Fed pode finalizar o ano com juros acima do nível atual, destaca CME Group
Dólar sofre as consequências dos juros altos e registra menor número desde junho de 2022
A plataforma de monitoramento do CME Group destaca, nesta sexta-feira (9), chances do Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), terminar o ano com juros mais altos do que o nível atual.
Além das pressões na inflação do país, a moeda norte-americana vem registrando baixa devido ao cenário interno, externo e os juros dos EUA, sendo assim apresentando mais uma sessão de desvalorização.
Fed
De acordo com os dados da CME Group, os juros básicos do nível atual, entre 5,00% e 5,25%, podem ter uma alta, indicando também que a probabilidade de a taxa básica aumentar em dezembro é de 22,7%.
Já sobre o Fed Funds, a pesquisa aponta que em 2023 as chances deles encerrarem entre 5,25% e 5,50% subiram de 19,2% para 23,6%, enquanto as estimativas pela faixa são de 5,50% a 5,75%, apresentaram alta de 3,5% a 4,7%.
Em uma comparação com os resultados atuais, o mercado financeiro aponta que as chances do Fed relaxar no aperto monetário acabam sendo mínimas, entretanto, ainda há analistas que estimam que o Fed mantenha os níveis dos juros até semana que vem e só voltarão a subir no mês de julho.
Dólar
O dólar comercial teve uma queda frente ao real, nesta sexta-feira em R$ 4,856, registrando seu menor nível desde 8 de junho de 2022, mesmo com a Bolsa de Valores em alta de 1,6%, sendo assim superando os 117 mil pontos.
A queda da moeda norte-americana frente a brasileira é devido ao feriado de Corpus Christi no Brasil, que influencia de maneira direta nas posições da véspera.
O dólar comercial operava em baixa de 0,76%, às 13h45 (horário de Brasília), sendo cotado em R$ 4,886 na compra e a R$ 4,887 na venda. Assim como os contratos em dólar futuro que caiam esta manhã.
O contrato cheio (DOLFUT), recuou cerca de 0,93%, o total de 4.906 pontos. Já o mini dólar (WDOFUT) sofreu queda de 0,99%, o equivalente a 4.905,50 pontos.
De acordo com as opiniões dos analistas, o salto dos ativos locais vem acontecendo devido às visões mais construtivas em relação ao mercado interno com a desaceleração da inflação medida pelo IPCA e a deflação nos IGP’s.
As estimativas do mercado financeiro é de que ainda haja uma queda iminente nos juros no segundo semestre de 2023, o que pode ajudar a Bolsa a elevar o valor das ações das empresas focadas no mercado interno, já que os juros menores acabam impulsionando o Ibovespa, portanto, atraindo estrangeiros e aumentando a demanda da moeda local.
Com as expectativas do mercado financeiro sobre a reunião do Fed, no qual deve pausar o aumento na taxa de juros, assim como a espera dos dados de deflação nos EUA, o dólar index (DXY) registrou queda de 0,71%.
Opinião dos analistas
O analista de investimentos da Ouro Preto, Marcelo Morais, disse que o dólar na casa de R$ 4,85 e em frente ao real, está relacionado ao fator externo e às expectativas para a decisão do Fed.
Além desses dois fatores, Morais também aponta o cenário macroeconômico doméstico do Brasil, que registra dados positivos com o crescimento econômico e surpreende positivamente a inflação com trajetória de queda e a balança comercial positiva: “Com isso, o real tem performado positivamente contra o dólar”, destaca Moraes.
Já para o CEO da Box Asset Management, Fabricio Gonçalvez, aponta que o real frente ao dólar representa: “No ranking dos países emergentes, o real liderou uma alta frente ao dólar, com analistas e investidores projetando um corte iminente na taxa básica de juros do Brasil”.
“Os atuais indicadores econômicos divulgados recentemente também apontam uma melhora econômica e corroboram para uma queda nos juros e, por consequência, uma apreciação no câmbio do país”, finaliza Gonçalvez.
A próxima reunião do Fed vem gerando expectativas no mercado financeiro devido a nova tomada de decisões da instituição para determinar uma nova fase para o ciclo monetário dos EUA em 2023.