Focus mantém IPCA em 5,9% e sobe PIB de 2023 para 0,85%
Relatório do Banco Central aponta estagnação na inflação para 2023 pela primeira vez em 11 semanas
A projeção da inflação para 2023 foi mantida em 5,90%, informou nesta segunda-feira (6) o Boletim Focus. É a primeira vez em 11 semanas que o relatório do Banco Central (BC) apontou um freamento na alta de preços.
A expectativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação nacional, se estabilizou em 5,9% – o resultado será divulgado nesta sexta-feira (10).
Em contexto da divulgação, na última quinta-feira (2), o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, de 2,9%, apresentou-se abaixo das previsões do mercado e em comparação ao valor registrado no ano anterior.
Para 2023, a estimativa do crescimento econômico subiu para 0,85%.
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
A edição desta semana do Boletim Focus apresentou a interrupção de uma sequência de 11 semanas de um crescimento na inflação brasileira.
Medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alta da inflação para 2023 foi apontada em 5,9%, quebrando, portanto, a expansão consecutiva do indicador.
De modo seguido, o IPCA era estimado em 5,89% há duas semanas, 5,79% há três semanas, e 5,78% há um mês atrás.
Embora ainda esteja acima da meta para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Com uma margem de oscilação de 1,5%, para cima e para baixo, a previsão do órgão fixou 3,25% na inflação nacional.
As projeções da inflação para 2024 e 2025 se mantiveram as mesmas, em uma mediana de 4,02% e 3,80%, respectivamente, segundo o Boletim Focus. Junto à alta para 2026 que subiu de 3,75% para 3,77%.
Calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA será divulgado na sexta-feira (10) desta semana.
Produto Interno Bruto (PIB)
Para o Produto Interno Bruto (PIB), o Focus elevou a taxa de 0,84% para 0,85% para 2023, diante de 0,80% expressado no documento da semana passada (do dia 27 de fevereiro).
Apenas este ano, é a terceira vez seguida que o levantamento do Banco Central exprimiu um aumento na economia brasileira.
Contudo, a somatória de todos os bens e serviços do Brasil se manteve em 1,50% para 2024; 1,80% para 2025; e 2,00% para 2026.
Em 2022, a economia brasileira teve um crescimento de 2,9%. Com uma movimentação de R$ 9,9 trilhões, o resultado de 2022 foi puxado, principalmente, pela desaceleração de 0,2% no quarto trimestre, em relação ao trimestre anterior.
Selic e Câmbio
A taxa de Selic foi outra a não sofrer muitas alterações nesta edição do relatório. Com uma previsão de não alterar a maior taxa básica de juros desde janeiro de 2017, o relatório do Banco Central indicou 12,75% ao ano para 2023.
Para 2024 (10%) e 2025 (9%), as taxas permaneceram as mesmas da semana anterior. A única a manifestar mudanças foi a Selic de 2026, com uma elevação de 8,50% para 8,75%.
As estimativas para a taxa da Selic são sempre acompanhadas com uma margem de tolerância de 1,5%, para mais ou para menos.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a definir a taxa Selic, será realizada entre os dias 21 e 22 de março.
Já as projeções do câmbio se mostraram iguais aos valores da semana passada. A cotação para a moeda estadunidense se estabilizou em R$ 5,25 para 2023; R$ 5,30 para 2024; R$ 5,30 para 2025; e R$ 5,35 para 2026.