Ibovespa cai e dólar sobe com entrega do novo arcabouço fiscal – ESTOA

Ibovespa cai e dólar sobe com entrega do novo arcabouço fiscal

Os movimentos refletem as incertezas do mercado em relação às propostas


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O Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, acumula quedas durante o pregão desta quarta-feira (19) ao mesmo tempo em que o dólar se valoriza frente ao real.

O cenário desfavorável reflete as preocupações do mercado financeiro com o cumprimento dos planos estabelecidos pelo conjunto de medidas entregues pelo Governo ao Congresso na última terça-feira (18).

A desaceleração foi amenizada ainda durante a manhã de hoje, quando o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, mostrou otimismo quanto ao texto enviado.

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Ibovespa cai e dólar sobe

O índice da bolsa brasileira começou a cair após passar os últimos dois pregões próximo à estabilidade. Na mínima do dia, o indicador alcançou os 104 mil pontos, somando uma queda de 2,04%.

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Apesar disso, por volta das 15:00 horas (horário de Brasília), o medidor de desempenho das ações brasileiras reverteu parte da queda, atingindo uma pontuação de 104,1 mil ao acumular uma desvalorização de 1,90%.

Até agora, o Ibovespa apresenta uma semana mais fria em relação à última, que foi a melhor do ano até então.

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Seguindo o movimento pessimista do índice, o dólar acumula altas durante o pregão de hoje, superando novamente a barreira de R$ 5. Esta é a terceira sessão seguida em que a moeda americana apresenta altas.

Dólar volta a operar acima dos R$ 5,00/Foto: Shutterstock

Durante a última semana, o câmbio havia atingido sua mínima em cerca de 10 meses, sendo negociado abaixo dos R$ 4,90. Às 14:45 horas (horário de Brasília), a alta acumulada chegou aos 1,53%, fazendo a cotação chegar aos R$ 5,06.

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O que pressionou o pessimismo?

O principal fator que pressionou o movimento negativo do mercado financeiro durante a sessão de hoje é a preocupação do mercado financeiro em relação ao cumprimento das medidas estabelecidas pela nova âncora fiscal, cujo texto foi entregue nesta terça (18).

Agora, o arcabouço fiscal deve começar a tramitar na Câmara dos Deputados, e coleciona boas expectativas. Ainda nesta semana, seu relator deve ser designado

“O texto veio em linha com o esperado desde que a divulgação do marco fiscal foi feita. Assim como à época, as reações sobre o Projeto de Lei são mistas: enquanto alguns agentes de mercado entendem o avanço do tema como importante, outros – principalmente economistas e acadêmicos da área das finanças públicas – questionam o desenho da proposta”, afirmou a Câmara.

Apesar disso, não é possível atribuir o desempenho de forma integral às preocupações dos agentes do mercado. Isso, pois o cenário exterior também indicou contribuições para o movimento. 

Por volta das 14:15 horas (horário de Brasília), o índice Dow Jones, um dos mais antigos dos Estados Unidos, recuou em 0,19%, aos 33,9 mil pontos.

Apesar de amanhecer com quedas, por volta do mesmo horário, o medidor S&P 500 opera próximo à estabilidade, com alta de 0,035% e uma pontuação de 4,1 mil.


Além disso, dessa vez no palco nacional, as ações de empresas de commodities também pressionaram a queda do Ibovespa.

Campos Neto sobre arcabouço

Apesar de indicarem fortes recuos no início do dia, as falas de Campos Neto sobre o arcabouço fiscal acalmaram o mercado e desaceleraram o movimento negativo.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil/Foto: José Cruz/Agência Brasil

Para o presidente do BC, é preciso avaliar o processo de aprovação do texto e a rapidez da votação. Ele enxerga o projeto, no entanto, como sendo “bastante razoável”.

“Acho que foi uma boa indicação que estamos avançando na direção certa”, disse.

Sobre o debate de possíveis mudanças na meta de inflação por parte do governo, a avaliação da autoridade monetária é de que isso “não deveria ser feito”. A reação do Banco Central não seria, imediatamente, reduzir os juros.

A próxima reunião para decidir o direcionamento da taxa Selic, os juros básicos da economia brasileira, organizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), deve ser realizada no dia 3 de maio deste ano.