Cautela interna impede Ibovespa de acompanhar alta externa – ESTOA

Cautela interna impede Ibovespa de acompanhar alta externa


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Após tentar recuperação em leve alta na faixa dos 112 mil pontos, o Ibovespa passou a cair, chegando até mesmo a perder os 111 mil pontos. A mudança acontece na esteira do recuo das commodities no exterior, que afeta principalmente ações de primeira linha como Petrobras e Vale. Internamente, o temor de uma paralisação dos caminhoneiros após os reajustes nos preços dos combustíveis está no radar e gera cautela, ainda mais em uma semana de decisão de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

O Ibovespa mantendo a cautela, recua, apesar da alta das bolsas americanas, que sobem na esteira de expectativas de avanço nas conversas entre Rússia e Ucrânia Internamente. Já aqui a possibilidade de paralisação dos caminhoneiros, pesa, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

“A chance de acontecer uma greve está crescendo. Além disso, o aumento de casos de Covid na China atinge em cheio o minério de ferro, gerando mais pressão sobre a inflação global e elevando temores de mais problemas na cadeia de suprimentos”, avalia o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

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Cautela gera queda no Ibovespa

Às 11h10, o Ibovespa cedia 0,59%, aos 111.050,87 pontos, após cair 0,97%, na mínima aos 110.632,13 pontos. Na máxima diária marcou 112.298,93 pontos, em queda de 0,97%.

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“As commodities acabam forçando a Bolsa para uma queda acentuada”, diz Leonardo Santana, especialista em ações da Top Gain. Segundo ele, o “driver” da semana é a expectativa de alta dos juros americanos, especialmente neste cenário de conflito no Leste Europeu.

Apesar da alta externa, Alexandre Brito, sócio da Finacap, reforça que o foco principal continua sendo a guerra, diante da expectativa de avanço nas negociações entre Rússia e Ucrânia para colocarem fim ao conflito. Apesar da reunião em curso, Brito não se empolga, ora, já que não vê sinal de estabilização deste cenário.

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Alta será moderada

Por isso, acredita que a alta do índice seja moderada, ainda mais por conta da espera das decisões de política monetária no Brasil e nos EUA. “O BC deve subir a Selic em um ponto, para 11,75% na quarta. O Focus já mostrou hoje aumento projeção foi de 12,25% para 12,75%. O mercado também fica de olho nessa questão dos combustíveis”, afirma.

“Mais uma semana começando, com um importante evento na atenção do mercado brasileiro: a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que anunciará a nova taxa básica de juros do Brasil, a Selic. Esperamos uma alta de 1 ponto porcentual, com a Selic chegando em 11,75% ao ano”, afirma em nota Antônio Sanches, especialista em investimentos da Rico.

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Em relação ao Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), espera-se que ocorra a primeira alta dos juros desde o início da pandemia, diz Sanches. Além disso, há grande expectativa em relação ao ritmo de aumento da taxa e do tempo de elevação. As decisões do Copom e do Fed ocorrerão na quarta-feira.

Antes disso, o noticiário corporativo doméstico fica no radar. A Gol, por exemplo, reportou prejuízo líquido de R$ 2,8 bi no quarto trimestre de 2021 revertendo lucro de R$ 16,9 milhões em igual período de 2020. Após o fechamento da B3, saem os resultados de Magazine Luiza e EcoRodovias.

*Com Estadão Conteúdo.