FMI aumenta projeção de crescimento do PIB global em 2023, mas reduz em 2024
Previsão da economia brasileira fica abaixo dos grandes países emergentes
Nesta terça-feira (31), o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou, em seu relatório World Economic Outlook (WEO) — em português, Perspectivas da Economia Mundial, publicado duas vezes por ano, a elevação da previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global para 2023, de 2,7% para 2,9%.
Segundo o órgão, a elevação se deu, principalmente, por conta da reabertura da economia da China em função da flexibilização de suas rígidas normas contra Covid-19, entre outros fatores.
Crescimento global é elevado
Apesar disso, a estimativa representa uma queda de 0,5 p.p. em relação ao previsto anteriormente em 2022. Dentre os fatores que estimularam a redução, o FMI cita as regras rígidas para o combate da inflação gerada pela guerra entre Rússia e Ucrânia e o aumento de casos de Covid-19 na China ao longo do ano.
No entanto, a reabertura da economia chinesa em função do abandono das normas extremamente restritivas em relação à Covid-19 gerou “uma recuperação mais rápida do que o esperado”, o que provocou o aumento em relação à previsão de outubro.
Isso, ao lado da demanda “surpreendentemente resistente” apresentada por economias como a dos Estados Unidos, zona do Euro, e a maior parte do “mercado emergente e economias em desenvolvimento” favoreceu a ligeira aceleração em relação às previsões de outubro.
O órgão também divulgou suas expectativas acerca do ciclo de inflação global ao longo de 2023 e 2024. Para este ano, as taxas inflacionárias devem cair de 8,8% em 2022 para 6,6%.
No ano que vem, a inflação deve recuar para 4,3%. O total ainda será, no entanto, maior do que os níveis pré-pandemia, de cerca de 3,5 p.p.
Apesar de revisar para cima suas projeções para o crescimento da economia global durante o ano de 2023, o FMI também reduziu suas expectativas para o ano de 2024.
De acordo com a previsão, o ritmo de crescimento da economia do mundo deve apresentar uma ligeira aceleração aos 3,1%. O valor é, no entanto, 0,1 p.p. menor do que o apresentado no último relatório do órgão, publicado em outubro de 2022.
Ao fim do documento publicado, o Fundo Monetário Internacional alerta para a crescente possibilidade baseada em pesquisas de uma recessão econômica que deve atingir, sobretudo, as economias dos Estados Unidos e da Europa.
Crescimento brasileiro fraco
Segundo os dados publicados pelo FMI, a previsão de crescimento da economia da América Latina e do Caribe está abaixo de outras regiões do mundo, como do Oriente Médio e Ásia Central, que indicou uma redução de 0,4 p.p., aos 3,2%, ou da África subsaariana, que recebeu uma revisão ligeiramente positiva, para 1,8%.
Dessa maneira, o órgão aumentou ligeiramente suas expectativas para o crescimento econômico da América Latina e do Caribe, em 0,1 p.p., em relação ao resultado de outubro, estabelecendo a previsão em 1,8%.
Para o Brasil, a expectativa é de que sua economia cresça em 1,2% neste ano, o que representa uma alta de 0,2%, e em 1,5% em 2024, apresentando uma redução de 0,4 p.p. ante a previsão de outubro.
A projeção para este ano é, ainda, maior do que a apresentada pelo Mercado Financeiro brasileiro.
De acordo com o Boletim Focus, publicado semanalmente pelo Banco Central (BC), divulgado na última segunda-feira (30), os economistas ouvidos pela autoridade monetária elevaram suas previsões de 0,79% para 0,80%.
Diante dos dados publicados acerca das expectativas para a economia global e para o cenário brasileiro, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, se expandiu durante o pregão.
Assim, ao longo da sessão de negociações desta terça-feira (31), o medidor somou às 14:56 horas (horário de Brasília) uma alta de 0,88%, atingindo os 113.264 pontos.