Enjoei (ENJU3) cria estratégias por aumento de prejuízo no 4T21
‘Enjoei’ decide investir no aumento de vendedores para tentar reduzir prejuízos na plataforma
No início do ano de 2021, a Enjoei (ENJU3) tomou a decisão de abrir mão de margens para aumentar o número de vendedores. A ideia é que, tendo mais lojistas virtuais, eles possuem a ambição de conseguir clientes que gastam mais na plataforma ao longo do tempo.
Dessa maneira, irão conseguir maior oferta de produtos e conseguir assim, atrair um público que gasta mais nas compras eletrônicas. A plataforma carrega a expectativa de que neste ano, esse investimento possa trazer resultados que reduzam o prejuízo da plataforma.
Mas por enquanto, esse prejuízo só cresce, registrando no quarto trimestre de 2021 uma piora de 56,7% na última linha do balanço.
Tiê Lima, CEO da empresa, argumenta dizendo: “Uma vez que aumentamos o número de vendedores na plataforma, combatemos o custo de aquisição de clientes, com uma base mais rentável de usuários”.
Quais as estratégias a Enjoei adotou para atrair novos vendedores?
Para atingirem o objetivo de atrair mais vendedores, em primeiro lugar, tentaram aumentar a liquidez das vendas, dando descontos no frete para o cliente.
Após essa tentativa, a companhia ofereceu aos novos lojistas a oferta de que, ao realizarem sua primeira venda na plataforma, eles não iriam precisar pagar a porcentagem cobrada sobre a venda, e a segunda e a terceira venda teriam porcentagens mais baixas descontadas do valor pago pelo cliente.
Com isso, o “take rate”, taxa que a plataforma cobra sobre a venda, foi de 19,8% em 2021, sendo que ela chega a 31% para vendedores com seis ou mais vendas. Essa proposta é para fazer com que o vendedor goste e queira realizar negócios, se incomodando menos com a taxa à medida que vende mais.
Essas estratégias trouxeram bons resultados?
A primeira parte do plano parece ter dado certo. Eles aumentaram 50% a sua base de vendedores, chegando a 1 milhão. O número de transações por cliente cresceu 17%.
Houve um aumento de 8,2% na Receita Bruta da companhia, chegando a R$ 32,8 milhões. O GMV (Volume Bruto de Mercadorias) cresceu 27%.
Porém, ainda não houve melhora na rentabilidade da empresa. Ocorreu uma piora de 56,7% no prejuízo recorrente da companhia, chegando a R$ 33,7 milhões.
O Ebitda ajustado foi negativo em R$ 31 milhões, resultando em uma piora de 246% ante ao reajuste operacional de um ano atrás.
Lima explica que a melhora vai acontecer, mas somente no decorrer do ano, e que as bases para essa virada paulatina já foram lançadas.
Ao ser questionado sobre o quanto a rentabilidade é algo a se explicar no seu modelo de negócios, Lima admitiu que está acostumado e treinado sobre o assunto, mas garante que a proposta de investir em 2021 para trazer resultados rentáveis em 2022 não veio da pressão do mercado, e sim da percepção da empresa em relação ao cenário econômico.
Por fim, Lima explica: “É para que a dinâmica de crescimento seja mais sustentável. Entendemos que o cenário macroeconômico coloca pressão sobre o custo de capital como um todo. Temos de prestar atenção e sermos conscientes do cenário por que ele é desafiador. Ele coloca pressão na expectativa do capital investido na Enjoei e nos coloca em um nível de exposição que temos de prestar atenção”.