China estabelece meta de crescimento mais modesta em 2023; bolsas chinesas caem
A decisão foi pressionada pelo desempenho econômico com a política de “Covid zero”
No último sábado (4), domingo (5) no fuso horário do local, o governo chinês anunciou que a meta de crescimento econômico da segunda maior economia do mundo seria mais modesta, de 5%, para o ano de 2023.
A decisão foi pressionada pelos resultados gerados pela implementação de uma série de medidas protetivas, conhecidas como a política de “Covid zero”, que fez com que o país apresentasse um dos piores desempenhos em cerca de 50 anos.
O mercado financeiro, por sua vez, reagiu de forma negativa ao alvo divulgado, fazendo com que as bolsas do país caíssem.
Meta econômica mais modesta
O objetivo posto pelo governo na China representa, ainda, um valor próximo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) registrado no ano passado, de 5,5%. A meta para este ano, 0,5 p.p. menor que a anterior, é a mais baixa em cerca de três décadas.
A expansão econômica do ano passado, por si só, já refletiu os efeitos gerados pela implementação das políticas de “Covid zero” no país. Isso, pois o resultado acumulado no ano passado foi um dos menores desde a década de 70.
Caso o resultado positivo de 2,2% registrado no primeiro ano de pandemia de Covid-19, em 2020, esse é o pior desempenho desde o ano de 1976.
Nesta época, a China começou a se expandir no mercado internacional, alcançando atualmente o posto de segunda maior economia do mundo.
O conjunto de medidas protetivas foi responsável por reduzir o número de pessoas circulando, atingindo consequentemente a atividade econômica do país.
O novo objetivo posto pelo governo chinês ficou, ainda, abaixo das estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que projetava uma expansão de 5,2% para a economia da China.
De acordo com o primeiro-ministro Li Keqiang, no relatório, a decisão prioriza a estabilidade econômica.
A decisão foi tomada considerando os riscos de uma recessão global — isto é, um período onde há a redução do PIB e um aumento nas taxas de desemprego, pressionada pela alta nos níveis inflacionários em todo o mundo.
Ainda de acordo com Keqiang, a meta de criação de empregos para 2023 deve ficar em 12 milhões, acima do objetivo proposto para o ano de 2022, de 11 milhões.
Para o déficit orçamentário governamental, também foi indicada uma meta de 3% do PIB. No último ano, o objetivo era de que o indicador atingisse os 2,8%.
De acordo com uma reportagem da agência internacional Nikkei, o primeiro-ministro disse que, além dos níveis de inflação continuarem altos, “[…] o crescimento econômico e comercial do mundo está perdendo força e as tentativas do exterior de conter e reprimir a China estão aumentando”.
A informação faz referência ao desempenho das exportações chinesas, que apresentaram um volume menor no ano passado. O mercado imobiliário chinês, por sua vez, registrou números abaixo das expectativas.
O discurso foi dado enquanto ele anunciava a meta de crescimento econômico para uma multidão que se reuniu no Grande Salão do Povo de Pequim.
Bolsas caem
A definição de um objetivo mais modesto foi o suficiente para que o mercado financeiro do país reagisse com pessimismo ao fim do pregão desta segunda-feira (6), com exceção do mercado de ações de Hong Kong.
Dessa maneira, o índice Shanghai Composite, principal indicador do mercado de Xangai, fechou o pregão com queda de 0,19%, aos 3.322 pontos.
O indicador CSI300, responsável por compilar 300 principais ativos das bolsas de Xangai e Shenzhen, finalizou com uma queda de 0,52%, com uma pontuação de 4.109.
O índice Hang Seng, de Hong Kong, foi, por sua vez, o único a apresentar altas no dia de hoje, finalizando o dia de hoje com uma alta de 0,17%, aos 20.603 pontos.