Ilan Goldfajn é eleito como o próximo presidente do BID
Brasil vence com 80% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial do BID
O ex-presidente do Banco Central do Brasil, llan Goldfajn foi eleito como o próximo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), neste domingo (20), se tornado o primeiro brasileiro a ocupar este cargo no BID.
Na campanha de eleição para presidente do BID, o Brasil conseguiu apoio de 17 membros regionais. De acordo com o Estadão, a Argentina havia desistido de concorrer à presidência do banco, deste modo demonstrando apoio ao Brasil.
Eleições
llan Goldfajn foi presidente do BC no governo Temer. Entretanto, para concorrer à presidência do BID, o ex-presidente do BC foi indicado pelo governo Jair Bolsonaro. Nas eleições do BID, neste domingo (20), Goldfajn conseguiu se eleger no primeiro turno com 80% de votos, sendo assim Ilan Goldfajn é o primeiro brasileiro a ocupar o cargo em um projeto de grande infraestrutura na América Latina.
Antes do resultado das eleições do BID, o ex-ministro de Relações Exteriores e integrante da transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, disse que: “Lula não veta e nem apoia nenhum nome. Não é papel dele neste momento tomar uma posição, porque ainda não assumiu”.
Na semana passada, o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, também falou sobre as eleições do BID, enviando um e-mail à secretaria do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, pedindo o adiamento das eleições do BID para que o presidente eleito pudesse indicar um candidato depois de tomar posse, em 2023.
Por mais que Goldfajn tenha ganhado as eleições do BID como o próximo presidente, assim como por ter sido indicado no governo Bolsonaro, o ex-presidente do BC não é considerado pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes, como um dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).
Desistência da Argentina
No Domingo (20), antes da eleição do BID acontecer, a Argentina desistiu de concorrer ao cargo, fazendo com que a campanha brasileira ganhasse força. A Argentina havia indicado a economista e secretária de Relações Económicas Internacionais, Cecilia Todesca Bocco para disputar o cargo.
Durante as eleições, a Argentina havia sido considerada como um dos principais concorrentes do Brasil, entretanto o país esperava que o ministro da Fazenda do país, Sergio Massa, fosse indicado, fazendo com que Bocco desistisse de concorrer às eleições presidências do BID.
A imprensa argentina disse que a desistência do país na disputa do cargo foi divulgada após algumas negociações. Deste modo, a sede da presidência da República Argentina, Casa Rosada, havia tentando negociar um acordo com os Estados Unidos e Canadá para apoiar o Brasil nessas eleições do BID.
A expectativa do governo brasileiro era de que o país apresentasse um resultado de 51% dos votos. Se o Brasil não conseguisse o apoio dos 28 países no primeiro turno, que são os mutuários e regionais não mutuários, um grupo que inclui os Estados Unidos e o Canadá, seria feita uma campanha para conseguir os votos desses dois grupos no segundo turno das eleições do BID.
Com a desistência da Argentina, o México passou a ser o concorrente mais forte, indicando o economista e vice-governador do Banco Central do México, Geraldo Esquivel Hernández.
Paulo Guedes teria questionado o candidato do México, sobre qual seria o direcionamento de sua gestão, como no caso de reconfiguração das cadeias produtivas, se o mexicano traria os semicondutores para a América Latina ou para o Acordo entre Estados Unidos, México e Canadá, o USMCA.
Por último, o ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, publicou um texto parabenizando Goldfajn: “Felicitações ao amigo Ilan Goldfajn, primeiro brasileiro a comandar o BID. Sua eleição, com mais de 80% dos votos, é um reconhecimento à sua extrema capacidade e à experiência de quem serviu a diversos governos e organismos internacionais. É uma vitória para o País inteiro”.
De acordo com o Broadcast Político, Ilan Goldfajn assumirá a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento ainda em 2022 e seu mandato será de cinco anos.