Guerra pode travar venda de fábrica de fertilizantes da Petrobras – ESTOA

Guerra pode travar venda de fábrica de fertilizantes da Petrobras


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A guerra na Ucrânia deve atrapalhar a venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), da Petrobras. Instalada no município de Três Lagoas (MS), a fábrica estava sendo repassada à empresa russa Acron. A assinatura do contrato dependia só do aval da área de governança da petrolífera quando a guerra estourou. Agora depende também do tempo que o conflito vai durar e de seus efeitos no caixa da Acron.

Apesar do valor envolvido não ter sido informado pelas empresas, o governo do Mato Grosso do Sul informou que a Petrobras gastou mais de R$ 3 bilhões para construir a fábrica. Parte desse dinheiro se perdeu com a deterioração dos equipamentos ao longo dos anos, desde a suspensão da obra em 2014.

Posição

“O acesso do Banco Central e das empresas russas às suas reservas e a ativos em dólar estão bloqueados e foram cancelados do sistema de pagamento internacional, o Swift. Sem poder movimentar dinheiro, a Acron não pode fechar o negócio, pelo menos por enquanto”, afirma Rodrigo Leão, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).

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Esse não é um problema para a Petrobras, pois a assinatura do contrato não estava prevista nos próximos dias. Segundo uma fonte da petrolífera, alguns trâmites internos ainda têm de ser cumpridos, o que costuma levar meses. A questão é que os dois lados estavam empenhados em acelerar o processo para que a empresa russa começasse a operar a fábrica já em julho.

“O negócio só será inviabilizado se a guerra e os efeitos da sanção econômica se estenderem e a Acron perder o fôlego para novas aquisições”, afirma Leão.

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Pompa

No dia 11 de fevereiro, quando a guerra ainda era uma tensão geopolítica, o vice-presidente da empresa, Vladimir Kantor, foi ao Mato Grosso do Sul acompanhado de representantes da Petrobras, para conversar com o governador Reinaldo Azambuja. O encontro foi comemorado pelo governo local, que há anos aguarda por um investidor na UFN-III.

A unidade começou a ser construída em 2011. Três anos depois, as obras foram paralisadas com 81% das instalações de pé. Hoje, a fábrica é um esqueleto em Três Lagoas e o esforço da Petrobras se limita a evitar a degradação dos equipamentos.

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*Com Estadão Conteúdo.