Dia da indústria: Governo Federal divulga medida de acesso à carros populares

Nesta quinta-feira (25), no dia da indústria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), divulgou que tem como objetivo facilitar o acesso dos consumidores aos carros populares. 

A indústria de automação defende a possibilidade de disponibilizar cerca de 10% a 15% do saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) na troca de carros usados por um carro zero.

Carros populares no Brasil

O valor de um carro zero quilômetro no Brasil está na média de R$ 68 mil. Portanto, o governo Lula tem a intenção de deixar estes veículos mais baratos. O presidente destaca que pretende colocar os veículos em um preço similar aos que os carros populares possuíam há algumas décadas no Brasil.

A ideia de facilitar o acesso foi divulgada pelo presidente da República durante um discurso no dia 4 de maio, no qual Lula disse que: “carro de R$ 90 mil não é popular”, sendo assim, o setor de automotivos vem discutindo a possibilidade de deixar um preço mais acessível à população brasileira.

Em uma reunião com o presidente, os representantes de entidades do setor automotivo, assim como vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que esteve  à frente dos estudos sobre o tema.

“Na reunião, Lula e Alckmin anunciaram medidas de curto prazo para ampliar o acesso da população a carros novos e alavancar a cadeia produtiva ligada ao setor automotivo brasileiro. O encontro contará com a presença de ministros e representantes de trabalhadores e fabricantes da indústria automotiva”, destaca o governo em um comunicado.

Alckmin também defendeu que o pacote deve incluir medidas de apoio à indústria de caminhões.

Haddad fala sobre possibilidades

Há algumas semanas os representantes do ministério, assim como também do setor de automotiva, vem discutindo as alternativas de redução dos preços.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se manifestou sobre as medidas propostas pelo presidente da República, dizendo que há “várias possibilidades” de o estudo dar certo. 

Antes de uma reunião com Lula e Alckmin na quarta-feira (24), Haddad destacou que: “mas tem coisa que só dá para fazer o ano que vem. Pode até ser anunciada, mas só dá pra fazer no ano que vem, em virtude das regras fiscais [das contas públicas”.

Um dos tópicos discutidos pelos executivos é que as montadoras de veículos não possuem uma grande margem de lucros com os carros populares, sendo assim dificultado a redução dos preços nas fábricas, já que de acordo com as empresas, a margem de lucro é maior em carros mais caros. 

FGTS

Uma das alternativas para facilitar a compra dos carros populares, que também é defendida pela indústria de automóveis, é a possibilidade dos trabalhadores sacarem parte do FGTS, em um valor 10% ou 15%, para utilizar na troca de um carro usado por um novo. 

No entanto, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que é “radicalmente contra” o uso do FGTS para a troca de veículos. 

Houve também uma reunião com os representantes da indústria de locomotivas sobre a ideia de utilizar o FGTS para a troca, na qual foi pontuado que há o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), como tributo federal, que já é reduzido para os carros populares.

Desta forma, para que haja uma queda de impostos, as medidas devem envolver os impostos recolhidos pelos estados, assim como é feito com o ICMS. Entretanto, a alíquota de ICMS também já foi reduzida para os carros de passeio, assim como qualquer queda de arrecadação precisaria ser compensada pela União.

De acordo com fontes ligadas aos governadores, esta medida poderia ser discutida como uma negociação com as secretarias estaduais da Fazenda. 

Após reunião com Lula, Alckmin também anunciou uma redução do PIS/Confis, além do IPI para carros de até R$ 120 mil, para que seja possível gerar descontos nos preços de veículos para os consumidores.