Greve de pilotos e comissários paralisa voos durante a manhã – ESTOA

Greve de pilotos e comissários paralisa voos durante a manhã

Os profissionais defendem o reajuste salarial na área


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Nesta segunda-feira (19), pilotos e comissários de bordo deram início a uma greve reivindicando reajustes salariais, paralisando os voos em aeroportos espalhados pelo Brasil.

As manifestações foram aprovadas na última quinta-feira (15), e estão previstas para se repetir diariamente e por tempo indeterminado.

Greve

As paralisações ocorreram das 6:00 às 8:00 horas (Horário de Brasília), nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Viracopos, no Estado de São Paulo; Rio-Galeão e Santos Dumont, no Estado do Rio de Janeiro; Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; Brasília, no Distrito Federal; Confins, em Minas Gerais; e Fortaleza, no Estado do Ceará.

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A categoria pretende manter a greve até que hajam sinalizações das empresas aéreas sobre as reivindicações dos profissionais, que buscam o reajuste salarial, com o aumento real de 5% e compensação inflacionária.


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Os funcionários buscam, ainda, fazer com que as companhias aéreas respeitem os horários de descanso dos pilotos e comissários aéreos.

De acordo com o Diretor-Presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Henrique Hacklaender, as reivindicações dos profissionais são “bem básicas”, destacando a compensação referente ao aumento das taxas inflacionárias e a ausência de um aumento real dos salários.

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“Há um caráter financeiro […]. E um caráter social, pois tentamos garantir minimamente que as empresas respeitem as folgas e os repousos dos tripulantes”.

Depois das greves serem aprovadas pelo Sindicato da categoria, na última quinta-feira (15), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) apresentou uma proposta de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho da aviação regular ao Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA).

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Imagem ilustrativa/Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A proposta foi aceita pelo Sindicato, mas rejeitada pelos funcionários da área, decidindo, assim, manter a greve.

Além disso, de acordo com uma nota da SNEA, uma decisão do TST feita no último domingo (18), permite que apenas 10% dos aeronautas — profissionais que atuam no interior das aeronaves — participassem das paralisações.

Isso significa que, de acordo com a decisão, 90% dos funcionários das empresas aéreas devem continuar trabalhando até o final do período de greve.

O Tribunal determinou, ainda, a possibilidade de responsabilização civil e criminal pelos “atos praticados ao longo da greve”. Dessa forma, “não serão tolerados descumprimentos da decisão judicial”., segundo a nota divulgada pelo SNEA.

“A multa pelo descumprimento é de R$ 200 mil por dia”, conclui o comunicado.


As paralisações geraram, ainda, atrasos e cancelamentos dos voos marcados para o dia de hoje.

Sobre as consequências da greve, Hacklaender disse que a possibilidade de haver atrasos já era prevista, mas o cancelamento dos voos partiriam das decisões das empresas aéreas.

“Não podemos prever, é uma prerrogativa das empresas, elas é que decidem pelo cancelamento ou não dos voos”, disse.

Voos cancelados

De acordo com a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), apenas no Aeroporto de Congonhas, foram registrados 38 atrasos e 5 cancelamentos de voos. 

Em Guarulhos, de acordo com a concessionária GRU Airport, o pico de atrasos chegou a 10 voos. Nenhum, no entanto, foi cancelado.

Aeroporto Internacional de Guarulhos/Foto: Delfim Martins Fotografias Ltda

O Aeroporto de Brasília, de acordo com a Inframerica, sua concessionária, registrou 24 decolagens atrasadas, além do cancelamento de outros 3 voos.

No Rio de Janeiro, o Aeroporto Rio-Galeão afirmou que, dos sete voos marcados durante o período de greve, três foram atrasados.

Ações das aéreas sobem

As ações das companhias aéreas, ao contrário dos voos, subiram durante o pregão desta segunda-feira (19). Os ativos da Azul (AZUL4) somaram por volta das 15:00 horas (Horário de Brasília) uma alta de 2,33%, aos R$ 9,66.

Os papéis da Gol (GOLL4) também se valorizaram no dia de hoje, somando ao mesmo horário uma alta de 1,96%, atingindo os R$ 6,25.

No entanto, no dia em que a greve dos aeronautas foi aprovada, na última quinta-feira (15), as ações da Azul e da Gol despencaram, se desvalorizando, respectivamente, em 3,24% (R$ 9,85); e 6,49% (R$ 6,48).