabio Bentes.

“Afinal de contas, a crise sanitária ainda é um evento muito recente. Então o consumidor, não por conta de medo de uma nova onda de contaminação, mas por conta das consequências econômicas da pandemia, não anda com o bolso tão farto assim para consumir serviços, principalmente durante o carnaval”, disse Bentes.

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As previsões feitas pelos governos das cidades onde o turismo é, naturalmente, maior durante esta época do ano são, no entanto, maiores.


Em Salvador, é esperada uma movimentação de R$ 1,8 bilhão feita por mais de 800 mil turistas. Na cidade do Rio de Janeiro, localidade com o Carnaval mais conhecido do mundo, a previsão é de que sejam injetados até R$ 4,5 bilhões na economia, valor 12,5% maior do que o nível pré-pandemia.

Essas são, segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo da FIA (IBEVAR-FIA Business School), as cidades mais populares durante a data.

Em ordem, elas são o Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Paulo. Todas as localidades, exceto São Paulo, apresentaram alta de cerca de 121% na hospedagem.

Os principais itens consumidos durante o período, no entanto, também apresentaram altas.

Inflação dos itens acumula alta

De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a inflação dos itens relacionados ao período somam uma alta de até 15,5%.

Na pesquisa, o instituto considerou 26 itens com mais procura durante o evento. Dessa forma, a maior variação foi das passagens aéreas, que acumularam uma alta de 58,33% nos últimos 12 meses.

Logo em seguida, vem a tarifa de táxi (11,82%), anticoncepcional (11,57%), transporte por aplicativos (9,93%) e hotel (9,85%).

Os itens de maior consumo durante as comemorações também sofreram altas. As bebidas alcoólicas em geral se depararam com uma inflação acumulada de 8,22%. Cervejas e Chopes também aumentaram, por sua vez, em 7,54%.

Imagem ilustrativa/Foto: Reprodução

Refeições em bares e restaurantes também acumularam altas. Dessa vez, os itens apresentaram uma elevação de 7,71%.

De acordo com o economista responsável pelo levantamento, Matheus Peçanha, todos os produtos encontraram no período uma oportunidade de reajuste de preço, pois “sofreram muito com falta de demanda no período da pandemia […]”, mesmo com o “emprego e a renda ainda comprometidos”.