IBGE aponta alta de 0,59% do IPCA e quebra deflação consecutiva – ESTOA

IBGE aponta alta de 0,59% do IPCA e quebra deflação consecutiva

Alta de preços de outubro afeta oito dos nove grupos do IPCA; Alimentação, Saúde e Transportes são os mais impactados


Advertisement


Advertisement


Divulgado nesta quinta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou um aumento de 0,59% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O índice medidor da inflação brasileira demonstrou uma alta em oito dos noves grupos do IPCA, suspendendo a deflação constante dos meses prévios. 

O resultado excedeu as previsões e acumulou 4,70% na taxa de inflação no ano.


Advertisement


Outubro quebra ritmo de deflação

O IPCA corresponde à taxa de preços ao público consumidor, desta forma, é um dos índices fundamentais para medir a inflação e a economia nacional. Seu superamento no mês de outubro ultrapassou as projeções de 0,54%, estimada por analistas do Projeções Broadcast.

O piso avaliado foi avaliado em 0,25%, e 0,49% para a mediana.

Advertisement


Enquanto o IPCA de julho, agosto e setembro apresentou taxas negativas de 0,68%, 0,36% e 0,29%, respectivamente, equivalente à taxas de deflação vistas pela última vez em 1980, outubro foi diferente. 

O índice interrompeu a queda sucessiva, seu resultado acumulado em 12 meses indicou uma inflação de 6,47%. Valor acima da mediana prevista de 6,36% e da taxa de outubro de 2021, 1,25%.

Advertisement


Feira na zona sul de São Paulo / Foto: Vinícius de Oliveira/UOL

Oito dos noves grupos do IPCA registraram alta

O IPCA é composto por nove grupos de produtos e serviços, sendo oito deles afetados pela alta dos preços. O único grupo que não sofreu aumento foi Comunicação, manifestando uma queda de 0,48%.

Os mais impactados foram Alimentação e bebidas com uma variação de 0,72% e 0,16 p.p (pontos percentuais); Saúde e cuidados pessoais com uma variação de 1,16% e 0,15 p.p; Transportes com 0,58% de variação e 0,12 p.p.

Advertisement


Os três grupos juntos contribuíram por volta de 73% do IPCA de outubro.

Em vista da magnitude dos grupos, Pedro Kislanov, gerente da pesquisa, ressalta as alterações: “Há um claro contraste, porque alimentação e transportes, os dois grupos de maior peso, tiveram variação negativa em setembro e altas em outubro”.

Em seguida, Vestuário com 1,22% e 0,06 p.p; Despesas pessoais com 0,57% e 0,06 p.p; Habitação com 0,34% e 0,05 p.p; Artigos de residência com 0,39% e 0,01 p.p; e por último, Educação que apresentou variação de 0,18% e 0,01 p.p.

Alimentação, transportes e saúde

O crescimento em Alimentos foi em maior parte pela alimentação no domicílio (0,8%), movimentada pela batata-inglesa (23,36%), pelo tomate (17,63%), cebola (9,31%) e frutas (3,56%). 

Já fora do domicílio, que aumentou 0,49%, refeição também subiu de 0,34% para 0,61%, enquanto lanche reduziu de 0,74% para 0,3%. 

Acima da alta das passagens aéreas (27,38%), outro fator que contribuiu para o aumento de Transportes foi o combustível. Apesar da gasolina, óleo diesel e gás veicular terem sofrido quedas de 1,56%, 2,19% e 1,21%, respectivamente, a alta no etanol (1,34%) puxou o grupo. 

No grupo de Saúde e cuidados pessoais, as maiores parcelas de impacto foram de higiene pessoal (2,28% e 0,09 p.p) e planos de saúde (1,43% e 0,05 p.p). 


Variações das regiões do IPCA

Dentre as 16 regiões analisadas pelo IBGE, todas apontaram alta. Curitiba foi a menos atingida, registrando um aumento nos preços de 0,20%, queda controlada contribuída pelo recuo nos preços da gasolina (-2,4%) e energia elétrica (-9,88%). 

Ao mesmo tempo, a maior taxa foi de 0,95% em Recife, respondida pela variação positiva de passagens aéreas (47,37%) e energia elétrica (9,66%).

As demais regiões investigadas pelo IBGE apresentaram as seguintes variações:

  • Brasília: 0,87% e 4,06 p.p; 
  • Porto Alegre: 0,76% / 8,61 p.p;
  • São Luís: 0,71% e 1,62 p.p; 
  • São Paulo: 0,66% e 32,28 p.p; 
  • Fortaleza: 0,61% e 3,23 p.p
  • Salvador: 0,61% e 5,99 p.p
  • Vitória: 0,60% e 1,86 p.p
  • Aracaju: 0,58% e 1,03 p.p
  • Belo Horizonte: 0,54% e 9,69p.p
  • Goiânia: 0,53% e 4,17 p.p
  • Belém: 0,51% e 3,94 p.p
  • Campo Grande: 0,47% e 1,57 p.p
  • Rio Branco: 0,44% e 0,51 p.p
  • Rio de Janeiro: 0,41% e 9,43 p.p

As expectativas de inflação se mantêm negativas com o resultado do IPCA de outubro, a taxa de inflação passou de 5,61% para 5,63%. Contudo, a meta de inflação para o próximo ano foi definida em oscilar entre 1,75% e 4,75%, tendo uma média de 3,25%. Já a projeção do boletim Focus fixou que a taxa de 2023 deve estabilizar em 4,94%.